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CONCERTOS
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Programação 2007
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Sexta e Sábado dias 5 e 6 de Janeiro s 21h30
ART PROJECT
‘STUPID GREEN’ c/ Jochen Arbeit, sa Frankenberg e Vania RoviscoProvenientes de diferentes áreas artísticas, Jochen Arbeit (membro de Einsturzende Neubauten, colaborou, entre outros, com Lydia Lunch, Nick Cave e Alexander Hacke), sa Frankenberg (entre outros trabalhos fez o desenho de luz para os filmes “Dogville” e “Manderlay” de Lars von Trier) e Vania Rovisco (reconhecemos o seu trabalho em peças da coreógrafa Meg Stuart/Damaged Goods), três reconhecidos criadores juntam-se em Stupid Green (estreado em Berlim no Roter Salon/Volksbuehne), em busca de cumplicidades.
Dentro de uma instalação de luz, um músico que toca guitarra e uma performer que toca horn, consequência do movimento do sopro/corpo, dá-se lugar a uma sonoridade.
Um convite ao público a ver um músico a trabalhar com movimento para criar o seu sound scape.
Entrada: 7.5€
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Sábado dia 13 de Janeiro às 23h00
Biblia Party Sessions
Festa de lançamento do nº 26 da revista BíbliaBORN A LION
GREEN MACHINE
DJ Vaipes (Tiago Gomes)As escrituras pouco sagradas de Tiago Gomes e seu corpo flutuante de colaboradores chegam ao número 26. O tema da nova Bíblia é África, a festa é na Zé dos Bois com Born a Lion, Green Machine e DJ Vaipes (Tiago Gomes).
Born a Lion
Trio da Marinha Grande com raízes espirituais na América profunda. Do country de Johnny Cash ao blues de John Lee Hooker, passando pela urgência rock dos MC5, os Born a Lion trazem a Lisboa o álbum “John Captain”, que contou com colaboração de Paulo Furtado (Legendary Tiger Man, Wray Gunn).Green Machine
Os Green Machine chegam à ZDB depois de um 2006 repleto de concertos explosivos em Portugal e Espanha. Próximos de bandas como os Vicious Five e If Lucy Fell, com quem de resto já partilharam palcos, o grupo de Barcelos adultera positivamente a tradição garage-punk com ramificações várias, sendo o blues a mais palpável. Editaram em Junho do ano passado o álbum “Themes for the Hidebounds”, com o apoio da agitadora Lovers & Lollypops.Entrada: 6 €
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Sábado dia 20 de Janeiro às 23h00
O’ QUE STRADANo âmbito do lançamento do seu 1º EP
Os O`queStrada estão a caminho! Há 5 anos em viagem, pla`Stradas nacionais e internacionais, mudam de velocidade e gravam um 1º EP. Em breve haverá mais, esteja atento! Para já Rendez-Vous na Zdb.
Os O`queStrada* estão a caminho, orquestram a estrada no encalço de todos vocês e desenham o seu mapa de fronteiras musicais numa saga de enredo, fugas, amor, mistério e acção.
Universal e indescrítivel, a sua sonoridade ousa uma fusão única impregnada do espírito do fado, do ska, da pop, do funáná e de outras histórias que cruzam o seu caminho. Esta trupe de 5 músicos, com os seus instrumentos base: a guitarra à portuguesa, a contra-bacia, a guitarra rítmica, a voz e o acordeão, falam entre eles uma língua singular, energética e popular numa viagem sonora 99% acoustic style.*Orquestrar a estrada, os caminhos que percorremos, o imprevisto. É na estrada que desmistificamos as regras musicais impostas, que nos pomos em risco e encontramos outros.
Entrada: 7.5 €
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Sexta dia 26 de Janeiro às 23h00
Mandinga Coupé sessions
MAIO COUPÉ DJUMBAI JAZZ
Djumbai Jazz exploram uma das mais ricas culturas musicais do mundo, Mandinga (música Etno Gumbé, agora revitalizada com influências urbanas). Os Mestres Djumbai são artesãos de ritmos e melodias tão fluídas, que parecem impossíveis, sons que imanam uma claridade hipnótica, intensa e inocente.
O grupo, formado em Portugal, 1998, é composto por voz, percussão, kora, guitarra eléctrica e acústica, e dança.
A cultura “Afro-Mandinga” abrange paises como Guiné-Bissau, Mali, Burkina-faso, Libéria, Senegal e Costa do Marfim. Os instrumentos Djembé e os Dunun, são a base de todos os ritmos tradicionais, que acompanham os respectivos rituais quotidianos deste povo.Formação:
Maio Coupé: Voz e Percussão
Cabum: Percussão
Galisa: Kora
Sidi: Guitarra eléctrica
Sadjo: Guitarra acústicaEntrada: 5 €
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Sábado dia 27 de Janeiro às 23h00
Sempre_em_festa_sessions
KUMPANIA ALGAZARRA
“Uma viagem musical às diversas culturas do mundo… (…) Os Kumpania Algazarra utilizam uma mescla de sonoridades que vão desde a música do leste, norte de África, médio-oriente até à música popular portuguesa.
É a originalidade na fusão, a energia nas letras, o suporte instrumental e as melodias vibrantes que levam os Kumpania Algazarra ao palco.”
Entrada: 5 €*************************************************************************
Sábado dia 3 de Fevereiro às 23h00
Variable_geometry_sessions
ORQUESTRA VGO
A música produzida pela Orquestra da Geometria Variável resulta do jogo do material acústico versus o electrónico, numa contínua busca de pequenos detalhes e significados – o som rompe do silêncio para nele voltar a megulhar…
Com esta organização formal do caos, tenta-se aplicar novos conceitos de indeterminação e composição instantânea, através da erupção assimetricamente alternada de momentos de som e silêncio (ausência de som identificável) com predominância para estes últimos, seja pela emissão de sons de características subliminares e psico-acústicas, seja pela completa ausência de sons, permitindo assim aos músicos recuperar o seu ritmo natural de respiração e sentido aleatório de pulsação, bem como escutar toda a espécie de acontecimentos sonoros que estejam a ocorrer nesse preciso momento no espaço envolvente, ou então “simplesmente” escutar o que outro músico tenha começado, entretanto, a fazer, sem a preocupação de responder imediatamente e assim encher de forma inútil o espaço sonoro.Entrada: 6 €
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Sexta-Feira dia 9 de Fevereiro às 23h00
Feijoada_de_soco_sessions
THE HOSPITALS
LOBSTER
The Hospitals
Imparável formação de rock’n’roll absolutamente explosivo e ruidoso (agora em quarteto), os Hospitals lançaram em 2005 o delirante «I’ve Visited The Land of Jocks and Jazz», na Load Records (Lightning Bolt, Sightings, Arab On Radar), após a edição do seu primeiro disco ter ocorrido na emblemática In The Red. Descendentes directos do rock mais estrambólico e avariado, seja o dos Monks, Electric Eels, The Homosexuals, Harry Pussy ou dos Comets On Fire do primeiro álbum, são guitarra, voz e bateria que transcendem as muralhas habituais desta música, com exploração de ruído dentro de estruturas composicionais igualmente fragmentadas e hiperactivas, em tensão constante.
Não interferindo guturalmente na matriz do rock mais transviado e mutante, mas na do rock mais puro, os Hospitals parecem prometer um novo tipo de suor para o novo século. Quem os viu no final de 2005 na ZDB de certeza que não se esqueceu do escavaco completo que tomou lugar. O moshpit mais violento da história recente da casa, no dia em que parecia que o tecto ia cair a qualquer momento.Lobster
Duo nacional que já se afirmou como uma das mais intensas festas rock do país. Com uma parede amplificadores imponente, lançam-se com guitarra e bateria em composições e improvisações de caleidoscopia matemática, onde o fulgor hiperactivo da bateria é contraposto por seis cordas electrificadas no limite da concentração. A quem procurar paralelos pode-os encontrar na histeria espasmódica dos Lightning Bolt ou Hella, com semelhante virtuosismo e fulgor, só que muito mais stage diving.
Depois de lançarem «Fast Seafood» pela Merzbau já tiveram um split celebrado com os Veados Com Fome na Lovers & Lollypops, e andarem em tour pela europa com os franceses Gatechien. Do melhor headbacking oblíquo que este país já conheceu.Entrada: 7.5 €
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Sábado dia 10 de Fevereiro às 23h00
Solo_sessions
KIMI DJABATE
PEDRO GOMES
KHALID ASERIATTrês actuações a solo, com Kimi Djabate em balafon, Pedro Gomes em guitarra acústica e Khalid Aseriat em gembri. Antecipam-se momentos de procura genuína e revelação superior.
Kimi Djabate
“Kimi Djabaté nasceu no meio de uma comunidade repleta de músicos profissionais. É oriundo da aldeia de Tabato, na Guiné-bissau, vivendo em Portugal há mais de 10 anos. Canta em língua mandinga e toca balafon desde os oito anos de idade. Tocou com gente de reconhecidos méritos como Mory Kanté, Waldemar Bastos e Manecas Costa. (…) Além de ser um virtuoso no balafon, enche um palco na forma expressiva e sanguínea como interpreta as suas canções.” in Crónicas da TerraPedro Gomes
Uma das figuras centrais das novas músicas exploratórias actualmente a inflamar em Lisboa, Pedro Gomes (CAVEIRA, Manta Rota, Braço) apresenta-se pela primeira vez a solo na ZDB. Em palco, apenas uma guitarra acústica, com a qual explorará livremente uma ligação que começou nos discos de John Fahey.Khalid Aseriat
Membro dos Asilah Gnawa, formação de músicos e cidadãos marroquinos residentes em Portugal, Khalid Aseriat traz à ZDB a singularidade colorida do gembri, instrumento tradicional da zona do Magrebe.Entrada: 7 €
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Quinta-Feira dia 15 de Fevereiro às 23h00
Party_hard_sessions
X-WIFE
Enquadrados num primeiro momento no movimento de revitalização do legado pós-punk, os X-Wife transcenderam definitivamente os limites dessa catalogação castrante com “Side Effects”, o mais recente registo do trio. A forma como misturam uma intensa muralha de baixo e guitarra com uma insolente componente electrónica faz da sua música um caso raro de coesão e actualidade, que urge experienciar ao vivo.Entrada: 7.5 €
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Segunda-feira 19 de Fevereiro às 23h00
Carnaval_party_sessions
ANÓNIMA NUVOLARI
FREESTYLEIRAAnónima Nuvolari
“Anónima Nuvolari é constituída por um grupo de músicos italianos residentes em Portugal e provenientes de diferentes experiências musicais, os quais se juntaram com o objectivo comum da recuperação e valorização do património musical italiano na sua vertente mais alegre e dinâmica.
O conjunto é constituído por cinco músicos (acordeão e voz, guitarra e voz, sax soprano, contrabaixo, percussão). O repertório proposto pela Anónima Nuvolari afunda as suas raízes na música popular e consiste numa viagem através dos últimos 50 anos da canção italiana: tendo como ponto de partida o Maestro napolitano Renato Carosone, passa-se por referências como Fred Buscaglione ou Adriano Celentano, para chegar até autores contemporâneos entre os quais estão Paolo Conte e Vinicio Capossela, mantendo contudo uma continuidade artística baseada numa interpretação cheia de genuinidade e generosidade.”
Freestyleira
O colectivo de performers Freestyleira (leia-se Fristaileira) especializado em reveillons, casamentos, baptizados, velórios e funerais, ramadões, carnavais, entre outras festividades, traz à ZDB o seu colorido carrossel musical. Arqueólogos musicais detentores de um vasto espólio, resgatado de poeirentos baús de velhinhas reformadas, feira da ladra e lojas de segunda mão, mesclam e editam em formato digital uma onda sonora que não olha a divisões sectaristas de géneros musicais. Espera-se uma dose divertida de Funk, Disco, Pop, Electro, World Music, Folk, Reggae, Hip-Hop, Drum`n´Bass, Techno, 70’s, 80’s, 90’s e 00’s entre outros géneros. Freestyleira: aquilo que sempre quis ouvir e teve vergonha de dançar! Freestyleira: danada para a brincadeira!Entrada: 7.5 €
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Quinta-Feira dia 22 de Fevereiro às 23h00
inaugura_sessions
MANTA ROTA
Minimalão Battle: Nelson Gomes vs Pedro Gomes DJ setA propósito da inauguração da exposição
G de João Tabarra . 1ª Parte
Comissariado Natxo Checa | Produção ZDB
Manta Rota
Manta Rota, tradução indirecta do francês Ensemble Freak, é um sexteto de improvisação comunal. Proveniente de tradições, em iguais partes conscientes e inconscientes neste núcleo de músicos, de improvisação colectiva, casos dos Amon Düül, No-Neck Blues Band, ou dos Red Krayola de «Parable Of Arable Land», acabam por ser a primeira real manifestação local de um sintoma que se começa a registar pelo Ocidente ligado às músicas livres do séc. XXI.
