30 de Setembro 2011

Dolphins into the Future

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Pensem o que quiserem, mas os sintetizadores, os teclados, a música “ambiente”, o new age, os sons foleiros do passado são hoje o underground do pop-rock. Isto é: são a música que o mainstream ainda não conhece e por isso não preza. É paradoxal esta conclusão? Só aparentemente. Nunca como agora o passado da pop foi devorado tão rápida e explicitamente. Sem pausas. Daí a perplexidade que provoca o seu célere regresso em forma de fantasma, com outras cores, sons, peles.

O belga Lieven Martens, mentor do projecto Dolphins Into The Future, é (mesmo que não o reconheça) um exemplo desta tendência. Inspirado em textos religiosos, animais marinhos (baleias, golfinhos), grava há anos, em cassetes e CDRs, sons analógicos e digitais que criam texturas reminiscentes de mundos subaquáticos, cristalinos, relaxantes. Recentemente lançou “Music of Belief” pela Release The Bats e a síntese de materiais é simples e eficaz: teclados new age, ecos de ondas, chilreios, marulho do chão, memórias de “field recordings”, Roger Payne, The Orb, Jon Hassel, Boards Of Canada e (com alguma sorte, num ou noutro momento) Annea Lockwood Enfim, música benignamente imersiva, aparentemente sincera no afecto pelo passado, mas que se distingue exactamente por existir no presente. Com toda a sua estranheza. JM

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Este concerto está integrado no Ciclo de Cinema no Terraço e sucede à  apresentação do documentário “Musiques de Guinée : musiques de la forêt et de la Haute-Guinée de Yves Billon e Robert Minangoy