10 de Fevereiro 2010

Lichens | Xamã

Lichens
Robert Aiki Aubrey Lowe. O nome parece razoavelmente anónimo, mas a música que leva ao palco ou que transporta para os discos é profundamente singular, sobretudo quando dá pelo nome de Lichens. E quem é Lichens? Lichens é um autor que desenha sons, delicadamente, e com voz, electricidade, samples eloops soprados pelos pedais. Ou que suspende a música no ar, sem vontade de a fazer descer. E com efeito, estão lá as nuvens, os círculos, as texturas, como manda a suave austeridade da Kranky, para a qual o próprio editou os seus dois discos a solo (The Psychic Nature of Being, de 2005 e Omns, de 2007, se descontarmos os splits com White, Cloudland Canyon e Lexie Mountain).

No entanto, reduzir Lichens a um estilo seria uma tremenda injustiça. Este ex-90 Day Men, que foi também um dos OM na última digressão americana do duo liderado por Al Cisneros, prefere os sons (seus, de criaturas inventadas, de outros objectos) aos ambientes, e o acaso, no encontro com o público, à ordem da canção. Dito de outro modo, Robert Aiki Aubrey Lowe cria nos concertos verdadeiras comunidades de ouvintes. E é isso que vai acontecer neste regresso à Galeria Zé dois Bois. JM

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Xamã
Colectivo fantasma de geometria variável em estreia na Zé dos Bois sob a forma de tríada eléctrica. Constituído por alguns dos mais generosos e talentosos músicos nacionais, a banda – qual mito urbano – afasta-se do percurso a que são frequentemente associados os seus membros para abraçar a surpresa T-O-T-A-L. SH

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