Dos Estados Unidos (com Sunburned Hand of the Man ou Wooden Wand & The Vanishing Voice), à Finlânia (com Kemialiset Ystävät ou Avarus) ou à Austrália (Castings), desponta uma primeira geração – pelo número – em movimentações improváveis, de dinâmicas que vão para lá de banda, e regressam a comunalismos improvisados, informadas por décadas de música livre. Não são como as improvisações de grupo de Alan Silva para a BYG/Actuel, mas também; não são um «drum circle» hippie da treta, só um bocadinho; não são o drone eterno da A Band ou dos Vibracathedral Orchestra, mas já o ouviram. São outra coisa qualquer, de estilo ainda por nomear, de conhecimento tanto plural quanto recente de tradições e não-tradições, turismo musical pancontinental, feito de interesse e fascínio por manifestações de expressão crua e inusitada.
Manta Rota é constituído por elementos de Gala Drop, CAVEIRA, The Vicious 5, Phoebus, Braço, Fish & Sheep e mais alguém que foi lá parar à procura de sensações efluvianas.Entrada livre
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Sexta-Feira dia 23 de Fevereiro às 23h00
Faz_tu_mesmo_sessions
Linda MartiniDepois de um concerto que entrou para os terrenos do mítico em Abril do ano passado, os Linda Martini regressam à ZDB com um novo álbum, Olhos de Mongol, descrito pelo Diário Digital como “um dos alicerces maiores de um certo novo-rock português”. Canções de palavras lusitanas, rasgadas por entre stoner-rock e nu-hardcore emocional.
Entrada: 7.5 €
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Sábado dia 24 de Fevereiro às 23h00
Electronica_sessions
ISAN
VÍTOR JOAQUIM + LAETITIAIsan
Duo inglês formado por Robin Saville e Antony Ryan, os Isan fazem aquilo a que se poderia chamar música experimental de interesse alargado. Apontando a um compromisso entre minimalismo e melodia, são responsáveis por muita da música mais interessante a ser editada actualmente pela berlinense Morr Music (casa dos Mum, Lali Puna ou Ms. John Soda).
Acompanha-os desde sempre a etiqueta IDM – intelligent dance music –, que é falaciosa, ainda que os Isan sejam de facto inteligentes e façam uma espécie de música de dança. A paixão por sintetizadores analógicos é sintomática de uma multiplicidade criativa que se estende a vários níveis, e que «Plans Drawn In Pencil», o álbum mais recente, atesta de forma superior.Vitor Joaquim
Improvisador electrónico, compositor e artista media, Vítor Joaquim começou a experimentar com música improvisada em 1982, compondo para dança, teatro, cinema, vídeo, instalações e arte multimédia. Em 2000 iniciou os EME – Encontros de Música Experimental, mostra anual consagrada à divulgação das novas linguagens musicais, sonoras e visuais.
«Flow», o seu mais recente álbum, é um dos momentos maiores da sua considerável discografia. Descrito por Eduardo Chagas como um disco onde “micro-electrónica, ruído modulado e glitch digital convivem no interior de paisagens surreais, que, sem seguirem um único figurino estilístico, apelam a um imaginário melancólico de líquidos borbulhantes”, «Flow» foi recentemente nomeado pela revista Wire como um dos melhores discos de 2006.Laetitia
“3leds é o nome do projecto de visuais elaborado por Laetitia Morais. (…) As imagens criadas para este projecto revelam estruturas biológicas, que se vão desenvolvendo em relação às frequências e ao volume do som. Corresponde-se assim a música electrónica à intrínseca cinética dos electrões. Além de imagens videográficas, a luz assume a mesma matéria do som. Pretende-se desta forma um sincronismo orgânico entre a música e o vídeo.”Entrada: 7.5 €
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Quarta-feira dia 28 de Fevereiro às 23h00
Dulcineia_sessionsA propósito da apresentação do livro
O Sol da meia-noite, de Manuel da Silva Ramos às 22h00.
MIKADO LAB
Mikado Lab é o mais recente projecto do experimentalista Marco Franco, onde a improvisação é componente fundamental. Segundo o próprio, épico, delicado, sónico, frenético, poético, diurno e nocturno são algumas das coordenadas que, apesar de aparentemente contraditórias, caracterizam a música do trio.Marco Franco: bateria / composição
Ana Araújo: fender rhodes / piano
Pedro Gonçalves: baixo eléctricoEntrada livre
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Quinta-feira dia 8 de Março às 23h00
Free_America_sessions
JOSEPHINE FOSTER
WARMER MILKSJosephine Foster
Já com vários discos editados regularmente na Locust, a solo, em duo com o contrabaixista de «free jazz» Jason Ajemian no duo Born Heller, em trio de rock
despido com os Supposed e acabada de organizar uma compilação na fulcral revista de pensamento contemporâneo Arthur contra a guerra no Iraque (que conta com Devendra Banhart, os Angels of Light de Michael Gira ou os Cherry Blossoms), Josephine Foster
tem-se tornado das vozes mais activas e carismáticas em obra e gesto dos escritores de canção norte-americanos da sua geração.
Guitarrista e harpista extremamente segura e inventiva, bem como dona de uma voz riquíssima, de capacidades virtuosas mas sabiamente geridas, inspira-se numa série de influências. Da música da América antiga, dos espirituais e dos pré-blues em geral, das canções de bandidos e perdição da América esquecida do interior e do sul, da excentricidade e luz de Tiny Tim à placidez de uma Joan Baez em início de carreira. Ao mesmo tempo, o seu mais recente registo, «A Wolf In Sheep’s Clothing», é uma contemporaneização muito simples e natural do cancioneiro clássico europeu, muitas vezes esquecido por este círculo musical mais ligados às músicas independentes, de Schumann, a Wolf, Brahms e Schubert.
Junte-se isto a um apego muito particular pela marginália dos livres, dos perditos e dos malditos da canção anglo-saxónica, como Michael Hurley ou Cherry Blossoms e deparamo-nos com uma figura de casta rara, liberta, espontânea e leve e aberta a todo o tipo de manifestações, artísticas no particular e humanas no geral. Uma das jóias da coroa do «songbook» dos Estados Unidos desta década.Warmer Milks
Da prosa, ainda não tão habitual quanto isso, que vai saindo sobre os Warmer Milks, das poucas coisas em que se vai concordando em todos os textos, é que não há definição possível encapsule todos os tipos de manifestação criativa que vão edificando. A primeira vez que os ouvimos, no final de 2005 no cd-r «Penetration Initials», mostrava-nos uma obra-prima em forma de uma canção de 20 e tal minutos, sem paragens, tipo Galaxie 500 e Savage Republic a fazerem uma jam épica de meia hora sem qualquer tipo de melodrama – só vozes lindíssimas a flutuar, encaixes de guitarra e percussão entre Grateful Dead, Pentangle ou Royal Trux.
Após digressões com Six Organs of Admittance, Bonnie Prince Billy ou Howlin’ Rain, foram editando em 2006 uma catrefada de CD-Rs e outros lançamentos caseiros, bem como um LP de estreia na Troubleman Unlimited, «Radish On Light». Uma espécie de princípio de versão concretizada extremada do que é querer sempre fazer diferente, sem ter obrigatoriamente que enveredar por um idioma ou encontro de idiomas de improvisação – faz-se diferente, não se perde é o feeling e a atitude. «Radish On Light» anda do freakout de free-rock, até explorações de ruído, até secções de berros aterrorizados que parece que saíram de um pesadelo garage, até momentos de canção obtusa à la Wyatt/Mayo Thompson, tudo com propriedade, abertura e concisão.
Criados por Michael Turner, que inicialmente convidava gente daqui e dali para tocar com ele, foi evoluindo nos últimos tempos para um trio sediado em Lexington, Kentucky, uma das capitais do underground norte-americano hoje em dia, os Warmer Milks passam pela ZDB na primeira vez que fazem umas datas na Europa.Programação Filho Único em colaboração com a ZDBMÜZIQUE
Entrada: 7.5 €
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Sábado 10 de Março às 23h00
Out_there_sessions
BIRDS OF DELAY
CURIABirds of Delay
A música do duo inglês Birds of Delay é uma das mais importantes manifestações do experimentalismo marginal contemporâneo. A avassaladora massa de som abstracto produzida por Luke Younger e Steven Warwick concretiza uma visão subversiva da prática artística, rumo a um transcendentalismo sonoro absoluto.
Próximos de formações como os Skaters, Dead Machines ou Hair Police, os Birds of Delay têm vindo a desenvolver uma intensa actividade discográfica, com lançamentos frequentes em editoras como a American Tapes (dos essenciais Wolf Eyes, onde editaram o excelente “Yee Decorum!”), AA Records ou Chocolate Monk, elas próprias entidades nevrálgicas do noise anglo-saxónico. O concerto/ataque na ZDB insere-se na primeira vinda do grupo a Portugal.Curia
Nova formação de quatro dos mais relevantes improvisadores portugueses, em estreia absoluta na ZDB: Margarida Garcia em guitarra com arco, Manuel Mota em guitarra, David Maranha em orgão Hammond e Afonso Simões na bateria.
Em palco, a exploração genuina de novas linguagens de expressividade musical, com pontos de contacto mais imediatos a estabelecerem-se na circularidade hipnótica dos seminais Osso Exótico (de David Maranha), nos momentos electricos do guitarrista Loren Connors e na singularidade preciosa das formações out-jazz de Sei Miguel, de que Manuel Mota e Margarida Garcia são membros regulares.Entrada: 6€
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Sexta-feira 16 de Março às 23h00
Duo_exchange_sessions
CRICKET TOTEMS: Gebbia vs Franco
FRANGO: Duo Rui Dâmaso / Vítor Lopes
Cricket Totems: Gebbia vs Franco
Duo de livre improvisação com o italiano Gianni Gebbia em saxofone alto e Marco Franco na bateria. Gebbia, instituído improvisador em saxofone alto e sopranino, tem criado o seu carismático trilho de expressão dentro das linguagens do jazz e das músicas livres, tendo já colaborado com figuras como Evan Parker, Alexander von Schlippenbach, Fred Frith, Lee Ranaldo, Jim O’Rourke, Peter Kowald, Gianluigi Trovesi, Louis Sclavis ou Otomo Yoshihide.
Por seu lado, Franco é uma figura central da música improvisada nacional, mantendo há mais de uma década com Nuno Rebelo um dos projectos essenciais das novas músicas portuguesas. Para além desta colaboração, já tocou ou gravou com músicos como Damo Suzuki, Kato Hideki, Audrey Chen, Massimo Puppillo ou Shelley Hirsh.Frango: Duo Rui Dâmaso / Vítor Lopes
A música de Rui Dâmaso e Vítor Lopes radicaliza ainda mais o assombroso ataque rock dos Frango enquanto trio, formação actualmente paralisada com a ausência de Jorge Martins, estabelecido artisticamente nos Estados Unidos. Em duo, o trabalho de Dâmaso e Lopes centra-se em fantásticos drones de vibrações mecânicas, a lembrar a espacialidade perturbada dos Double Leopards ou Sunroof.Entrada: 6€
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Quinta-feira 22 de Março às 23h00
Northern_exposure_sessions
Mi & L’au
Mi & L’au
Compostas na solidão esparsa dos bosques finlandeses, a música do duo Mi & L’au é de uma simplicidade desarmante, ao mesmo tempo elegante e austera.
Próximos da revitalização do imaginário folk levada a cabo por gente como Devendra Banhart ou Cat Power, os Mi & L’au encontraram o seu espaço discográfico na Young God Records, selo de Michael Gira (Swans, Angels Of Light) que edita ou editou entre outros o próprio Devendra, Lisa Germano e Akron/Family. É a editora perfeita para as confissões de voz, guitarra acústica e outras quase imperceptíveis instrumentalizações da dupla franco-finlandesa (Mi, ela, finlandesa, L’au, ele, francês), que ali lançou o magistralmente assombrado “Mi & L’au”. Trata-se da primeira actuação da dupla em Portugal.Entrada: 7,5€
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Sexta-feira 23 de Março às 23h00
Mandinga_sessions
KIMI DJABATÉ
Com base em melodias e ritmos afro-mandinga, Kimi Djabaté e a sua banda abordam a memória africana com um astuto sentido de contemporaneidade, juntando bateria, baixo e guitarra acústica à envolvência quente dos cantares e das percussões tradicionais.
