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Fora de Portas
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4 de Julho de 2009
Konono nº1 | Guiné All Stars | Pocahaunted | Sun Araw
Museu Nacional de História Natural (Ao Ar Livre)
15 Anos de ZDB
Konono nº1
Ponto mais alto da primeira noite de festejos do 15º aniversário da ZDB, a actuação dos Konono nº 1 marca a estreia deste projecto da República Democrática do Congo em Lisboa.Fundado há vinte e cinco anos por Mawangu Mingiedi, Konono nº 1 destaca-se no universo da música tradicional electrificada africana pelo uso de três likembes electrónicos (deste lado do mediterrâneo chamamos-lhes pianos de polegar) e percussão diversa maioritariamente construídos e amplificados a partir de velhas peças de automóveis e outros apetrechos similares resgatados do ferro-velho e posteriormente modificados. Com este sistema de som – que não é menos que um milagre – e as vozes de Waku Menga e Pauline Mbuka os Konono nº1 reinventam a música tradicional da etnia Bazombo (território congolense situado na fronteira com Angola, de onde Mingiedi é original), ligando engenhosamente à corrente o irresistível hipnotismo polirítmico que a caracteriza.
Apesar de editarem deste 1978, apenas em 2005, com o precioso “Congotronics”, lançado pela Crammed Discs, chegaram ao grande público ocidental. Já demasiado tempo se perdeu. É essencial partilhar da força criativa que guia esta gente.
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Formação:
Mawangu Mingiedi: likembé
Mbuta Makonda: likembé
Mawangu Makuntima: likembé
Waku Menga: voz
Antoine Ndombele: likembé baixo
Ndofusu Mbiyavanga: percussão
Vincent Visi: percussão
Pauline Nsiala Mbuka: voz
.Guiné All Stars
Guiné All Stars reúne pela primeira vez um conjunto de músicos guineenses que a ZDB tem apresentado com alguma regularidade ao longo dos últimos anos nos mais diversos contextos de inovação perante uma tradição cultural pré-moderna.Guineenses lisboetas, representantes por direito próprio de uma das diásporas africanas musicalmente mais ricas, Kimi Djabaté, Maio Coopé, N’ Dará Sumano, Braima Galissá, Sadjo, Gelajo Sane e Renato trazem a magia gumbé e griot ao Museu Nacional de História Natural.
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Formação:
Kimi Djabaté: voz, balafon e guitarra acústica
Maio Coopé: voz, cabaça, m’bira e percussões
N’Dara Sumano: voz
Braima Galissá: kora
Sadjo: guitarra eléctrica
Gelajo Sane: percussão
Renato: baixo eléctrico
.Pocahaunted
Sediada em LA, a NOT NOT FUN Records representa, em conjunto com as editoras Siltbreeze, Ecstatic Peace e VHF, um dos mais estimulantes catálogos deste final de década. Em torno de Britt Brown – gestor do selo – gravita um núcleo de projectos domésticos, com destaque para Robedoor, Pocahaunted, Magic Lantern e Sun Araw. Só nos últimos três anos, a NNF – iniciais pelas quais é carinhosamente conhecida – reuniu discos imprescindíveis de artistas impolutos como Thurston moore, Christina Carter, Ducktails, Teeth Mountain, Wet Hair ou os “nossos” Loosers. Agora, pela primeira vez na Europa, Pocahaunted e Sun Araw, duas das mais importantes bandas da NNF, mostram-se ao vivo.Renovando desde 2006 o referencial místico e holístico do imaginário nativo-americano, os Pocahaunted efabularam-se em disco (obrigatório ouvir “Island Diamonds”, “Peyote Road” e o mais recente “Passage” ) como projecto de drone maciço, com a intuição rítmica do dub e de um funk movido 16 rpm. Amanda Brown e Diva Dompe (também no baixo) entoam cânticos estáticos, acompanhadas pela guitarra de Britt Brown, o órgão de Cameron Stallones e a bateria de Mark Gengras. O sexteto eleva o registo melódico para um universo que desde há décadas estilhaça ovos cósmicos, dilatando consciências, enquanto a secção rítmica engancha o corpo, direcionando-o para um experiência ritual, atulhada de groove, fumo e abandono de meia-pálpebra.
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Formação:
Amanda Brown: voz
Diva Dompe: baixo e voz
Britt Brown: guitarra
Cameron Stallones: orgão
Mark Gengras: bateriaSun Araw
Sun Araw, alias de Cameron Stallones (guitarrista dos Magic Lantern e colaborador pontual de Pocahaunted) faz-se acompanhar ao vivo por William Giacchi no órgão. Crème de la crème da Not Not Fun Records, Sun Araw depressa constituiu um corpo de trabalho fascinante e coeso.Ouvindo a magistral “Horse Steppin” (de “Beach Head”) conseguimos descobrir o manifesto: uma elegia ao kraut, ao rock amoniacal dos Spacemen 3 e uma essência tropical que de imediato põe em prática um universo melódico e rítmico de uma fresca música de Verão. É música de um onirismo febril – não menos pedrado – esta que encontramos nos arpejos de guitarra que gargarejam delay e no drone adocicado com que o orgão nos deixa encandeados. Às nossas praias chega agora o precioso búzio “Heavy Deeds” (LP, NNF)
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Formação:
Cameron Stallones: voz e guitarra
William Giacchi: orgão.
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