• Apresentações
  • Quarta a Sábado, de 27 a 30 de Janeiro às 21.30

    Alla Prima de Tiago Cadete

    cadete-net
     © José Carlos Duarte

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    O que Tiago Cadete propõe com “Alla prima” vem de uma inquietude perante o silêncio e imobilidade das imagens. O corpo humano, essa espécie de unidade fundamental da produção de imagens no Ocidente, é tanto o enfoque de sua pesquisa enquanto colecionador de imagens, como o instrumento através do qual o próprio corpo do intérprete se colocará perante o público. O seu olhar diz respeito à construção e invenção do Brasil – quais seriam os movimentos e vozes do grande número de imagens que em mais de cinco séculos foram capazes de criar certas ideias sobre o que seria o Brasil, os brasileiros e a brasilidade?

    O termo “alla prima”, dentro da prática de pintura, diz respeito a uma técnica em que o artista enfrenta a tela diretamente, aplicando camadas de tinta sem esperar um tempo de secagem, causando uma espécie de sobreposição tanto de cores, quanto de imagens. De modo dialógico, o corpo do artista aqui responde diretamente a uma série de descrições sobre o que poderiam ser estes “corpos brasileiros”. Para além da narrativa histórica eurocêntrica que criou a teoria das três raças no Brasil – onde as populações africanas, europeias e indígenas seriam ingredientes deste caldeirão cultural –, sua anatomia se transforma num receptáculo de múltiplos criadores, culturas, etnias e proposições plásticas.

    Através desta reencenação que se dá de modo transhistórico entre a visualidade e diferentes descrições orais/verbais, o corpo de Tiago Cadete acaba por desenhar uma nova coreografia deveras distante do samba e da alegria tropical comumente atribuída ao que poderia ser a “cultura brasileira”. De repente os trópicos ficam tristes e algumas das tentativas de colonização do Brasil a partir da imagem vem à tona.

    Faz-se importante, então, sentir na pele o incômodo dessas poses e constatar que, mais do que uma geografia, o Brasil é um conceito constituído a partir de um corpo fictício que alinhava pedaços esquartejados de muitas vidas silenciadas pelo tempo.

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    Criação e Interpretação: TIAGO CADETE

    Consultor História de Arte: RAPHAEL FONSECA

    Figurinos: CARLOTA LAGIDO

    Assistente de projeto: BERNARDO ALMEIDA

    Colaboradores Voz-off: PRISCILA MAIA; RAPHAEL FONSECA; RAQUEL ANDRÉ; SUELI DO SACRAMENTO; JONAS ARRABAL; VICTOR DIAS; LAURA ARBEX; ISABEL MARTINS; JULIA ARBEX; BRENO DE FARIA.

    Fotografia de documentação: VICTOR DIAS

    Fotografia de cena: JOSÉ CARLOS DUARTE

    Residência: CENTRO COREOGRÁFICO DO RIO DE JANEIRO

    Apoio: Eira

    Acolhimentos: ESCOLA DE MULHERES; ZDB/NEGÓCIO; mala voadora/PORTO

    Co-Produção: TEMPS D’IMAGES’15

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    NEGÓCIO

    De 27 a 30 de Janeiro 2016, quarta a sábado às 21h30

    MORADA: Rua de O’Século 9, porta 5 Lisboa

    RESERVAS: [email protected] | +351 21 3430205

    ENTRADAS: 7,5€

    ENTRADAS ESTUDANTES EM GRUPO: 5€

     

    A ZDB é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Secretário de Estado da Cultura / DGArtes. A ZDB tem o apoio da C.M.L e do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social.