A viver há mais de 10 anos em Portugal, Kimi Djabaté é oriundo da aldeia de Tabato, na Guiné-Bissau. Canta em língua mandinga e toca balafon desde os oito anos de idade. Em finais de 2005 editou o excelente “Teriké”, descrito por Luís Rei (Crónicas da Terra) como “música mandinga miscigenada de pop europeu”.Entrada: 6€
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Quinta-feira 29 de Março às 23h00
Iconic_sessions
RAMMELLZEE & DEATH COMET CREW“Rammellzee é uma das forças mais peculiares do post-punk nova-iorquino nos anos 80. O seu trabalho artístico assenta sobre a teoria por si desenvolvida e designada por “Iconic Panzerism”, vagamente baseada na reavaliação pós-estruturalista dos sistemas de linguagem, pormenorizando uma estratégia mais ou menos anárquica para a revisão do papel e do desdobramento da linguagem na cultura e na sociedade. Este plano é veiculado esteticamente no universo muito especial que Rammellzee criou e definiu como “Gothic Futurism”. As suas experiências com a abstracção da forma das letras foram fundamentais no movimento Graffiti em Nova Iorque e sua fama estabeleceu-se quando pintou as carruagens do metro com Jean-Michel Basquiat. Na música, Rammellzee é uma das vozes mais originais do hip hop, tendo introduzido nos anos 80 estilos vocais muito particulares cuja influência ainda hoje é sentida em grupos como os Beastie Boys. Os Death Comet Crew são seus colaboradores desde então e ajudaram na criação da facção mais dura, underground e também arty do hip hop emergente em Nova Iorque naquela década. Hispsters da downtown nova iorquina numa altura em que punk rockers e b-boys frequentavam as mesmas festas, misturam ritmos sincopados com fragmentos de diálogos de filmes e de emissões televisivas, scratch, guitarras caóticas e noise industrial, numa das mais curiosas intercepções entre pos-punk, no-wave, disco e hip hop resultante da colisão entre várias “cenas” periféricas de Nova Iorque nos anos 80.” in Fundação de Serralves
Entrada: 7,5€
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Sexta-feira 30 de Março às 23h00
Free_music_sessions
SVARTE GREINER
FEDERICO MONTI
PHOEBUS
Noite STFU na ZDB, em colaboração com a netlabel portuguesa Test Tube, com músicos e outros dinamizadores da área da electrónica que exploram a Internet enquanto meio catalizador de difusão livre.Svarte Greiner
Svarte Greiner é o alter-ego de Erik Skodvin, um dos mais interessantes músicos noruegueses actualmente a trabalhar as novas músicas electrónicas. Para além fundador da netlabel Miasmah, edita regularmente pela influente Type Records, tanto individualmente como em colaboração com Otto Totland na excelente dupla Deaf Center.Federico Monti
Artista argentino a residir em Barcelona, Monti trabalha em diversas plataformas microsonoras de música electroacústica experimental e improvisada. Edita primariamente através de netlabels como a espanhola CON-V ou a alemâ Subsource. Actualmente prepara um novo álbum, a sair ainda este ano pela Raster-Noton, eclética editora criada pelo artista avant-garde Carsten Nicolai.Phoebus
Projecto do português Afonso Simões (Manta Rota, Fish & Sheep, Braço), Phoebus aborda digitalmente os princípios da improvisação como entendidos em primeira instância por colectivos como o Theatre of Eternal Music, construindo muralhas de som circulares para as quais não parece existir princípio nem fim. O seu primeiro registo, “Peri Sable”, inaugurou o catálogo da netlabel portuguesa Test Tube. Subsequentemente tem editado através do seu próprio selo, a muito recomendável Rafflesia.Entrada: 6€
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Sábado 7 de Abril às 23h00
La_gsshaus_west_sessions
PARTYLINE
THE YOUTHS
TROUBE VS GLUE
Partyline
Partyline são Allison Wolfe, antiga vocalista das Bratmobile, Angela Melkisethian e Crystal Bradley, três raparigas norte-americanas instigadoras de motins pop encapsulados em irrepreensíveis canções de três minutos, ao estilo de outras formações femininas como Le Tigre ou Sleater-Kinney. Trazem a Lisboa o primeiro álbum, “Zombie Terrorist”, produzido por Chris Richards (Q And Not U) e editado pela Retard Disco.The Youths
Novo punk/hardcore da Grande Lisboa, próximo da electrizante festa rock que são os The Vicious Five, banda de que o baixista Rui Mata também faz parte.Trouble vs. Glue
Ele é Toni Troube, ela é Mrs. Glue. A dupla italiana Trouble vs. Glue submerge a estética electro-pop numa furiosa torrente punk, a lembrar uns Suicide com sentido de humor.Entrada: 7€
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Quarta-feira 11 de Abril às 22h00
Raw_power_sessions
THE VICIOUS FIVE
THE VIPERS
The Vicious Five
Porta-estandartes involuntários da nova música urbana portuguesa, os The Vicious Five voltam a assaltar o palco da ZDB com o seu hardcore inteligente, onde a soul se mascara de punk-rock.The Vipers
Originários de Manchester, Inglaterra, os Vipers são um conjunto agit-punk na linha dos míticos Crass. Garage-rock militante, sem concessões, em estreia absoluta em Portugal.Entrada: 6€
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Sexta-feira 13 de Abril às 23h00
The_scene_is_now_sessions
RODRIGO AMADO QUARTETO
Inquestionavelmente um dos mais esclarecidos improvisadores portugueses (conferir nos excelentes “Spititualized” e “Teatro”, as suas últimas gravações), o saxofonista Rodrigo Amado apresenta na ZDB um novo quarteto, algures entre o hard-bop, o free jazz e a livre-improvisação, com Manuel Mota na guitarra, Hernâni Faustino no contrabaixo e Peter Bastiaan na bateria.Entrada: 6€
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Sábado dia 14 de Abril às 23h00
Negócio_sessions
ELA-NÃO-É-FRANCESA-ELE-NÃO-É-ESPANHOL
Duo de voz e harpa com Inês Jaques e Eduardo RaonApós a apresentação no NEGÓCIO de eDGe, o público é convidado a ouvir na ZDB o som de Inês Jaques e Eduardo Raon.
Este duo de voz e harpa tem desenvolvido música nem sempre fácil de catalogar. Não pode ser definido como Jazz apesar de ser essa a sua origem.
Eduardo Raon e Inês Jacques conheceram-se durante a composição de “Reconciliation”, álbum de Hipnótica, 2004. Inês Jacques convidou Eduardo para um projecto que há muito queria concretizar mas que até à data não tinha sido possível por não ter encontrado ainda um parceiro ideal.
Desde então começaram devagar a desenvolver música para esta rara combinação instrumental. ELA-NÃO-É-FRANCESA-ELE-NÃO-É-ESPANHOL tem trabalhado e feito arranjos sobretudo sobre Jazz standards e Pop.
O resultado não é Jazz, porque esta combinação não é propícia ao swing, mas é precisamente nesse facto que se torna interessante: qual é o resultado dessa música a que estamos habituados que tenha swing e groove específicos, nesta linha exposta e crua, mas também marcada pela versatilidade, humor e seriedade destes dois músicos?Entrada: 5€
Entrada Livre para quem possuir bilhete do NEGÓCIO*************************************************************************
Sexta-feira 20 de Abril às 23h00
Jazz_improv_sessions
THOLLEM McDONAS
NEW THING NONET
Thollem McDonas
Compositor e improvisador de méritos firmados, o pianista norte-americano Thollem Mcdonas tem como princípio “ler nas entrelinhas e tocar fora delas”. Descrita pelo próprio como “post-classical circus punk jazz free music”, a música de McDonas é de uma complexidade interpretativa sinuosa, por vezes reminiscente de Cecil Taylor. Pela primeira vez em Lisboa, irá apresentar-se a solo, na sequência das composições para piano quem tem vindo a gravar para editoras como a Pax Recordings ou a Edgetone Records.New Thing Nonet
Noneto coordenado pelo improvisador e agitador par excellence Ernesto Rodrigues, mentor da Orquestra VGO e fundador da editora Creative Sources Recordings, entre outras inúmeras iniciativas aglutinadoras. Os terrenos a explorar por esta formação situar-se-ão algures entre as fronteiras abstractas do free jazz, na melhor tradição europeia.Formação:
Ernesto Rodrigues – violino
Guilherme Rodrigues – violoncelo
Ricardo Pinto – trompete
Eduardo Lála – trombone
Alípio Carvalho Neto – saxofone tenor
Rodrigo Pinheiro – piano
Hernâni Faustino – contrabaixo
Monsieur Trinité – percussão
Peter Bastiaan – bateriaEntrada: 6€
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Sábado 21 de Abril às 23h00
Cantautor_errante_sessions
VIKING MOSES
MORGANSORANGEViking Moses
Um dos maiores nomes da nova canção americana, Viking Moses (persona artística de Brendon Massei) é um nómada com uma imensa consciência de pertença musical. A sua inclusão na mítica compilação “Golden Apples Of The Sun”, idealizada por Devendra Banhart e provavelmente o documento essencial do novo folk psicadélico norte-americano, é disso exemplo maior. A intensidade catártica das suas actuações ao vivo contrasta com “Crosses”, o seu último álbum, colecção de sussurradas canções apaixonadas dedicadas a “Emma”. Actua pela primeira vez em Portugal, apesar de estar há mais de dez anos em digressão permanente, repartindo o palco com músicos como Will Oldham, Cat Power, Devendra Banhart ou Jason Molina.Morgansorange
A pop lo-fi dos Beat Happening é a referência mais próxima à musica de Morgansorange, ou Morgan’s Orange, alter ego do californiano Ronny Benway. A simplicidade das suas canções, onde frequentemente macacos, abelhas e todo o tipo de vegetais são os temas centrais, remete para um imaginário ambíguo, onde a aparente inocência interpretativa esconde por vezes traços esquizóides, a lembrarem os tempos ácidos de Captain Beefheart or Frank Zappa.Entrada: 7€
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Sexta-feira 27 de Abril às 23h00
Novos_tradicionalistas_sessions
LARKIN GRIMM
NORBERTO LOBO
Larkin Grimm
Algures entre a imensidão mágica e bucólica de Townes van Zandt e a beleza frágil de Joni Mitchell, Larkin Grimm surge como uma das essenciais novas figuras do movimento folk “New Weird America”, termo cunhado pelo jornalista David Keenam a propósito da folk psicadélica norte-americana contemporânea. Larkin cresceu num ambiente comunal em Dahlonega, Georgia, rodeada por todo o tipo de manifestações artísticas marginais, génese da generosidade criativa que a sua música, inebriante e delicada, reflecte luminosamente. Estreia-se em palcos portugueses depois de digressões pela Europa e Estados Unidos ao longo de 2006, a propósito do magnífico “The Last Tree””, editado pela Secret Eye. O próximo álbum, com edição prevista para breve, já terá o selo da Young God Records de Michael Gira.Norberto Lobo
É nada menos que extraordinária a relação que o lisboeta Norberto Lobo tem vindo a desenvolver com a guitarra clássica. Por um lado influenciado pela actual revitalização da folk norte-americana, os seus dedos recuperam intrinsecamente a tradição portuguesa, lembrando simultaneamente mestres tão díspares como Carlos Paredes e John Fahey.Entrada: 7,5€
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Sábado 28 de Abril às 23h00
On_the_vanguard_sessions
TRIOSK
Trio australiano composto por Adrian Klumpes (piano, electrónica), Ben Wapples (contrabaixo) e Lawrence Pike (bateria), os Triosk exploram os terrenos mais criativos do jazz improvisado, fundindo-o com elementos do minimalismo electroacústico, um pouco à imagem dos seus compatriotas The Necks. Para além dos excelentes “Moment Returns” (2004) e “The Headlight Serenade” (2006), para a história fica a sua associação ao alemão Jan Jelinek, uma das figuras mais importantes da electrónica contemporânea, no álbum “1+3+1”, de 2003, indiscutivelmente um dos momentos maiores da música moderna do século XXI.
Entrada: 7,5€
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Sábado 05 de Maio às 23h00
Out_folk_sessions
JAMES BLACKSHAW
RITA BRAGAJames Blackshaw
Regresso à ZDB de James Blackshaw, fantasista britânico da guitarra de dozes cordas, depois da noite partilhada com Josephine Foster em Março de 2005. Bastante mais próximo da folk psicadélica norte-americana do que de qualquer outro movimento actualmente a acontecer na Europa, o virtuoso Blackshaw encontra as suas principais referências no catálogo da Takoma, lendária editora fundada por John Fahey no final dos anos 50.Rita Braga
Cada vez mais celebrada, a música de Rita Braga sustenta-se na redescoberta interpretativa de músicas tradicionais folclóricas de origens diversas, sempre num formato acústico. Presentemente, o ukelele (instrumento semelhante a uma guitarra acústica, com origem no cavaquinho) é o meio central às suas explorações etnomusicais, às quais confere irresistíveis nuances oníricas.Entrada: 7,5€
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Terça-feira 08 de Maio às 22h00
Sing_us_a_song_sessions
JANA HUNTER
TARA JANE O’NEILJana Hunter
Cantora e compositora frequentemente referenciada em conexão com Devendra Banhart, com quem gravou em 2005 para a Troubleman Unlimited um dos mais brilhantes splits da história recente, a norte-americana Jana Hunter é uma artista maior por mérito próprio. O seu primeiro álbum a solo, “Blank Unstaring Heirs of Doom”, lançado pela Gnomonsong, editora gerida pelo próprio Devendra em colaboração com Andy Cabic (Vetiver), atesta-o, perpetuando em fita uma pureza elementar que toca bem fundo. Apresenta-se pela segunda vez na ZDB, depois da noite em Fevereiro do ano passado que dividiu com os Castanets de Ray Raposa.Tara Jane O’Neil
Figura constante no underground norte-americano, desde os tempos da geração do denominado «alt-country» de Louisvile com Rodan e Retsin até ao mais recente «In Circles», editado pela Quarterstick, a multi-instrumentista Tara Jane O’Neil possui uma das vozes mais poéticas e subtis da canção americana da última década. Trata-se igualmente da sua segunda actuação no palco da ZDB.Entrada: 7,5€
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Quarta-feira 09 de Maio às 22h00
Beginning_to_see_the_light_sessions
ADRIANA SÁ
SIMÃO COSTA“Dickson Dee e eu travámos conhecimento com o trabalho um do outro sem nos conhecermos pessoalmente. Resolvemos que ele vinha a Lisboa para tocarmos juntos. À última hora ele teve que cancelar parte da sua tournee pela Europa, e o encontro comigo também. Tornou-se minha missão transformar este acidente em poesia.
