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FORA DE PORTAS
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Sábado, dia 14 de Setembro às 18.30
Conversa com Alexandre Estrela e Natxo Checa – Museu de Serralves
No centro da exposição Meio Concreto, Alexandre Estrela apresenta a peça Viagem ao Meio e convida o curador Natxo Checa para uma conversa pública.
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Alexandre Estrela, Viagem ao Meio, 2010
Filme de 16 mm, cor, 60’; vídeo PAL, som estéreo, cor, 120’
Produção ZDB.
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A aldeia de Sete Cidades, nos Açores, foi construída dentro da maior cratera vulcânica do oceano Atlântico. Para evitar inundações, um túnel de mil e duzentos metros foi escavado através da parede do vulcão. Viagem ao meio apresenta simultaneamente dois percursos até ao centro do vulcão.
O primeiro é dado por um filme sem câmara criado através do acto de desenrolar uma bobine de seiscentos metros de película de 16 mm virgem desde a entrada do túnel até ao centro. O filme foi sobre-exposto pela luz do dia à entrada do túnel, captando cada vez menos luz à medida que adentrava o vulcão. O resultado é um filme de uma hora que mostra uma progressão desde o “preto matérico”, obtido através do contacto do filme com o chão do túnel e a sua consequente acção abrasiva, até ao branco imaculado do filme não exposto, uma vez que ausência de luz no centro do túnel deixou o filme virgem.
A segunda jornada de Viagem ao meio é um vídeo de duas horas que regista a travessia integral do túnel na primeira pessoa. O resultado final é complementar ao filme: o vídeo é mais luminoso à entrada do túnel e torna-se mais escuro à medida que se aproxima do centro. Uma pequena luz flutuante pode ver-se na imagem durante a maior parte da duração do vídeo. É a luz ao fundo do túnel, a promessa de uma saída.
Em Viagem ao meio, as projecções de filme e de vídeo foram sobrepostas num mesmo ecrã. O filme confere métrica ao vídeo, já que quando a bobine chega ao fim nos encontramos no centro do túnel do vulcão; por outro lado, o vídeo fornece um ponto de fuga à experiência de luz estruturalista do filme. O vídeo regista o túnel em todo o seu comprimento, mas o filme vai apenas até ao meio. Assim, quando a bobine termina passado uma hora, encontramo-nos no centro do túnel, e a meio da viagem do vídeo. Nesse momento, a bobine é invertida e o filme é reproduzido em sentido inverso, conferindo à peça uma estrutura simétrica.
Tanto o vídeo como o filme terminam em simultâneo, mas em lados opostos do túnel. O som da peça foi gravado à entrada do túnel, captando não só o processo de fabricação do filme, mas principalmente a extraordinária improvisação “tocada” por uma válvula de esgoto.
Viagem ao meio é não só uma expedição ao centro, mas também um cruzamento profano entre meios.
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Mais informação: Conversa e Filme
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A exposição Meio Concreto está patente no Museu de Serralves de 29 de Junho a 29 de Setembro de 2013.
Mais informação: Meio Concreto
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