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CONCERTOS
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25 de Outubro 2014
Ty Segall | J.C. Sàtan no Lux Frágil
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No palco do Lux Frágil, residência ZDB por uma noite e em plena comemoração dos nossos vinte anos, Ty Segall estreia-se finalmente em Lisboa, para um concerto em nome próprio.A sentença era arriscada, mas esteve nas bocas de muitos (demasiados) em meados do novo milénio: o rock andava moribundo, com falta de atitude. É óbvio que tal afirmação pecava por variadíssimas razões, entre as quais e antes demais, pela ingenuidade do seu teor e em seguida pelo desconhecimento face ao que se passava para lá dos habituais barómetros mediáticos. Enquanto uns se rodeavam de um aparato glamoroso, com convites em desfiles de moda e aberturas de lojas de marca, – cunhando uma certa rebeldia descartável – outros eram expulsos dos próprios locais que albergavam os seus concertos e enchiam as entradas de blogs com descrições e fotos elucidativas da urgência que traziam. Black Lips, King Khan, Hunx & His Punx, Jay Reatard, Coachwhips/Thee Oh Sees e Sic Alps não levaram tempo a atordoar o lado b da indústria musical com auspiciosos discos em editoras independentes e actuações fervorosas em pequenos festivais e clubes locais. O habitual boca-a-boca criou o mito e o mito gerou atenção. Cada uma das formações encarnou, de modo quase icónico até, uma perspectiva peculiar e verdadeiramente despretensiosa desse bicho incontrolável do rock (‘n roll). Claro que esta exposição nunca estaria inteiramente completa sem a presença de Ty Segall, talvez aquele que mais se destacou nesta estirpe – garantido mesmo uma breve aparição na série de culto norte-americana The Simpsons; ou por outras palavras, a ascensão oficial a estrela internacional.
Combinando elementos da escola punk, do garage rock dos anos 60, passando ainda pela acidez do psicadelismo e pela erupção do noise, nem o glam rock chega a ser indiferente ao aparato. Explosões eléctricas, planagens rumo ao sol, hinos de asfalto e estórias alucinadas de boy meets girl abundam no imaginário excêntrico do jovem que pôs a última edição do All Tomorrow’s Parties em fogo vivo. A variedade de ideias, para além de louvável, é absorvida e reapropriada com um toque de condão, de quem sabe exactamente onde chegar, ordenando e baralhando quaisquer categorias. Como se entende, essa saudável indefinição, tão presente nos dias de hoje, leva a que o ponteiro da inovação esteja constante e firme, numa viagem alucinante. E se cada disco representar uma paragem de visita obrigatória, já nos podemos dar de satisfeitos por um dia termos aceite a boleia.
Estreou-se por cá há quatro anos, numa passagem pelo festival Barreiro Rocks. Na memória ficou uma das mais energéticas prestações do evento, ainda que na altura o artista não tivesse a projecção que detém hoje (assinando posteriormente para a Drag City, selo de qualidade reconhecido e garantido). No palco do Lux Frágil, residência ZDB por uma noite e em plena comemoração dos nossos vinte anos, Ty Segall estreia-se finalmente em Lisboa, para um concerto em nome próprio. Um tumulto à beira Tejo.
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