Este espectáculo é um teatro musical; desdobro-me em dois. Do material sonoro que Dickson me disponibilizou seleccionei o que mais contrasta com o meu, formal e estilisticamente. Sem concessões ao conforto. Estes sons são processados e remisturados via programação MIDI, com sensores de pressão e rotação. Em diálogo com cítara, sampler, modular synth e instrumento de percussão lumínica.” Adriana SáAdriana Sá
“Com formação em música e Belas Artes, Adriana Sá é artista trans-disciplinar, performer improvisadora/ compositora. Desenvolve e apresenta trabalho pela Europa, EUA e Japão desde os anos 90. Do seu processo de criação faz parte o próprio desenho e construção da instrumentação. O som pode conjugar-se plasticamente com luz, arquitectura, movimento, metereologia ou palavras. Parte da instrumentação é de escala arquitectónica, e concebida para adquirir novas características cada vez que é instalada, – tem que se entrar nela para a tocar ou fruir. O espaço torna-se reactivo. Quaisquer que sejam os instrumentos utilizados, arquitectónicos ou portáteis (menos tempo requerido para o set-up), o trabalho de Adriana relaciona a performance musical com contextos específicos que envolvem lugar, memória e pessoas.” in www.lisboa20.ptSimão Costa
Trabalhando com fotografia, vídeo, dança, animação, arquitectura, cinema e tecnologia, Simão Costa tem vindo a desenvolver projectos de criação áudio-visual que se caracterizam pela investigação em tecnologias interactivas ao nível do som, da imagem e da luz, levando a arte digital contemporânea ao quotidiano das pessoas. Traz à ZDB Pi_ano Project, uma performance/concerto intermédia para piano solo, electrónica ao vivo em tempo-real, vídeo e interactividade do público. controla a estrutura/partitura virtual do concerto, ao mesmo tempo que gere os níveis de interacção da audiência.Entrada: 5€
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Quinta-feira 10 de Maio às 23h00
Baile_funk_sessions
BONDE DO ROLE
Funk carioca, Miami bass, hip-hop tropical, samples de faixas rock da década de 80: o trio brasileiro Bonde do Role é uma das mais animadas festas da pop globalizada. Formado em 2005 pelos DJ’s e produtores Rodrigo Gorky e Pedro D’eyrot e pela vocalista Marina Ribatski, o Bonde do Role é, talvez apenas a par dos Cansei de ser Sexy, o maior nome da música urbana contemporânea brasileira. O primeiro álbum, “With Lasers”, tem lançamento marcado para os primeiros dias de Junho através da über cool Domino, casa de Artic Monkeys, Franz Ferdinand ou Bonnie “Prince” Billy.No âmbito da programação do Centro de Documentação ZDB vai ser exibido, antes do concerto, o documentário “Tá Tudo Domindo”realizado por Roberto Maxwell.
O filme consiste num interessante documento acerca do fenómeno do baile funk no Brasil, contado na primeira pessoa por alguns dos seus mais importantes protagonistas.Tá Tudo Dominado ’27 min
Argumento e direcção: Roberto Maxwell
Direcção de fotografia: Afra Sana
Assistente de fotografia: Ivan de Angelis
Pesquisa: Talitha Dallacosta
Edição: Aline Carvalho
Direcção de Produção: Amanda Di Masi
Produção: Universidade Estácio de Sá
Elenco: DJ Marlboro, Mr. Catra, Ivo Meirelles, Verônica Costa, Rômulo Costa, Siro Darlan, Cidinho & Doca, Garrincha & Julinho, Bob Rum, Tati Quebra-barraco, Sindy OhannaEntrada: 7,5€
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Sexta-feira 11 de Maio às 23h00
Free_form_open_form_sessions
CHARALAMBIDES
OKKYUNG LEE & MANUEL MOTA
Na mensalidade da ZDB para Maio, depois de um hiato no mês de Abril, a Filho Único apresenta uma noite conjunta do duo de Manuel Mota e Okkyung Lee com os norte-americanos Charalambides.Charalambides
Ao lado de Matt Valentine, os Charalambides, duo de Christina e Tom Carter, são os pais fundadores da vaga de artistas que nos anos 90 voltou a recuperar as formas basilares das músicas tradicionais norte-americanas e misturou de forma profunda esse conhecimento com manfestações artísticas livres de vária estirpe. Editaram no ano passado o seu terceiro disco pela Kranky, «A Vintage Burden».Okkyung Lee & Manuel Mota
Manuel Mota acaba de lançar o brilhante disco duplo «Outubro» e Okkyung Lee, violoncelista residente em Nova Iorque com quem Mota já colaborou na edição de 2005 do Festival Atlantic Waves, toca pela primeira vez a Portugal.Entrada: 7,5€
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Sábado 12 de Maio às 23h00
Peel_slowly_and_see_sessions
JOSETXO GRIETA
ANTOINE CHESSEX
Josetxo Grieta
Colectivo noise-rock/no-wave nascido em Bilbao em 2006, Josetxo Grieta é formado por Mattin (voz, guitarra), Josetxo Anitua (voz, diversas manipulações electrónicas), e Inigo Eguillor (bateria, percussão), três músicos com um extenso currículo nas esferas mais subversivas da música improvisada. Mattin em particular é um agitador incansável: ensaísta atento ao pensamento contemporâneo, fundador da editora w.m.o/r e da netlabel Desetxea, colabora ou já colaborou com gente como Tony Conrad, Eddie Prévost ou John Butcher.Antoine Chessex
Personagem emergente na cena improvisada europeia, Antoine Chessex explora uma ligação entre o jazz e o noise mais extremo, sujeitando o seu saxofone tenor a uma série de amplificações e transfigurações abrasivas, na linha dos norte-americanos Borbetomagus.Entrada: 6€
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Quinta-feira 17 de Maio às 23h00
My_generation_sessions
JP SIMÕES
JP Simões apresenta na ZDB “1970”, o seu primeiro disco a solo. Depois dos Belle Chase Hotel e do Quinteto Tati, “1970”, ano do nascimento do autor, reflecte sobre uma geração encravada num hiato histórico, influenciada pela música portuguesa e brasileira da década de 70.Entrada: 10€
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Sexta-feira 18 de Maio às 23h00
Avant_tudo_sessions
ARRINGTON DE DIONYSO
TROPA MACACA
Arrington de Dionyso
Em colaboração com a Binaural, a ZDB apresenta Arrington de Dionyso, figura renegada da livre-improvisação norte-americana. Poli-instrumentista e experimentalista vocal, Arrington encontra-se do lado de fora do jazz, do rock, da folk. A solo ou com os Old Time Relijun (mítico grupo avant-rock da K Records), Arrington transcende o real, revolvendo radicalmente as entranhas da prática convencional. Épico, assustador e inesquecível, tudo em doses absurdamente variáveis.Tropa Macaca
Ju-undo (Joana da Conceição) e Símio Superior (André Abel) são Tropa Macaca, duo nortenho de ruído seminal, construído e destruído a partir de uma junção de electrónicas, guitarra eléctrica e vocalizações transfiguradas. Apresentam na ZDB estilhaços do novíssimo “Marfim”, primeiro longa-duração em vinil, a sair pela Ruby Red Records, dos lisboetas Loosers.Entrada: 6€
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Sexta-feira 25 de Maio às 23h00
Minimal_drone_guitar_boggie_sessions
TETUZI AKIYAMA
HERVÉ BOGHOSSIANTetuzi Akiyama
Tetuzi Akiyama é uma das pedras basilares de todo o underground nipónico. Surge na cena improvisada japonesa como um guitarrista único e altamente experimental, aplicando a improvisação e o noise quer à guitarra acústica, em improvisações lentas, cruas mas belas e assombrosas, quer à eléctrica, manipulando tons perfurantes e explorando as suas variações micro-tonais.Hervé Boghossian
Um dos mais interessantes experimentalistas das novas músicas francesas, Hervé Boghossian tem vindo a desenvolver um campo de trabalho bastante eclético, colaborando frequentemente com Günter Müller, AMM, John Tilbury ou Tetuzi Akiyama.Entrada: 7€
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Sábado 26 de Maio às 23h00
It’s_the_new_thing_sessions
HUMANIZATION 4tet
O Humanization 4tet é um jazz combo orgânico luso-americano que junta dois músicos portugueses, o guitarrista Luis Lopes e o saxofonista Rodrigo Amado, a dois músicos norte-americanos, Aaron e Stephan Gonzalez, respectivamente contrabaixista e baterista. São quatro músicos oriundos do jazz e da música improvisada com percursos que não dispensam a passagem pelos mais variados estilos musicais como o rock/pop, o blues, o hip hop e o punk.Luis Lopes – guitarra eléctrica
Rodrigo Amado – sax tenor, alto e barítone
Aaron Gonzalez – contrabaixo
Stephan Gonzalez – bateriaEntrada: 6€
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Terça 29 de Maio às 21h30Apresentação da comitiva mexicana presente em Lisboa para a Trienal de Arquitectura.
19:00 Mostra de colectânea de vídeos Dream House
21:30 Concerto Wakal
México_SessionsWAKAL
Músico, produtor e designer, Wakal – alter ego do mexicano Jorge Govea – iniciou em 1998 um extenso trabalho na area do “field recording”, procurando o caos e a riqueza sonora da Cidade do México. Os álbuns “Wakal – Pop Street Sound” e “Desvia Si On Again”, editados respectivamente em 2003 e 2006 na Discos Konfort, misturam esse imaginário urbano com uma inebriante pulsação pop.Entrada Livre
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Quinta-feira 31 de Maio às 23h00
Sempre_a_rock_&_rollar_sessions
NICOTINE’S ORCHESTRA
ALMANDINO QUITE DELUXE
Nicotine’s Orchestra
Nick Nicotine, guitarrista e vocalista dos Act-Ups, regressa à ZDB com o seu setup one-man band, sinónimo de festa rock à antiga. Em palco, bateria, guitarra e microfone, num contínuo hipnotismo garage, revelam em primeira mão os sons de “La Trahion De Sons”, o novo álbum da Nicotine’s Orchestra (edição Hey! Pachucho).Almandino Quite Deluxe
“Rock n´roll primitivo, alucinios constantes, blues, soul e um garage-punk capaz de romper qualquer alma é o que o duo italiano Almandino Quitedeluxe tem para oferecer. Há aqui aquele surf dos sessentas, o fuzz do garage de detroit, a esquizofrenia de uns Pussy Galore.” Lovers & LollypopsEntrada: 6 €
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Sexta-feira 01 de Junho às 23h00
And_then_there_were_two_sessions
DEAD COMBO
O fado vadio e western-spaghetti dos muito lisboetas Dead Combo (Tó Trips em “guitarras desajeitadas” e Pedro Gonçalves no “contrabaixo chunga”) regressa à ZDB. Segundo os próprios, “tocam Lisboa, a cidade do campo, das chaminés e das cúpulas brancas, tudo junto num voodoo de emoções, clichés e histórias entre o Tejo, as estradas do sul, os amantes desencontrados, anjos abandonados nas encruzilhadas do destino, vozes de mulheres, flores com cores trocadas, santos, câmaras ardentes, guitarras despidas, cuspidas e deitadas à rua, contrabaixos em fogo, cartolas, galinhas à solta e coisas que rolam na rua”. Nos dedos trazem os dois volumes de “Quando a Alma Não é Pequena”, a banda-sonora que compuseram para o filme de Daniel Blaufuks, “Slightly Smaller Than Indiana”, e o muito que ainda está para vir.Entrada: 8 €
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Sábado 02 de Junho às 23h00
The_way_ahead_sessions
JOHN BUTCHER
TELECTU & REACTABLE
John Butcher
A par de músicos como Evan Parker ou Derek Bailey, o saxofonista John Butcher é uma das figuras essenciais da livre-improvisação britânica. As suas explorações nos terrenos da microtonalidade, da amplificação e do feedback, essencialmente em saxofones tenor e soprano, têm-no conduzido através de um amplíssimo espectro sonoro, frequentemente no contexto de inflamatórias performances a solo, formato a que tem vindo a dar particular relevância desde o início dos anos 90.Telectu
Duo de Jorge Lima Barreto e Vítor Rua, os Telectu possuem um celebrado corpo de trabalho de enorme importância no universo das novas músicas, cruzando-se com tangentes da música contemporânea, livre-improvisação e exploração electroacústica. Já actuaram com celebradíssimos nomes, casos de Sunny Murray, John Edwards, John Butcher, Eddie Prèvost, Ikue Mori, Jac Berrocal, Chris Cutler, Elliott Sharp, Evan Parker ou Louis Sclavis.ReacTable
Antes da actuação de Telectu e John Butcher, a ZDB apresenta pelas 22h00 um concerto com a ReacTable, um novo instrumento electrónico criado pelo Grupo de Tecnologia Musical da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, sob a supervisão de Sergi Jordá, que coordenará a actuação. A ReacTable é um instrumento pluridisciplinar de natureza electroacústica, profundamente interactivo e de fácil percepção. A produção de sons resulta do movimento de um conjunto de objectos ao longo de uma superfície luminosa, translúcida e multi-táctil, segundo os mesmo princípios de um sintetizador modular. A música islandesa Björk deu recentemente à ReacTable uma exposição global ao incluí-la na digressão mundial de promoção do seu novo álbum, “Volta”.
