• CONCERTOS
  • 19 de Novembro 2011

    Akron/Family

    Os Akron/Family são uma grande banda de rock e, por isso (no estado actual das coisas), só podiam ser americanos. Porque cantam como tocam e tocam como cantam. Com uma violência autêntica, cândida, carnal (assim como as personagens de Cassavetes). Porque parecem sinceros: a voz salta-lhes da boca.

    Quando apareceram há pouco menos de dez anos, eram estranhos aos contextos dominantes. Tinham referências da folk, mas não eram bem free ou suficientemente freak(s). Chegaram a viver em Brooklyn mas não pertenciam à cena. Namoravam o noise e a electrónica, mas sem lhe serem fiéis. E mostravam uma carta de referências assinada por Michael Gira, um veterano pouco familiar aos jovens.

    Mas logo venceram a dúvida e desconfiança. Os concertos revelaram-se rituais festivos onde todos podiam cantar e celebrar. Improviso, ritmos, sons de glockenspiel e teclados, guitarras e harmonias vocais saltavam do e no palco, entoando canções sobre a vida e a morte, o amor e o universo.

    De alguma forma os Akron/Family (cujo núcleo central é constituído por  Dana Janssen, Seth Olinsky e Miles Seaton) têm afinidades com os Godspeed You Black Emperor!. Como estes, encarnam um colectivo relativamente instável e a música que fazem evoca um espírito indefinido, aberto de comunidade. Quem gosta dos Akron/Family faz parte da família, do cosmos dos Akron/Family.

    Hippies? Ah, eis a “acusação” mais repetida (muito à custa da palavra Family). Se isso quer dizer que ouvir os Akron/Family conduz a uma espécie de transe que faz levantar os braços na direcção dos céus, então são hippies. Mas é um termo pequenino, limitado e injusto. E o novo e fabuloso disco não nos deixa mentir. É o punk rock, é folk, é prog, é música índia, é música americana. É uma festa sem fim. JM
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    + Info:  Site | Dead Oceans Records |Vídeo | Vídeo | Vídeo
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    Entrada: €12 |  Bilhetes em venda antecipada nas lojas Flur e Matéria Prima
    [email protected] ou 21 343 02 05