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CONCERTOS
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23 de Novembro 2011
John Maus | Gary War
John Maus
Filósofo e académico por profissão e músico por vocação, John Maus é tão complexo quanto a sua música o não é. Cada canção funciona como um descodificador de pensamentos e teorias elaboradas sobre rebelião, linguagem, solidão, desejo ou assexualidade. O que torna as coisas simples, naturais e inocentes. É o que se pede à música pop, ser o veículo perfeito para transformar um pensamento abstracto em sentimentos e emoções universais.
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Assim como Ariel Pink, Maus tem o condão de recolher e conduzir os paradigmas da pop e utilizá-los num contexto musical que inova e ultrapassa a influência que esse estilo lhes dá. A sua música mistura em perfeita harmonia o groove do funk, o ritmo do disco e as melodias R’n’B através da solenidade de uma voz enfaticamente sombria, uma espécie de Ian Curtis nascido e criado no século XIX a cantar música romântica alemã.
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Mas é durante os concertos que se consegue perceber a verdadeira dimensão da música de John Maus, performer extraordinaire. Sozinho em palco a sua actuação transforma-se em performance, em libertação de energia e pulsões primárias. Maus parece isolado, assustado, violento. É como assistir à criação do monstro de Frankenstein ou à transformação do Dr. Jekyll em Mr. Hyde. BM+ Info: Myspace | Entrevista | Artigo | Vídeo | Vídeo | Vídeo | Vídeo | Vídeo
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Gary War
Numa época em que a novidade não é nada de novo tudo se torna previsível. E num universo tão complexo como o musical, a imprevisibilidade e irreverência tornam-se por vezes bacocas. Então só nos resta redefinir em vez de explorar, fazer da água vinho ou tornar peculiar o convencional. A emergência da música de Gary War é contextualizada pelo confronto entre o histriónico e o sério, entre o psicadelismo de Syd Barret e o aparato de Robet Smith, a ousadia de Ariel Pink e a posse de Gary Numan, numa mistura de texturas que definem o estilo das composições e transformam a audição numa perpétua descoberta. “Horribles Parade” (Sacred Bones, 2009) é um disco de canções e é um disco falhado como tal. O som, a estrutura, a melodia e a estética são diametralmente opostas ao que um disco pop deve ser: confortável, simples e invisível. É exigido ao ouvinte sentido crítico e atenção constante para perceber a coerência por trás da aparente confusão. Falta de clareza, sensação de desprendimento, indiferença ou pura alienação, o espaço de manobra é tão vasto quanto irregular na contenda entre o sentido polifónico pop e a sua desconstrução. BM.
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+ Info: Blog | Myspace | Sacred Bones Records | Soundcloud | Vídeo
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O concerto de Gary War no Passos Manuel (Porto) tem o apoio da ZDBmuzique.
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