A ReacTable tem incorporada na sua superfície um interface sensível ao toque. Uma câmara de vídeo posicionada no interior da mesa analisa o movimento dos dedos e dos objectos, interpretando-os em tempo real e traduzindo-os em linguagem sonora. Desta forma, o utilizador consegue criar sons complexos mexendo objectos ao longo da superfície da ReacTable. Um projector, também situado no interior da mesa, apresenta por sua vez um conjunto de referências visuais animadas que pretendem representar as características dos sons reproduzidos.
O projecto ReacTable surgiu em 2003 com a ideia de criar e aliar instrumentos baseados no funcionamento dos computadores com o software de criação musical. Foi apresentado pela primeira vez na Ars Electrónica em Linz (Áustria), em Setembro de 2005. Desde então tem sido a atracção principal de múltiplos eventos como o NIME (Paris, Maio 2006), o Sonar (Barcelona, Junho 2006), o Siggraph (Boston, Agosto 2006), o Transmediale (Berlim, Janeiro 2007) ou a Optronica (Londres, Março 2007).Entrada: 7,5 €
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Terça-feira 05 de Junho às 22h00
JACK ROSE
DAVID MARANHAPor motivos alheios à ZDB, as actuações de Jack Rose e David Maranha foram adiadas para data a anunciar:
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Quarta-feira 06 de Junho às 22h00
Fire_music_sessions
CHRIS CORSANO & MANUEL MOTA
ORPHAN FAIRYTALEChris Corsano
Elo de ligação entre as mais absolutas manifestações de liberdade no jazz e no rock modernos, o percussionista Chris Corsano é um imenso e vertiginoso criador de situações. Da Dream Aktion Unit (com Paul Flaherty e Thurston Moore) á Death Unit (com Carlos Giffoni, Trevor Tremaine e Brian Sullivan), dos Six Organs Of Admittance (de Ben Chasny) a Bjork, passando por um infindável número de colaborações ad-hoc, Corsano é um incendiário das várias revoluções em curso.
O encontro em duo com o guitarrista lisboeta Manuel Mota encontra paralelo numa actuação em Londres em finais de 2005, num quarteto que também incluía Okkyung Lee (violoncelo) e Toshio Kajiwara (pedais e gira-disco) e que António Pires descreveu como “um concerto fabuloso, que visitou as fronteiras mais extremas do noise, do metal, do free-jazz e do dodecadonismo.Manuel Mota
Um dos mais relevantes nomes da música exploratória portuguesa, Manuel Mota ocupa hoje o imenso espaço aberto acessível apenas a um genuíno inovador. A procura de uma linguagem sem memória para a guitarra eléctrica tem-no conduzido a diversos contextos de excepção, entre os quais se destaca o trabalho desenvolvido nas formações jazz de Sei Miguel, a cumplicidade em duo com Margarida Garcia e a recente explosão free-rock nos Curia (na companhia de Margarida Garcia, David Maranha e Afonso Simões). Lançou no final do ano passado o notável álbum duplo “Outubro” pela sua editora Headlights, estando para breve um novo registo com Margarida Garcia, a editar pela belga Audiobot.Orphan Fairytale
Em estreia absoluta em Portugal, Orphan Fairytale é o projecto a solo da belga Eva van Deuren, também membro dos Hardline Elephants e Frozen Corpse. Criadora de som indissociável da dinâmica cena noise belga (centrada em editoras como a Audiobot, Sloow Tapes ou Ultra Eczema), Eva estabelece em Orphan Fairytale um compromisso hipnótico entre o lado mais psicadélico do drone e o noise mais textural. As suas composições, quase sempre dominadas por um som de teclado fortemente processado, lembram frequentemente o lado mais denso e primitivo dos Throbbing Gristle.Entrada: 7,5€
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Quinta-feira 07 de Junho às 23h00
Garageland_sessions
BLOOD SAFARI
Depois dos Tédio Boys e dos Parkinsons, Vítor Torpedo e Pedro Xau recrutaram os britânicos Charlie Fink (voz) e Mr. Stix (bateria) e formaram os Blood Safari, imparável celebração rock na linha dos Gun Club ou The Cramps. Trazem á ZDB um novo álbum, “Death Rodeo”, numa edição Rastilho.Entrada: 7,5€
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Sábado 09 de Junho às 23h00
New_directions_sessions
RAFAEL TORAL
REBECCA MOORE
Rafael Toral
Músico, compositor, sonoplasta e produtor, Rafael Toral tem vindo nos últimos anos a desenvolver o projecto “Space Program”, um estudo aprofundado sobre a perfomance em instrumentos electrónicos segundo os princípios orientadores do jazz. A actuação na ZDB consistirá em duas partes: na primeira, Toral, em sintetizador modular, apresentará em estreia mundial a peça de concerto “Space Study”. Posteriormente, actuará em trio, com Hernâni Faustino em contrabaixo e Marco Franco na bateria, usando um amplificador MT-10 modificado.Rebecca Moore
Pela primeira vez em Portugal, a nova-iorquina Rebecca Moore actua na ZDB com a banda The Prevention of Blindness, com a qual está a gravar um novo álbum para a editora de John Zorn, Tzadik. Música e actriz de teatro experimental, Moore reflecte na sua arte a transdisciplinariedade do movimento Fluxus, do qual o seu pai, o fotógrafo Peter Moore, foi membro destacado nos anos 60 e 70. As suas composições, embutidas por linhas muito travessas na tradiçãoo singer/songwriter alglo-saxónica, observam a América através dos mesmo óculos desfocados de David Lynch ou Laurie Anderson, ou talvez com a normalidade própria de quem foi embalada em criança por Allen Ginsberg e William Burroughs.Entrada: 7€
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Quinta-feira 14 de Junho e Sexta-feira 15 de Junho
Workshop Circuit Bending
Circuit Bending é a criação de som através da manipulação de dispositivos áudio electrónicos de baixa voltagem, tais como pedais de guitarra, brinquedos de criança ou alguns sintetizadores pequenos, com o intuito de criar novos sons e gerar novas aproximações à estética musical.
Enfatizando as técnicas de randomização, o Circuit Bending é normalmente associado á música de ruído (noise), embora hoje em dia seja utilizado por muitos compositores de música contemporânea. A sua facilidade de execução permite aos seus executanes uma imensa liberdade criativa na criação de novos sons, sem necessitar de profundos conhecimentos em electrónica.14 Junho: das 14h00 às 21h00
15 Junho: das 14h00 às 18h00Coordenação: Ricardo Costa
Material necessário: ferro de soldar, chaves variadas, pilhas AA, alicates variados.
Material para bending disponibilizado pela organização.Valor da inscrição: 50€.
+ info Circuit Bending
Ricardo Costa – biografia
Ricardo Webens Costa (Lisboa, 1973), é um artista que trabalha a música electrónica nas suas várias vertentes, abrangendo tanto o áudio como a imagem. Começou por ter uma formação clássica dentro das artes visuais mas cedo se interessou pela vídeo arte, iniciando-se em vídeo instalações. Em 1996 começou a explorar a música electrónica e a incorporar esse trabalho na vídeo arte, trabalhando com artistas como Hardwin van Holmes, Júnior Velasquez, Pontiur Matissen, Nassir Alva, Bernard Alvim, Jonh Prada ou Lídia Delca.
Em 1999 evoluiu para o campo da micro-composição, colaborando com Albers Giambond, Klauss Stork e António di Spicio na obra “Alturs de Montreal”. Em 2001 criou vários projectos de música, entre os quais Polar e Mush. Em 2004 embarca nos meios da improvisação contemporânea, destacando-se a participação em projectos de Clara Andermatt. Forma os Tsuki em 2006 com José Lencastre. Kringles Cat e Mosquito são as duas últimas incursões no campo da improvisação jazzística. Kringles Cat, com Jorge Travassos resulta de explorações deambulatórias pelo universo da experimentação de novos conceitos de instrumentalização. Por outro lado, o projecto Mosquito, com Hêrnani Faustino, Jorge Travassos, Joaquim Trindade, é uma busca de panoramas tridimensionais e universos paralelos onde a procura de imagens constantes provoca no trabalho destes artistas uma paisagem sonora quase matemática.*************************************************************************
Sexta-feira 15 de Junho às 23h00
Strange_solutions_sessions
SEI MIGUEL QUARTET
BURNING STAR CORESei Miguel Quartet
“olá, pedem-me sempre bla-bla. Porque é a ZDB, aqui vai. Deixei de lado as peças mais delicadas – sobrevivem melhor em disco ou no estrangeiro do que nesta cidade infernal – e adio – por falta de todas as condições – o que tenho para orquestra (no mínimo para noneto), a fim de me consagrar ao que me parece o essencial, na óptica já tradicional do jazz, a do “combo”. O multitematismo é a única extravagância que nos permitimos, por necessidade. Explico: o actual quarteto trabalha com muito material temático (antigo, menos antigo e recente) para lhe dar forma assumidamente melódica. Tratamos cada tema com transparência e directicidade. E queremos unificar montes de informação. A simplicidade, ao contrário do simplismo, é uma coisa difícil de praticar e fácil (sim, fácil) de ouvir. Respondo com antecedência às críticas, sempre as mesmas, e nego quase tudo:– pois, não gosto de usar som desnecessário, em densidade ou dinâmica
– não tenciono tocar “standards” lá porque o Derek teve essa triste ideia
– continuo a não perceber o que é “a improvisação”
– swing tem a tua prima
– não, a minha música não é difícil (o pessoal é que é surdo)
– não tenho saco para o cultural e não sou o Goebbels por isso
– o melhor Queijo da Serra é o meia-curaabracinhos do Sei”
Sei MiguelSei Miguel – trompete de bolso
Fala Mariam – trombone alto
Pedro Lourenço – baixo eléctrico
César Burago – percussãoBurning Star Core
Burning Star Core é o projecto pessoal de C. Spencer Yeh, artista sonoro de Cincinnati, Estados Unidos da América, em estreia absoluta em Portugal. Num confronto entre a improvisação e a composição que tem tanto de instável como de apaixonante, Yeh vem desenvolvendo há mais de uma década um esclarecido corpo de trabalho que mistura violino, electrónicas e voz num todo avassalador. O noise denso dos Hototogisu e o drone free-folk dos Jackie-O Motherfucker são algumas das referências mais imediatas, mas o namedropping não fica completo sem mencionarmos gente como Thuston Moore, Paul Flaherty, Chris Corsano ou os Wolf Eyes, alguns dos muitos colaboradores irregulares de Spencer Yeh.Entrada: 7€
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Sábado 16 de Junho às 23h00
Má_vida_sessions
BUNNYRANCH
Entre o blues e o rockabilly, entre o Mondego e o Mississipi, os Bunnyranch de Kaló, antigo baterista dos Tédio Boys, vêm à ZDB abanar as ancas e ofender os costumes. Na bagagem trazem o álbum “Luna Dance” (edição Transformadores), sucessor de “To Flop To Boggie”. Antes e depois do concerto a selecção musical estará a cargo da banda, e isso só pode ser bom.
