• EXPOSIÇÕES
  • Até 24 de Junho

    Duplo Vê

    Exposição individual de Mattia Denisse

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    Mattia Denisse. História fantástica do mergulho: l’essayeur essayé, 2016
    Lápis de cor sobre papel, 19×25

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    A Galeria Zé dos Bois apresenta, entre os dias 22 de Abril e 24 de Junho, a exposição Duplo Vê, de Mattia Denisse. No seguimento da mostra homónima apresentada na Casa das Histórias – Paula Rego, em finais de 2016, esta exposição integra os desenhos então mostrados e acrescenta uma série inédita, intitulada O Tautólogo, com cerca de duzentos novos trabalhos. Esta nova série será também objecto de um livro a editar pela Dois Dias no decorrer da exposição. Este amplo conjunto de trabalhos permitirá ao público mergulhar nas narrativas elípticas deste artista francês sedeado em Lisboa há cerca de duas décadas.

     

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    Duplo Vê, título da exposição que Mattia Denisse agora apresenta na Galeria Zé dos Bois, remete tanto para o nome da letra W, quanto para o “duplo ver” de um Deus vesgo. Segundo o próprio artista, “Existe uma tentação tão antiga como a aparição do homem: o desejo de ver outras realidades atrás da realidade. Esta disposição multiplica infinitamente as possibilidades de interpretação e o significado das coisas e impossibilita a nomeação das coisas tal e qual como elas são. Este atavismo – ver atrás das coisas outras coisas – nasce duma deformação ocular de Deus, um estrabismo convergente tão pronunciado que se traduz num desdobramento. Estas realidades, assímptotas, não são mais do que o reflexo simétrico do mesmo, uma Tautologia.”

     

    Composta por uma ampla selecção de desenhos, esta exposição convoca o espectador a embrenhar-se nas teias de um conjunto de narrativas elípticas e largamente idiossincráticas. Centradas num conjunto de personagens arquetípicas e recorrentes – entre as quais se encontra o próprio artista – estas narrativas desdobram-se e contaminam-se, fazendo de cada desenho um instante particular de uma dada história, bem como um ponto de ligação entre histórias distintas. Assim, a série As Metamorfoses das Sombras pode estar próxima de A Guerra das Formas; na série W ou a Vida Selvagem pode aparecer um detalhe que pertence a O Quarto Nupcial do Anti-Globo; a série A Nova Teoria do Sacrifício pode ter semelhanças cromáticas com A História Fantástica do Mergulho e por aí em diante. Estas inúmeras combinações alimentam a hipótese de uma história infinita.

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    Patente até 24 de Junho

    Horário de visita: quarta a sábado – 18h00 a 22h00

    Entrada: 2 euros

    Galeria Zé dos Bois

    Rua da Barroca, nº 59 1200-047 Lisboa – Portugal

    Tel: 00351 21 343 02 05

     

    Mais informação em

    http://dupluvedupluvedupluve.com/

     

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    Mattia Denisse nasceu em Blois, França, em 1967. Vive em Lisboa desde 1999. De entre as suas exposições individuais, destaque para Tercenas (2001), Mija Vinagre (2000) e Grosso Modo Substancia Mole, Ipso Facto Substancia Dura (2004), todas na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa. Nos anos seguintes expõe Paisagem Inacabada (Mindelo, Cabo Verde, apoio Centre National de Arts Plastiques, 2005-06); As Ilhas Desertas (Galeria Graça Brandão, Porto, 2008); O Contra Céu – Ensaio Sobre o Hiato (Galeria ZDB, 2010); Conferência Sobre a Queda de Dois Corpos (Projeto Galeto, Lisboa, 2012); O Detalhe Imenso (Galeria Sala Recife, Brasil, 2012); Isso – Ensaio De Geo-Grafia (Galeria EstudioBuck, São Paulo, Brasil, 2012); 24 Frames Por Segundo De Substância Absolutamente Infinita (Espaço Intermeios, São Paulo, Brasil, 2013); Apontamento Intempestivo (Dança no andar de cima, Fortaleza, Brasil, 2014); Histórias Assímptotas do Homem Sem Cabeça, da Mulher Geométrica, do Macaco e da Morte (Galeria Bessa Pereira, Lisboa, 2014); e Duplo Vê (Casa das Histórias Paula Rego, 2016).

    Colaborou com João Maria Gusmão e Pedro Paiva como editor do catálogo da Bienal de Veneza (2009) e foi autor de textos para os livros Abissologia: Para Uma Ciência Transitória Do Indiscernível (DGartes, 2012) e Teoria Extraterrestre (Mousse Publishing, 2015). Escreveu e publicou os livros Câmara de Descompressão (Dois Dias edições, 2011); Logo Depois da Vírgula (Ed. do autor e Barbara Says, 2011); Compêndio de Geometria Clitoridiana – Conversa Acerca de Uma Nova Geometria (Galeria Bessa Pereira, 2014); Quem Procura Acha (Mov Palavras, Brasil, 2015); e História Fantástica do Mergulho (Inland jornal, ed. Eduardo Matos e André Cepeda, 2015).

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    A ZDB é Financiada pela Secretaria de Estado da Cultura –Direcção- Geral das Artes. A ZDB tem o apoio da C.M.L e do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social.