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Discussões
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Sábado, 7 de Novembro 2015 entre as 18h30 e as 20h
Battle of Ideas – O Espaço Público: onde e o que é?
A ZDB retoma a colaboração com o Institute of Ideas e apresenta em Novembro um dos eventos satélite do Battle of Ideas.
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Nunca, como hoje, foi tão importante, necessário e desafiador debater, democraticamente, temas comuns. Mas onde encontramos o espaço democrático hoje?
Há dois mil anos atrás, a Ágora Ateniense era o centro do debate democrático, embora excluindo escravos, mulheres e estrangeiros. Após a Segunda Guerra Mundial, o primeiro-ministro Britânico afirmou: “A democracia é a pior forma de governo, excepto todas as outras formas que têm sido experimentadas”. O autor Martin Jacques sugere que o sistema de estado de partido único da China “é aquele em que o Ocidente vai ter de se inspirar”. Quando a sociedade tem dificuldade em endossar a democracia, talvez não seja surpreendente o aumento do défice democrático na União Europeia, retirando responsabilidade ao cidadão comum.
Parece que sempre estivemos confusos e incertos sobre o conceito de democracia e espaço público. Será, por isso, o debate democrático uma falácia? Se o espaço público é onde as pessoas se reúnem em massa, será um local onde poderemos, realmente, ser indivíduos – ou teremos sempre de fazer parte do grupo? Como podem os indivíduos exprimirem-se como cidadãos auto-determinados quando a vida pública é tão conformista? Será a esfera pública nas democracias, tantas vezes policiada por regulamentos, um espaço que deveremos defender? Ou será que, nas circunstâncias presentes, o verdadeiro ‘espaço público’ pode ser encontrado no ‘espaço virtual’? Será esta uma nova forma de democracia?
No entanto, para muitos, o verdadeiro coração do espaço público democrático ainda permanece nos bairros das cidades – talvez personificado por quarteirões artísticos tal como o Bairro Alto. Mas quem determina que valores deve ter o espaço público? Hannah Arendt escreveu que o espaço público é onde as pessoas actuam em vez de trabalhar: ‘é um espaço onde a acção política tem lugar, instigada pela liberdade e necessidade de auto-realização do indivíduo. Mas se o espaço público é a arena onde podemos, de facto, ter impacto, será mesmo necessário que as autoridades públicas cultivem o envolvimento através do espaço público? Até que extensão pode o espaço público criar um público? Deve o espaço público ter essa responsabilidade?
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Democratically debating common issues has never been so important, necessary and challenging as it is today. But what and where is democratic space today?
Two thousand years ago, the Athenian agora was the heart of democratic debate… except that slaves, women and foreigners were excluded. After World War II, British Prime Minister stated that “Democracy is the worst form of government, except for all those other forms that have been tried”. And author Martin Jacques now suggests that China’s one-party state system “is one in which the West is going to have to learn from”. When society clearly finds it difficult to endorse democracy, perhaps we shouldn’t be surprised by the rise of the European Union with its ‘democratic deficit’ that removes accountability to the ordinary citizen.
It seems that we have always been uncertain and confused about democracy and democratic space. So does this mean that democratic debate a fallacy? If public space is where the public gathers en masse, is it a place where we can truly be individuals – or must we always be part of a group? How can individuals best express themselves as self-determining citizens when public life today is so conformist? Is the public sphere within democracies, so often policed by regulations, a space we should defend? Or in such circumstances is real “public space” to be found in “virtual space? Is this a new democracy?
Yet for many the true heart of democratic public space remains the neighborhoods of city – perhaps personified by artistic quarters such as the Bairro Alto. But who determines what the values of public space are – or should be? Hannah Arendt wrote that public space is where people act rather than work: ‘it is a space where political action takes place urged by freedom and the need for self-realisation of the individual’. But if public space is the arena where we, the public, make something of ourselves, then do we really need public authorities to cultivate engagement through public space? To what extent can public space create a public? Should public space have to bear this burden at all?
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Oradores:
Madalena Corte Real – Socióloga, Membro Fundador FAS – Fundo de Arquitectura Social
Luís Taveira Pereira – Membro Fundador [A] ainda arquitectura; Curador Habitar Portugal #5
Diogo Seixas Lopes – Curador Trienal de Arquitectura de Lisboa 2016; Parceiro Barbas Lopes Arquitectos
Ana Jara – Membro Fundador Atelier Artéria
Alastair Donald – Director Associado Projecto Future Cities, Gestão do Programa de Arquitectura do British Council
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Moderador:
Alain Miller – Director Night Time Industries Association (NTIA)
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+ info: Battle of Ideas
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Entrada Livre / Debate em Inglês
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Debate produzido por Alastair Donald e Joana Varejão (Arquitecta RA Architecture & Design Studio)
Em parceria com a Galeria Zé dos Bois e Trienal de Arquitectura de Lisboa
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