Entrada: 7,5€
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Quinta-feira 21 de Junho às 23h00
In_the_beginning_there_was_rhythm_sessions
FIRST NATION
ONE MIGHT ADD
First Nation
Sobre as nova-iorquinas First Nation escreveu a Flur que “praticam o som que as Raincoats e as Slits teriam feito se tivessem surgido duas décadas depois e tivessem ouvido Black Dice, Gang Gang Dance, Excepter, Sightings e Animal Collective”. Nina Mehta, Abby Portner e Kate Rosko actualizam a irreverência pós-punk enquanto manifestação de ritmo absoluto, primitivo e impensado. Editaram pela Paw Tracks – selo dos Animal Collective – o 7’ “Coronation” e mais recentemente um fantástico primeiro longa-duração homónimo, expressão sublime de uma liberdade pura e irresistível. Em estreia absoluta em Portugal.One Might Add
Duo de Alberto Arruda e Ruben da Costa, os One Might Add são um dos mais vitais projectos da nova música períférica portuguesa. As suas útltimas gravações têm suscitado comparações com os Black Dice com a sua mescla de electrónica minimal e kraut-rock hipnótico, complementada pela instabilidade fracturante gerada por uma imensa parafernália de circuitos analógicos que os próprios constroem e subvertem.Entrada: 7,5€
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Sábado 23 de Junho às 23h00
Boas_vibrações_sessions
PRINCE WADADA
Selecta Lexo feat. DJ Ras DaMulaPrince Wadada
Prince Wadada é conhecido de todos os que seguem com um mínimo de atenção as sinuosas viagens do som reggae/dub em Portugal. Tem percorrido todo o país, colocando certeiras palavras naqueles pontos em que o groove pede uma intervenção mais afirmativa. Com o microfone bem dominado, Wadada integra-se numa longa tradição de “deejays” que, desde a Jamaica clássica até à Zion global dos dias de hoje, tem feito muito para impôr uma vibração positiva neste planeta (…)”. in FYA DUB+ site Prince Wadada
+ myspace Prince Wadada
+ entrevista Reagge Portugal
+ you tube Vídeo para Sorriso da ManhãSelecta Lexo feat. DJ Ras DaMula
Parte integrante do colectivo Raska, Selecta Lexo é um nome incontornável da cena reggae/dancehall. Ras DaMula é um nome bem conhecido do massivo reggae nacional. Co-fundador do soundsystem FanKambaReggae, actua desde meados do ano 2000 como toaster e singjay.+ myspace Ras DaMula
Entrada: 6€
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Sábado 30 de Junho às 23h00
THE SKATERS
TAURPIS TULA
Programação Filho Único em colaboração com a ZDB Müzique.*************************************************************************
Domingo 01 de Julho às 16h00TIGHT MEAT DUO
HEATHER LEIGH MURRAY
JAMES FERRARO
MANUEL MOTA
VODKA SOAP
The Skaters
Filhos da luz e do drone como revisto pelo eixo Double Leopards-Hototogisu/Matthew Bower, comunicam as suas próprias visões de verdade e do abstracto através de camadas monstruosas de som contínuo produzidas com voz, teclados e percussão processados muito para lá do reconhecível. Actualmente a residir em Berlim mas dois putos perfeitos do sol e da praia da Califórnia, Spencer Clarke e James Ferraro são dois inventores de novas manifestações psicadélicas, que conseguiram edificar um radiante vocabulário de expressão disforme.Taurpis Tula
Trio de Heather Leigh Murray (ex-Charalambides), David Keenan (crítico da revista britânic Wire) e Alex Neilson (também Directing Hand, também colaborador Will Oldham, Neil Campbell ou Richard Youngs), ruminam pelos esqueletos da canção tradicional norte-americana e britânica, acrescentando a essa exploração trabalho descendente das várias décadas de free dos últimos 40 anos nestes dois ideários que buscam o espacial e o indizível em contornos diferentes.Tight Meat Duo
Dupla de David Keenan e Alex Neilsen, dois terços dos Taurpis Tula, aqui num ataque impulsivo e radical de saxofone e percussão, na mesma latitude do lendário duo de Frank Lowe e Rashied Ali.Heather Leigh Murray
Depois dos Charalambides, as edições a solo da texana Heather Leigh Murray (com destaque para o fantástico “Jailhouse Rock”, lançado o ano passado pela Fag Tapes) colocam-na na primeira linha do rock free-form contemporâneo.James Ferraro
O trabalho a solo de James Ferraro, que forma juntamente com Spencer Clarke o duo Skaters, aprofunda ainda mais o labiríntico experimentalismo vocal do grupo, envolvendo-o numa muralha claustrofóbica de loops e delays.Manuel Mota
Um dos mais relevantes nomes da música exploratória portuguesa, o guitarrista Manuel Mota ocupa hoje o imenso espaço aberto acessível apenas a um genuíno inovador. No final do ano passado lançou o notável álbum duplo «Outubro» pela sua editora Headlights Recordings, onde improvisa a solo tanto em guitarra eléctrica como em guitarra acústica.Vodka Soap
Projecto a solo de Spencer Clarke, dos Skaters, que continua o desconstrucionismo lo-fi característico das suas colaborações com James Ferraro.Entradas: 7.5€ para o dia 30 e 5€ para dia 01.
Passe para os dois dias: 10€ à porta ou 8€ se levantado antecipadamente nas lojas de discos AnAnAnA, Flur ou Matéria Prima.*************************************************************************
Sexta-feira 06 de Julho às 23h00
Spinal_tingling_sessions
CARLA BOZULICH
DAVID MARANHA & MARGARIDA GARCIA & RICCARDO WANKE
Carla Bozulich
Figura maior da canção experimental contemporânea, a norte-americana Carla Bozulich, detentora de uma voz assombrosa, algures no centro de um cruzamento esquizóide entre Jarboe e Joni Mitchell, regressa à ZDB num formato invulgarmente austero, naquela que será a sua primeira digressão sem uma banda completa a acompanhá-la. Bozulich trará consigo estilhaços de “Evangelista”, o seu fabuloso último álbum, editado pela canadiana Constellation.+ site: Carla Bozulich
+ myspace: Carla Bozulich
+ youtube: Carla Bozulich ao vivoDavid Maranha + Margarida Garcia + Riccardo Wanke
Trio de livre-improvisação que junta pela primeira vez no palco da ZDB os portugueses David Maranha e Margarida Garcia e o italiano Riccardo Wanke, três músicos com fortes ligações à corrente minimalista. Maranha, um dos fundadores dos influentes Osso Exótico, irá apresentar-se em violino, enquanto que que Margarida Garcia e Riccardo Wanke actuarão com guitarras eléctricas.+ myspace: David Maranha / Osso Exótíco
+ myspace: Riccardo WankeEntrada: 8€
Entradas disponibilizadas antecipadamente na loja de discos Flur.*************************************************************************
Sábado 07 de Julho às 23h00
Modern_digital_sessions
SAWAKO
FELTROSawako
Artista japonesa a residir em Nova Iorque, Sawako é uma celebrada escultora de som com um sentido de espaço e tempo muito particular. Do seu corpo de trabalho – de natureza pluridisciplinar, onde imagem e som interagem numa lógica complementar – destacam-se colaborações com artistas como Taylor Deuprée, Toshimaru Nakamura, Jacob Kirkegaard e Andrew Deutsch, entre muitos outros, e albums para editoras como as norte-americanas 12k e and/OAR. Entre o digital e o orgânico, a sua música flutua num espaço imaginado onde a electrónica se funde com instrumentalizações analógicas, voz e gravações de campo.Feltro
Feltro é André Gonçalves, multifacetado artista electrónico que até há bem pouco tempo operava sob o moniker Ok.Suitcase. A nova designação, em estreia na ZDB, reflecte a urgência revilitalizante que sempre caracterizou as suas movimentações nos mais diversos campos artísticos (música, artes plásticas, video, instalação), tendo já resultado em “Sunburnt”, EP de pormenorizadas texturas sonoras lançado pela netlabel Test Tube.Entrada: 6€
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Sexta-feira 13 de Julho às 23h00
Afro_mandinga_sessions
DJUMBAI JAZZ
Os Djumbai Jazz de Maio Coopé exploram uma das mais ricas culturas musicais do mundo, Mandinga (música Etno Gumbé, agora revitalizada com influências urbanas). Os Mestres Djumbai são artesãos de ritmos e melodias tão fluídas que parecem impossíveis, sons que imanam uma claridade hipnótica, intensa e inocente.
O grupo, formado em Portugal, 1998, é composto por voz, percussão, kora, guitarra eléctrica e acústica, e dança. A cultura “Afro-Mandinga” abrange países como Guiné-Bissau, Mali, Burkina-faso, Libéria, Senegal e Costa do Marfim. Os instrumentos djembé e dunun, são a base de todos os ritmos tradicionais, que acompanham os respectivos rituais quotidianos deste povo.Entrada: 6€
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Sábado 14 de Julho às 23h00
Improv_a_abrir_sessions
MEAN MOTION
FISH & SHEEP
TRAUMÁTICO DESMAMEMean Motion
Oriundos de Den Haag, na Holanda, os Mean Motion são Manuel Padding e Christelle Gualdi, um duo de rock improvisado altamente enérgico que se inspira nas melodias de bandas como os Sleep e na fluidez estática dos Ash Ra Temple, criando com o poder dos padrões repetitivos um trance intemporal que assenta numa estrutura permeada por momentos de descontrole absoluto. Apesar de residentes na Europa, a sua musica tem mais em comum com a cena actual de musica americana psicadélica, tocando frequentemente ao lado de bandas como os No Neck Blues Band ou os Skaters e editando discos por editoras como a Silver Ghosts, Bread and Animals e Iquisuus.Fish & Sheep
Fish & Sheep é um duo formado por Afonso Simões (também Phoebus, também membro dos Curia e dos Manta Rota) e Jorge Martins (dos barreirenses Frango), onde percussão e guitarra se juntam num turbilhão free-rock de improvisação total e absoluta. Em pausa forçada desde a saída de Jorge Martins para os Estados Unidos da América, de onde regularmente nos chegam ecos de actuações explosivas, os Fish & Sheep regressam à ZDB para um raro concerto. Em palco, o duo revolve as entranhas de tudo o que é expressão não formatada de criação musical, invocando subliminarmente inovadores como os This Heat, Swell Maps ou Fushitsusha.Traumático Desmame
Trio de voz, bateria e percussão, os Traumático Desmame (João Gama, João Trovão e Filipe Leote) improvisam em modo amok nos mesmos ambientes macabros explorados pelos Swans dos primeiros anos. Acompanham-nos em palco projecções de génios marginais como Pasolini ou Jodorowsky.Entrada: 6€
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Sexta-feira 20 de Julho às 23h
Bharata_Natyam_sessions:
Kamini Akila RangaradjouAté meados do século passado, tal como Goa para Portugal, Pondichéry (porto a Sul de Chennai / Madras, Índia) mantivera-se enclave francês. Nas inter relações migratórias e culturais do ex-império colonial francês, comunidades oriundas do Sub-continente Asiático instalaram-se na Ilha Reunião (“ainda hoje” departamento francês no Oceano Índico), situada entre Madagáscar e as Ilhas Maurícias.
É neste contexto e da relação com sua cultura de origem que a bailarina Kamini Rangaradjou inicía a aprendizagem de Bharata Natyam a partir dos 6 anos. Desde então adquiridiu formação específica neste estilo tradicional de dança indiana na reputada Escola de Kalakshetra situada em Chennai e actualmente faz parte do grupo Apsara, ensina Bharata Natyam e apresenta-se a solo.
Nesta demonstração assistiremos a diferentes módulos coreográficos: Allaritu – dança de abertura; Padam – poema, dança expressiva e lírica; e Tillana – dança de encerramento, rápida e alegre, de movimentos elaborados e sequências rítmicas complexas.Agradecimentos: Ana Macara – Faculdade de Motricidade Humana
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Sexta-feira 20 de Julho às 23h00
Perfect_sound_forever_sessions
WERNER DURANT & DAVID MARANHA
ALFREDO COSTA MONTEIROWerner Durand & David Maranha
Werner Durand, músico alemão indissociável da música minimal contemporânea, tem explorado ao longo das últimas décadas diferentes plataformas, compondo frequentemente para teatro, dança e rádio. A sua música revela uma obsessão pelo drone, trabalhando-o numa lógica de transversalidade cultural que explora o seu papel nas músicas tradicionais de países como a Índia ou o Japão. Por seu lado, David Maranha, fundador dos seminais Osso Exótico, tem vindo a produzir desde o início dos anos 90 uma discografia ímpar na área do minimalismo electroacústico, tanto a solo como nos mais diversos contextos colaborativos.Alfredo Costa Monteiro
O improvisador portuense Alfredo Costa Monteiro vive e trabalha em Barcelona desde 1992, onde tem devotado o seu trabalho a múltiplas actividades que incluem as artes plásticas, poesia sonora/visual e som. Para além de uma intensa actividade a solo, Costa Monteiro faz parte de diversas formações, como Cremaster, Treni Inerti, Neumática e Mut. A sua actuação na ZDB explorará as potencialidades geradas pela manobra de pick-ups em gira-discos.Entrada: 6€
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Sábado 21 de Julho às 23h00
Noites_às_novas_sessions
MANUEL GIÃO
TERRITÓRIO
COCLEADemasiado tempo depois, as Noites às Novas regressam à ZDB.
