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Eventos
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Sexta e Sábado, dias 28 e 29 de Março
Colon of Duty – Rabbit Hole
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Nos próximos dias 28 e 29 a ZDB apresenta mais uma programação Rabbit Hole, desta vez em dose dupla num formato alargado com performances, concertos, djsets e ciclos de cinema. Em Colon of Duty, o público é convidado a celebrar a cultura ritualística das sociedades ocidentais contemporâneas.
Transformada a ZDB na Colon(ia) of Duty, sitiada nos Trópicos de Cancro, terão oportunidade de participar numa nova experiência de programação multidisciplinar que funde a cultura highbrow com a lowbrow, tornando possível a criação de um espaço seguro para a experimentação artística do corpo e da identidade.
Dividida em dois ciclos, a programação de cinema, composta por curtas-metragens, irá debruçar-se sobre a cultura ritualística das sociedades ocidentais recorrendo à linguagem do cinema etnográfico e colonialista. Neste exercício de antropologia inversa, o ocidente é tido como primitivo, nativo das grandes cidades, orientado pela religião da tecnologia. Propomos uma redescoberta do Novo Velho Mundo – os Descobrimentos em pleno séc. XXI. Destaque para a ante-estreia do filme FRUITS, de Trygve e Fredrik, onde insectos atuam numa performance hedonística de actividades humanas, e para o filme STILL LIFE, de Jon Rafman, uma janela para o desejo de subculturas online.
Procurando explorar uma união entre música electrónica, ambient e industrial, VEILS, duo composto por Diogo Pereira e Sara Ruano, propõem uma viagem por espectros melancólicos e miragens eufóricas. IZZY BUNNY, de guitarra em riste e a micar a coluna de som, lança o repto à necessidade de um movimento punk queercore, ao mesmo tempo que HOWEVER, ADV surge como uma tentativa espontânea de sons electrónicos. Na mesa de mistura iremos ainda contar com o já nosso conhecido CVLT, com o artista francês convidado MATTHIEU SCHMIDLIN e ainda com o duo luso-americano HALF PRETA, composto por Blietzpiel e Dana S†. Theresa.
No 49 da ZDB, uma pequena sala será transformada numa galeria de exposição. Aqui poderemos visitar o NATIVE AMERICAN GARMENTS, um projecto de desenho de Luís Lázaro Matos, assim com as fotografias do checo David Lindt. Ainda nesta flash-gallery podemos assistir à instalação vídeo WHAT DO YOU WANT de Tiago Marques, no mesmo espaço onde estarão expostas as máscaras criadas pelo artista residente convidado MATTHIEU SCHMIDLIN.
Na área da performance, e de volta aos nossos palcos, trazemos a drag queen EDIE LÄPORE, que se fará seguir pelo reencontro com a criança-cristal em WE FOUND MADDIE, por Alice dos Reis e João Abreu, que respondem à prece: “pör favor devolvan à noça minina”. Na meia-noite de 28 para 29, os SILLY SEASON e A TUA PRIMA deixam o T-REX à solta na festa, para um ajuntamento tribal até que a retornada @_LILQT_ e sua amiga Dana S†. Theresa tomem conta do palco novamente. Contaremos ainda com a presença do ecléctico ROGÉRIO NUNO COSTA, que nos alumiará com a sua TERCEIRA VIATM assim como a misteriosa aparição de MARIANA TENGNER BARROS que irá colonizar a ZDB em conjunto com o colectivo da RABBIT HOLE.