Manuel Gião
Manuel Gião é o projecto pessoal de Cláudio Manuel Gião Fernandes, dos DEBUT!, onde este explora as potencialidades da guitarra para a abstracção electrificada. O drone lo-fi, esteticamente próximo de agitadores como os Hototogisu ou Dead Machines, encontra-se no âmago das mais intensas explosões de som mutante a eclodirem presentemente na margem esquerda do Tejo. A descobrir na ZDB depois da recente actuação no cartaz do OutFest ao lado de Samara Lubelski, Aki Onda e Curia.Território
Território são um novo duo nortenho de música improvisada constituído por Rafael Oliveira e Tiago Ferreira. Assentam em interacções livres entre o analógico e o digital, na procura de uma massa sonora complexa, umas vezes Dr. Jekyll, outras Mr. Hyde.Coclea
Primeiro concerto de Coclea, moniker que Guilherme Gonçalves foi buscar ao órgão do ouvido humano responsável pela conversão das vibrações acústicas em sinais eléctricos que o cérebro lê e interpreta. Sobre uma camada densa de loops processados em tempo real, Coclea estabelece um compromisso entre composição e improvisação em guitarra eléctrrica que remete tanto para o lado boggie de Tetuzi Akiyama como para as texturas freeform de Loren Mazzacane Connors.Entrada: 5€
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Sexta-feira 27 de Julho às 23h00
Geometria_variável_sessions
ORQUESTRA VGOA música produzida pela Orquestra da Geometria Variável resulta do jogo do material acústico versus o electrónico, numa contínua busca de pequenos detalhes e significados – o som rompe do silêncio para nele voltar a megulhar…
Com esta organização formal do caos, tenta-se aplicar novos conceitos de indeterminação e composição instantânea, através da erupção assimetricamente alternada de momentos de som e silêncio (ausência de som identificável) com predominância para estes últimos, seja pela emissão de sons de características subliminares e psico-acústicas, seja pela completa ausência de sons, permitindo assim aos músicos recuperar o seu ritmo natural de respiração e sentido aleatório de pulsação, bem como escutar toda a espécie de acontecimentos sonoros que estejam a ocorrer nesse preciso momento no espaço envolvente, ou então “simplesmente” escutar o que outro músico tenha começado, entretanto, a fazer, sem a preocupação de responder imediatamente e assim encher de forma inútil o espaço sonoro.Entrada: 6€
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Sábado 28 de Julho às 23h00
Hysteria_sessions
BAD LOVERS & HYSTERIA IBÉRIKA
DJ Doktor IgorBad Lovers & Hysteria Ibérika
“Badlovers & Hysteria Iberika são um grupo Franco-Hispaniko-Tuga formado em 2002 que tem criado um verdadeiro furor com as suas hystérikas actuações pelos dancings da capital. Lançaram «La Vida Mata» em 2004, uma mistura de música pré-gravada em modo Electro-jukebox Pop-A-Pilhas-Punk-Billie-Rock-Do-Matagal para tanguistas e marinheiros com tendência melódicas vibrantes. Performance e visuais campista/SEXO/camionista.”Entrada: 6€
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Sexta-feira 03 de Agosto às 23h00
Afro_beat_sessions
CHAMINNE N’DOGO AFRO BEATGrupo afro-beat de Chaminne N’dogo, carismástica voz angolana que já participou em projectos como Tropical Roots, Mistura Pura, Muamba Som ou Dikanza Jazz, os Chaminne N’dogo Afro Beat celebram em palco a magia dos milenares ritmos africanos fundidos com o jazz e o funk, na melhor tradição do incontornável Fela Kuti.
Entrada: 5€
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Sábado 04 de Agosto às 23h00
Magrebe_sessions
GNAWA BAMBARA*************************************************************************
Sexta-feira 10 de Agosto e Sábado 11 de Agosto às 23h00
Samba_na_favela_sessions
Myléne Pires e os Saudosos da Favela
Apresentam Tem Pagode no Salão“Tem Pagode no Salão” é uma nova proposta de Myléne Pires, onde a intérprete e compositora brasileira, juntamente com a banda Os Saudosos da Favela, dá forma a uma viagem pelo universo poético dos grandes sambistas de ontem e de hoje. Myléne Pires e Os Saudosos da Favela recriam o ambiente da favela enquanto berço do samba e da emergente Música Popular Brasileira, num tempo em que a cidade maravilhosa era apenas uma quinta bucólica, onde ricos e pobres dividiam o mesmo espaço. A banda dispensa o palco e senta-se em redor de mesas de bar, ao estilo dos grandes encontros dos bambas que se reuniam para celebrar a música e a vida. Para além deste projecto, Myléne gravou recentemente o álbum “Não Muito Distante”, a partir da música dos Madredeus. Em 2005 participou como vocalista e letrista no projecto Télépathique, com DJ Periférico.
Entrada: 6€
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Sábado 18 de Agosto às 23h00
Mariachis_da_margem_sul_sessions
LOS SANTEROS
Conjunto mítico da margem esquerda do Tejo, os Los Santeros são Nickie Santero, Chicken “Birdie” Joey e Fast Eddie Nelson, um trio barreirense que junta a tontura rítmica do surf-rock à magia mariachi do trash-underground latino. Festa garantida na ZDB para aqueles que passam o Verão na cidade.Entrada: 5€
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Sexta-feira 24 de Agosto às 23h00
Jazz_advance_sessions
MIKADO LAB
Mikado Lab é o mais recente projecto do experimentalista Marco Franco, onde a improvisação é componente fundamental. Segundo Franco, épico, delicado, sónico, frenético, poético, diurno e nocturno são algumas das coordenadas que, apesar de aparentemente contraditórias, caracterizam a música do trio. Para breve está prevista a edição do primeiro álbum, que contará com as participações de Mário Laginha e Chris Speed.Entrada: 5€
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Sábado 25 de Agosto às 23h00
Griot_sessions
KIMI DJABATÉ
“Kimi Djabaté nasceu no meio de uma comunidade repleta de músicos profissionais. É oriundo da aldeia de Tabato, na Guiné-bissau, vivendo em Portugal há mais de 10 anos. Canta em língua mandinga e toca balafon desde os oito anos de idade. Tocou com gente de reconhecidos méritos como Mory Kanté, Waldemar Bastos e Manecas Costa. (…) Além de ser um virtuoso no balafon, enche um palco na forma expressiva e sanguínea como interpreta as suas canções.” in Crónicas da TerraEntrada: 5€
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Sexta-feira 31 de Agosto às 23h00
Sortido_urbano_sessions
OS INSPECTORES
DJ VaipesOs Inspectores
Os Inspectores é um projecto musical formado em 2006 em Lisboa, constituído por um corpo de elementos de distintas influências da música urbana contemporânea. Investigam diversos ambientes improvisados, da poesia ao jazz de fusão.Formação:
Morais – guitarra eléctrica
Trigo – bateria
Lencastre – saxofone alto
Gomes – textos e voz
Lucena – percussão electrónica
Ferreira – baixo eléctricoEntrada: 5€
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Sábado 01 de Setembro às 23h00
Groove_sessions
CACIQUE ’97
Fundados em Lisboa em 2005, com o objectivo de espelhar o crescente multiculturalismo da cidade, o colectivo de origens moçambicanas Cacique ’97 é uma referência incontornável no panorama afro-beat nacional. Recorrendo a samplagens diversas, actualizam a mescla irresístivel de jazz, funk e ritmos Yoruba imaginada em primeira instância por insurgentes como Fela Kuti nos anos 60 e 70.Formação:
Milton Gulli, voz, teclas e guitarra eléctrica
Ruben Alves , teclas
Marcos Alves, bateria
Renato Almeida, baixo
Tiago Romão, percussões
Marisa Gulli, percussões
Zé Lencastre, saxofone alto
Gileno, trompete
Vinicius, trombone
Cabrita – saxofone barítono+ myspace Cacique ’97
Entrada: 5€
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Sexta-feira 07 de Setembro às 23h00
Modern_soundscapes_sessions
RAFAEL ANTON IRISARRI
FRANGO
Rafael Anton Irisarri
Estreia em Portugal do contemplativo músico norte-americano Rafael Anton Irisarri, um dos mais relevantes artistas sonoros a questionar actualmente os caminhos da composição moderna. “Daydreaming”, o seu primeiro longa-duração, editado este ano pela Miasmah de Erik Skodvin (Deaf Center), explora uma relação entre electrónicas e piano preparado, por vezes próximo da beleza assombrada dos geniais “Desintigration Loops” de William Basinski.Frango
A música de Rui Dâmaso e Vítor Lopes radicaliza ainda mais o assombroso ataque rock dos Frango enquanto trio, formação actualmente paralisada com a ausência de Jorge Martins, estabelecido artisticamente nos Estados Unidos. Em duo, o trabalho de Dâmaso e Lopes centra-se em fantásticos drones de vibrações mecânicas, a lembrar a espacialidade perturbada dos Double Leopards ou Sunroof.Entrada: 7€
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Sexta-feira 14 de Setembro às 23h00
Art_of_the_improvisers_sessions
WADE MATTEWS & RUEBEN RADDIN
GUSTAVO COSTA & ALEXANDRE SOARES
Wade Matthews + Reuben Radding
Duo norte-americano de livre-improvisação, Wade Matthews (clarinete, flauta, electrónicas) e Reuben Radding (contrabaixo) partem dos princípios estruturais do jazz rumo a formas superiores de abstracção. Para a dupla, a improvisação assume enquanto âmago criativo uma dimensão de absoluta espontaneidade, sem memória nem passado. Activos desde a década de 80, Matthews e Radding possuem um extenso corpo de trabalho nas mais variadas correntes das músicas livres – mais recentemente, Matthews, presente em alguns títulos do catálogo da portuguesa Creative Sources, tem explorado diferentes plataformas electroacústicas a solo ou em duo, enquanto Radding, que já actuou com nomes como John Zorn, Elliot Sharp ou Susie Ibarra, fundou em 2005 a editora Pin Ear, através da qual lançou ainda nesse ano o álbum “Intersections” (em trio) e “Fugitive Pieces” (em quarteto) em 2006.
Este concerto insere-se na primeira digressão europeia do duo Matthews / Radding, depois de várias datas nos Estados Unidos em 2006 e 2007.
Gustavo Costa + Alexandre Soares
Gustavo Costa e Alexandre Soares apresentam na ZDB um amplo espectro sonoro a partir de electrónicas diversas, percussão e guitarra eléctrica. Gustavo Costa, músico portuense que já actuou numa unit de Damo Suzuki e no projecto Cobra de John Zorn, editou o ano passado sob o moniker Most People Have Been Trained To Be Bored o excelente “Success in Cheap Prices”, conjunto de nove peças marcadas por um pessoalíssimo sentido de experimentação. Por seu lado, Alexandre Soares dispensa apresentação: membro da primeira formação dos GNR, fez subsequentemente parte dos Três Tristes Tigres e Um Zero Amarelo. Mais recentemente editou pela Bor Land “Cães aos Círculos”, em duo com o guitarrista Jorge Coelho.Entrada: 6€
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Sábado 15 de Setembro às 23h00
La_gsshaus_west_sessions
GRABBA GRABBA TAPE
MARGARITAGrabba Grabba Tape
Do maravilhoso mundo de Oz chega este duo de raça mutante munido de parafernália electro, vestido com peludos fatos cor-de-rosa e ostentando a sua música robo-trash. Para entusiastas de punk primitivo e caótico com um ligeiro toque de ficção científica de «xploitation.Margarita
“Os Margarita dão a alegria e a inocência de uma criança histérica. Ritmos dançáveis mesclados com melodias catchy tomam o controlo das músicas. A banda madrilena encontra a cada instinto, uma forma de confundir e agradar. A subversão das composições projecta os espectadores contra as paredes, deixando na cabeça todos aqueles pa-pa-pa-pas e aqueles uh-uh-uhs.” Lovers & LollypopsEntrada: 6€
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Sexta-feira 21 de Setembro às 23h00
Fados_que_já_não_se_usam_sessions
“O Lello Perdido”
“O Lello Perdido”, com Manuel João Vieira, Vital Assunção e Américo Silva
A ZDB apresenta “O Lello Perdido”, famigerado espectáculo onde o insuperável Manuel João Vieira (Ena Pá 2000, Irmãos Catita) revisita fados que já não se usam, acompanhado por Vital Assunção em viola e Américo Silva em guitarra portuguesa.Entrada: 5€
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Sábado 22 de Setembro às 23h00
At_the_controls_sessions
DA STEPPERS
Unidade Sonora DJ Set
Da Steppers
Vibrações positivas a rodos garantidas com a primeira visita à ZDB dos Da Steppers, colectivo reggae/dub de Lisboa em crescente e mais do que justificada mediatização, formado por Caetano (voz e melódica), Nuno Salvado (guitarra), Sérgio Bolota (bateria e percussão), Jan (baixo), Juelson (teclado) e Marina Zambujo (coros).Unidade Sonora DJ Set
Dupla que junta os mais esclarecidos e entusiasmantes divulgadores do Dubstep e Breakbeat em Portugal, a Unidade Sonora (parte do colectivo Conspira) iniciou actividades em 2002 com sets de 2 Step, Jungle, Hip Hop e Digidub. O contacto com o Dubstep veio um pouco mais tarde, aprofundado ao longo de algumas noites passadas no mítico clube londrino Plastic People e visitas à über-influente rádio pirata inglesa RinseFM. Em 2005 deram início ao programa “TransMissão Conspira” na Rádio Zero (para ouvir sem falta na Grande Lisboa todas as quartas às 20h00). Os últimos doze meses têm sido os mais movimentados na história da Unidade Sonora, com actuações em Berlim (no 103 Club com Scandalous Unlimited, Dj Absurd ft. Nika D e Sick Girls), responsabilidades de programação no festival Roots & Routes (que trouxe a Lisboa gente como Kode9, Boxcutter e Geiom) e residências regulares nos clubes Kubik e Mini-Mercado.Entrada: 5€
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Quinta-feira 27 de Setembro às 23h00
Psycho_killer_qu’_est_que_c’_est_sessions
PSYCHIC ILLS
CAVEIRA
Psychic Ills
No contexto da sua primeira vinda a Portugal, a ZDB recebe os nova-iorquinos Psychic Ills. A música do trio mimetiza ondas massivas de drones psicadélicos, densos e hipnóticos, embrulhadas à volta de rebuçados de ruído branco. A trip proto-shoegazer dos My Bloody Valentine ou Spacemen 3 é referência crucial, a par do garage-rock narcótico dos Velvet Underground ou 13th Floor Elevators. Pontos de contacto mais contemporâneos podem ser encontrados nas mutações rítmicas dos também nova-iorquinos Excepter, Gang Gang Dance ou Blues Control. Os Psychic Ills editam pela Social Registry (casa dos Gang Gang Dance e Samara Lubelski, entre bastantes outros), através da qual lançaram o excelente “Dins”, em 2006. “Early Violence”, o álbum mais recente, reúne “Mental Violence I” e “Mental Violence II”, dois trepidantes 12” entretanto esgotados.CAVEIRA
“Querem saber quem são os CAVEIRA? Os CAVEIRA são groove metálico, são rock de dança, são música para o corpo bailar entre os amplificadores e o riffs. Desde 2003 que, por onde passam, deixam rastos de electricidade, combustão e improviso. (…) Os CAVEIRA são hard-rock partido. São Blue Cheer, Black Sabbath, Melvins, são Sonic Youth, são Keiji Haino, são free-jazz. Os CAVEIRA dão-nos silêncio, ruído, distorção, ritmo e melodias que brilham escondidas. Dão-nos música bonita. Com desbunda na cabeça e nos ouvidos. São, à falta de melhor termo, música portuguesa, mas podiam viver nos Estados Unidos. E têm um tema chamado “Fui a Sacavém” onde a bateria suga os outros instrumentos e o chão treme.” José MarmeleiraEntrada: 8€
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Sexta-feira 28 de Setembro às 23h00
Out_pop_sessions
ANTÓNIO CONTADOR & CALHAU!