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PROGRAMA COLON OF DUTY
Sexta, 28 de Março a partir das 18h
18h00 – Apresentação da Plataforma e seu programa
18h15 – Programa de Cinema #1 + Debate (2h)
20h30 – Performances + Concertos
– Motile (concerto vídeo performance – 30 min)
– Terceira Via por Rogério Nuno Costa (Rogério Nuno Costa – performance – 30 min)
– Trail to Void por Rabbit Hole (Rabbit Hole – video performance – 5 min)
– Edie Läpore (drag show – 20 min)
– We Found Maddie por Alice dos Reis & João Abreu (Alice dos Reis & João Abreu – performance – 15 min)
23h00 – Rabbit Hole DJs (Pedro Marum & Mariana Vieira)
23h45 –T-REX (Silly Season & A Tua Prima – performance – 15min)
00h10 –@_LilQT_ & Dana S†. Theresa (performance – 20 min)
00h40 –DJ Matthieu Schmidlin (2h30)
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Sábado, 29 de Março a partir das 16h
16h – Apresentação da instalação no 49 ZDB
– Fotografia David Lindt
– Desenho Native American Garments de Luís Lázaro Matos
– Instalação vídeo Fruits de Trygve e Fredrik
– Instalação vídeo What Do You Want de Tiago Marques
– Instalação vídeo A Visita do Pai Natal de Joana Neves de Sousa
– Exposição de máscaras Matthieu Schmidlin
17h00 – Programa de Cinema #2 + Debate (Aquário – 2h30)
19h30 – Declamações e leituras por Daniel Lourenço e Henrique Levy (Poesia erótica – 49 ZDB – 20min)
19h50 –Gonçalo C. Ferreira (performance – 49 ZDB – 15min)
20h00 –Matthieu Schmidlin (performance -Aquário – 45min)
20h00 –Mariana into the Hole (performance – Mariana Tengner Barros & Rabbit Hole, 49 ZDB – 1h)
21h00 –However, adv (concerto -Aquário – 1h)
22h00 –Izzy Bunny (concerto -49 ZDB – 40min)
22h45 –VEILS (concerto – Aquário – 1h)
23h00 – Half Preta (DJ, 49 ZDB – 4 h)
00h00 – CVLT (DJ, Aquário – 3h)
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PROGRAMA DE CINEMA #1:
28 de Março, 18h15 @ Aquário
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All the World’s a Stage de Donna Verheijden (2014), 18′
Tomo os meus desejos pela realidade, pois acredito que os sonhos são reais. All the World’s a Stage explora o significado de uma imagem num mundo de constantes estímulos. Questiona e propaga a criação das realidades aparentes ou encenadas pelos mass media e a política. Revela verdades míticas e descortina ilusões verdadeiras ao desconstruir realidades que, muitas vezes, tomamos por garantidas. Fecha os olhos e verás.
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Fruits de Trygve Luktvasslimo & Fredrik Strid (2014), 12′
Filmado em ambiente macro, seguindo Prelude and Fugue em A menor de Johann Sebastian Bach (BWV543). Um modelo miniatura de uma discoteca, uma selecção de insectos brilha numa performance de actividades humanas hedonistas, com intoxicações excessivas e dança libidinosa.
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Mainsqueeze de Jon Rafman (2014), 13’
Mainsqueeze explora a relação entre memória e identidade, criando um cenário distópico a partir de filmagens disponíveis on-line.
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Plot Point de Nicolas Provost (2007), 15′
As movimentadas ruas de Nova Iorque tornam-se ficção, um cenário cinematográfico, Provost brinca com a nossa memória colectiva, os seus códigos cinemáticos e linguagens narrativas, questionando os limites entre uma realidade encenada e a ficção autêntica. Apesar de filmado na sua maior parte por uma câmara escondida, Plot Point apresenta-nos uma construção altamente dramática com imagens exageradamente sofisticadas e uma subtil mas tangível urgência na sua banda sonora. A meticulosidade com que Provost filma e edita imagens e bandas sonoras tornam Plot Pont o trailer perfeito para uma experiência dramatizada da nossa vida diária – um comum banal pelas ruas nunca mais será o mesmo.
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Stardust de Nicolas Provost (2010), 20′A obra prima de Provost ‘Plot point’ usou uma subtil combinação de musica, edição e fotografia para conduzir o espectador a um processo subconsciente de criação e descoberta de uma história. ‘Stardust’ leva-nos um passo à frente, manipulando música de fundo e conversas gravadas retiradas de filmes. Provost muda-se de Nova Iorque para Las Vegas, filmando pessoas no seu dia-a-dia. Usa estes segmentos de pessoas envolvidas em conversas, a fazerem telefonemas, olhando ecrãs ou fitando o espaço, adicionando filmes, diálogos e músicas. Provost é o mestre na exploração de associações e reacções aprendidas pelo publico através de anos a ver filmes de acção e programas televisivos, usando filmes e música para criar tensão, induzir respostas emocionais e alterar a natureza do que é visto ou ouvido. Usa também a parataxe, apresentando elementos separados e sem relação, que levam o público a gerar relações. Por exemplo, ouvindo tiros enquanto a câmara mostra apenas uma porta fechada, pensamos que os tiros foram disparados pensamos que os tiros foram disparados no quarto por detrás desta porta. Através deste entendimento da linguagem cinematográfica, Provost manipula o espectador criando narrativas e desenvolvendo personagens. À medida que a peça progride, as histórias que devem ser construídas tornam-se mais complexas e menos credíveis, expondo os truques feitos por Provost.
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Bradley Maning had Secrets de Adam Butcher (2011), 6′A história de Bradleu Manning, não como um hacktivista do Wikileaks, mas como um jovem soldado americano que experiencia uma crise de consciência ao mesmo tempo que sofre uma crise de identidade de género. Animado em modo rotoscoped pixel-art e usando diálogos de conversas online de Bradley, o filme explora
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Boring Angel de John Michael Boling (2014), 5′.
PROGRAMA CINEMA #2:
29 de Março, 17h00 @ Aquário
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Les Maîtres Fous de Jean Rouch (1955), 28′
Emigrantes das áreas mais pobres da Nigéria vêm a Accra, a cidade capital da Gold Coast, e têm de enfrentar a agitada vida da civilização ocidental. Este desenraizamento dá lugar a problemas psicológicos e à aparição de novas divindades, a “Hauka”, que reflecte a influência dessa civilização. A Hauka está sediada no mercado do sal. Um dia, todos os membros da seita vão para o campo para a grande cerimónia anual. Depois de apresentada a um iniciado, a Hauka faz uma confissão pública que é seguida por um sacrifício de purificação. Dançam e são possuídos pelos Deuses “Governador”, “General”, “Major”, “Tenente” e “Condutor de Locomotivas”. Um cão é sacrificado e a sua carne cozinhada e consumida. Ao entardecer, as possessões terminam. No dia seguinte, encontramos os possuídos calmos e sorridentes, de regresso aos seus empregos habituais em Accra. Graças a este ritual, encontram uma maneira de integrar a vida colectiva da sociedade.
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Box de Gio Black Peter (2013), 3′
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La Jetée de Matt Lambert (2013), 14′
Uma radical re-imaginação da obra-prima do autor francês Chris Marker, associada à Arte Creative.
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The Inner and Outer Vanishing Point de Cameron Gibson (2014), 20′
Uma paranóia inominada flui pelo campo Americano como um gás nocivo. Deslizando por entre o documentário e a ficção, memória e realidade, o filme procura traçar e incorporar esta inexplicável ameaça que se vê no horizonte.
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Bbrraattss de Ian Cheng (2012), 4′
Uma coreografia em captura de movimento é simulada contra outra coreografia em movimento. Uma nova dança emerge.
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Tokyo Giants de Nicolas Provost (2012), 22’Provost filmou a parte final da Trilogia Plot Point em Tóquio. Aqui apresenta o homem na rua como o protagonista de um filme cuja realidade jaz algures entre o sonho e o pesadelo. Nestas três reintreptações estéticas, usando material aparentemente cru e insignificante, Provost não só molda espaços míticos que absorvem o espectador, como também mostra que o mundo de sonho criado no cinema é simplesmente uma realidade paralela construída e cheia de clichés, regras técnicas e convenções dramatúrgicas.
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45 7 Broadway de Tomonari Nishikawa (2013), 6′Filme sobre Times Square, os barulhos e movimentos numa das mais bem conhecidas intersecções do mundo. Foi filmado em filmes B&W através de filtros coloridos, vermelho, verde e azul, opticamente impressos em filmes de cor através destes filtros. As camadas de imagens filmadas por uma câmara na mão agitam as cenas, e os anúncios luminosos nos ecrãs digitais tentam avançar uns à frente dos outros.
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Meat de Matt Lambert (2014), 5′Filme promocional para uma instalação teatral criada por Thomas Bo Nilsson, explora a fragmentação da identidade e sexualidade na sempre-crescente paisagem digital. (Inspirado por Luka Magnotta).
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Still Life de Jon Rafman (2013), 5′
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+ info: Rabbit Hole
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