ANTÓNIO CONTADOR & THE BLACK WHISTLER
CALHAU!António Contador & Calhau!
Apresentação da Nossa Senhora de Fátima Machine (concerto com os pés):
Nossa Senhora de Fátima Machine foi criada pelo trio António Contador e Marta e Alves von Calhau! em Julho de 2007 a partir do fóssil de uma máquina de meditação budista (também conhecida por The Buddha Machine) da dupla de artistas Christian Virant e Zhang Jian (também conhecidos por FM3). Tínhamos o desejo íntimo de conceber uma máquina, não tanto que meditasse como a dita Buddha Machine, mas que alucinasse. Invocámos então o sol psicadélico que fecundou a aparição de Fátima a 13 de Maio de 1917 (ver www.santuario-fatima.pt) e abrimos a Buddha Machine. Curto-circuitámos o seu programa, manobrando com os pés o seu princípio básico de andar por aí pelas lojas e pelos ouvidos daqueles e daquelas que acreditam que existem budas dentro de caixas de plástico. O buda da Buddha Machine foi então substituído pela fátima da Nossa Senhora e o som que antes saía de lá não saiu mais. Se não acreditam vejam o vídeo, que ele diz muito sobre a nossa habilidade técnica para fazer halucinar aparelhos electrónicos com os pés. Texto dos artistasEntrada: 5€
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Sábado 29 de Setembro às 23h00
Isto_é_o_bairro_sessions
OS N’GAPAS
RITCHAZ & KÉKE
KOTALUMEUma realidade existente longe da atenção de uma grande fatia do público e media caucasianos, a música dos que voltaram das antigas colónias após o fim da guerra e dos seus filhos e dos filhos dos seus filhos, não só tem vindo a sobreviver, como vai desbravando novos trilhos e provocando algumas das músicas urbanas mais frescas no Ocidente ou onde quer que seja. Os três projectos aqui apresentados, provenientes de Cabo Verde e Angola, são só uma amostra de um universo que, à maioria da Lisboa branca, vai permanecendo invisível, mas prova provada de que rasgo e inovação em música de dança estão muito mais perto do que tantos pensavam. A revolução social que os beats dos Buraka Som Sistema e Petty conseguiram nos últimos meses constituem os primeiros passos largos do que se quer verdadeira integração, constante demolição de preconceitos colonialistas e medos infundados que só propagam o afastamento. Três possibilidades daquilo a que se vai podendo assistir nos clubes, nas discotecas e nos bairros mais periféricos de Lisboa e arredores, onde já vamos tarde em olhar, mas não tarde demais. Dia 29 no Bairro Alto, tudo fica um pouco diferente mais uma vez.
Os N’Gapas
Os N’Gapas do Monte Abrãao apresentaram-se ao mundo o ano passado com “Um Por Todos”, hino carismático que começou a levar Motorola, Puto Adidax, Puto Chano e Best One às pistas de Lisboa e arredores. É uma de outras faixas produzidas por um dos membros da trupe angolana dos Garimpeiros (as outras, das quais ainda só escutámos os instrumentais, prometem cada vez mais), evidenciando o kuduru frenético e hiperactivo que os vem caracterizando, para além de algumas incursões na tarrachinha. Têm ainda colaborado com o DJ Marfox, e a sua faixa ‘O S’, foi produzida pelo Conductor (Buraka Som Sistema, Conjunto Ngonguenha). Planeiam domínio absoluto do mundo, ao que
parece.Ritchaz & Kéke
Ritchaz e Kéke, da Outorela/Portela, estreiam na ZDB o seu híbrido carismático de batidas de kizomba e zouk, com flow de hip hop em crioulo caboverdiano, com linhas de baixo sintetizado influenciadas por reggae. Música de balanço com consciência racial, social e artística, igualmente preocupada em mudar o que é para mudar, mantendo a festa a funcionar e o positivo num pedestal. Tudo o que ouvimos deles são diamantes, e ‘Si Mé Mi N’sta Feliz’ tem sido hit no escritório, no carro e a todos a quem a mostrámos. Espírito, anca e cabeça no sítio certo a fazer avançar as formas em busca do original.Kotalume
Projecto de Adilson Moreno, dedicado a produções de funaná electrónico, funaná ao estilo de Ferro Gaita e kizomba. A voz de Adilson, de um monocordismo estranhamente festivo, regula os beats, com quem tem vindo a trabalhar sozinho e com o DJ Marfox (produtor e disc jockey dedicado ao kuduru, funaná e house e outros idiomas de pista). É precisamente a fusão entre os últimos dois géneros que nasce um dos temas mais explosivos de Kotalume, ‘Dor Ku Fomi’, é na fusão dos ritmos do funaná e em linhas de sintetizador mais reminiscentes do grime (mesmo de forma inconsciente) do que outra coisa que nos tenha passado pelos ouvidos, que está o segredo do movimento imparável deste som.Textos Filho Único
Entrada: 5€
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Quinta-feira 04 de Outubro às 23h00
Duo_exchange_sessions
SEIJIRO MURAYAMA & JEAN-LUC GUIONNET
IMPROVISIBLESeijiro Murayama + Jean-Luc Guionnet
Seijiro Murayama (bateria/percussão) e Jean-Luc Guionnet (saxofone/electrónicas) apresentam pela primeira vez em Portugal o seu poderoso duo. Dois grandes nomes da improvisação japonesa e europeia, numa exploração conjunta do detalhe sonoro criando peças de grande originalidade e complexidade.Seijiro Murayama é um percussionista japonês, activo no underground nipónico e europeu desde o início dos anos 80. Baterista original dos Fushitsusha de Keiji Haino, tocou no primeiro disco do grupo, um monumento do rock underground. Desde então tem extendido colaborações com outros músicos japoneses e europeus, incluindo KK Null, Fred Frith, Tom Cora, Eric Cordier e Jerome Noetinger entre outros. Actualmente reside em França compondo para teatro e dança.
Jean-Luc Guionnet é um dos nomes mais importantes da improvisação livre e free-jazz europeus. Artista plástico, compositor de música electroacústica, intérprete e improvisador, trabalha com o saxofone, a electrónica, harmónio e órgãos de tubos. Numa carreira com quase 20 anos, já tocou com um número impressionante de músicos – mantendo ainda alguns grupos activos – tendo-se apresentado ao vivo em todo o mundo (Europa, América do Norte e Ásia) e editou em várias casas internacionais.
Texto Esquilo Records
Improvisible
Duo de José Menezes (saxofone) e José Salgueiro (bateria e percussão), dois músicos com um longo e celebrado percurso no jazz português. Segundo Menezes, Improvisible nasceu “da vontade de olhar o ritmo nos olhos. Na sua base está uma componente visual baseada nas componentes cinematográficas do Séc. XX nas quais, por ausência de texto falado, o ritmo da imagem dominava o discurso visual”.Entrada: 6€
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Sexta-feira 05 de Outubro às 23h00
Poeira_electromagnética_sessions
MÉCANOSPHÈRE & EWEN CHARDONNET
Baseado no tema “Transmissões Espectrais / Magnetismo Orbital / Mundo Eléctrico”, a performance juntrará as violentas explosões caos-rock, free-dub e cut up poliglotas dos Mécanosphère aos interceptores satélites, scanners e receptores radiomagnéticos do artista intermédia francês Ewen Chardronnet. Esta actuação, desenvolvida numa altuta em que se assinalam os 50 anos do voo do Sputnik, trata de interceptar as transmissões espectrais e “vigiar” a vigilância das frotas de satélites orbitais geo-estacionários e tornar audível a poeira electromagnética que se tornou a quarta dimensão do nosso eco-tecno-sistema planetário via enclausura orbital, bem como a base da nossa cognição.Formação:
Diogo Dória : voz / textos
Benjamin Brejon : bateria / percussão eléctrica / geradores / loop recorder
Jonathan Hhy : sopros / dub / geradores / sons / tratamentos
Henrique Fernandes : contrabaixo eléctrico
Gustavo Costa : bateria
Ewen Chardronnet : interceptores satélites / scanners / espectómetrosMécanosphère
Colectivo transnacional de Adolfo Luxúria Canibal (que excepcionalmente não participará nesta actuação), Benjamin Brejon e Jonathan Hhy, completados por um line-up rotativo de colaboradores. Mécanosphère é considerado um projecto impar nas musicas exploradoras actuais, mistura orgânica de escombros de hip hop, caos rock, performances de poesia sonora e música concreta electroacústica.Ewen Chardronnet
Artista intermédia francês nascido em 1971. Fui co-fundador da Association of Autonomous Astronauts ( 1995-00) e editor da sua antologia “Quitter la gravité”. Desenvolve um trabalho multifacetado baseado na relação entre meios de transmissão, espectrologia e critica politico-cognitiva no âmbito das artes e práticas digitais. Trabalha sobretudo com scanners e radares com os quais constrói performances e instalações. É membro dos colectivos Bureau d’étude e do Spectral Investigation Collective.A partir de textos dos artistas
Entrada: 7,5€
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Sexta-feira 12 de Outubro às 23h00
Importa-se_de_me_emprestar_o_barroco_sessions
JOZEF VAN WISSEM
CAMUSIJozef Van Wissem
Jozef Van Wissem é um dos únicos tocadores de alaúde no mundo a fazer a ponte entre a escrita renascentista e barroca para este instrumento e as linguagens musicais contemporâneas. Mantendo-se fiel ao timbre, ressonância e técnicas específicas e particulares do alaúde, Van Wissem desconstroi composições clássicas, re-interpreta peças contemporâneas para outros instrumentos, e aventura-se pelos territórios da improvisação e afins, recorrendo pontualmente a subtis manipulações electrónicas. Van Wissem tem colaborado com importantes nomes da música improvisada e experimental, como os guitarristas Tetuzi Akiyama, o ex-Captain Beefheart Gary Lucas e o reputado nova iorquino Elliot Sharp.Texto Esquilo Records
Camusi
Duo cósmico de livre improvisação em estreia na ZDB, os Camusi são Madame P (Patrizia Oliva, electrónicas e voz) e Stefano Giust (bateria, objectos), dois dos mais relevantes agitadores da actual experimentação italiana. As mutações vocais de Madame P, processadas numa louca espiral psicadélica sem contornos palpáveis, sustentam uma ofensica criativa absoluta, sem concessões e em constante reinvenção.Entrada: 6€
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Sábado 13 de Outubro às 23h00
Inversion_sessions
RAFAEL TORAL
OLIVER HILL & HARRY ASTRAS
JULIANNA BARWICK
TIAGO SOUSANoite Inversion na ZDB, em colaboração com a artista francesa Sandra Reignoux.
Rafael Toral
Apresenta Space Study 1.4.Estreia em trio da nova versão de Space Study 1.4., parte integrante do projecto Space Program de Rafael Toral sobre a perfomance em instrumentos electrónicos. Central em toda a actividade de concertos do Space Program, Space Studies é uma série de peças com uma estrutura formal aberta e em que são aplicados modos de escuta a uma articulação em tempo real de silêncio e som. Com uma sensibilidade jazz como ponto de partida e uma matriz disciplinada de possibilidades de decisão, Rafael Toral tem ensaiado uma abordagem à música centrada num impulso universal para a produção de som, pré-histórico, pré-estético e consciente de que a música e a linguagem terão uma raiz comum.
Formação:
Rute Praça – violoncelo
César Burago – percussão
Rafael Toral – ondas sinusoidais com luvas de controloRute Praça
Rute Praça é uma violoncelista com formação clássica, tendo colaborado com Rhys Chatham, Sei Miguel e Vítor Rua, entre outros. Após um longo período de pesquisa, consegue uma abordagem totalmente renovada ao instrumento e ao som, ultrapassando definitivamente a sua antiga formação.César Burago
Percussionista angolano, dedica-se inteiramente às músicas do jazz, pois vê nelas o espírito e a técnica indissociáveis. Presença regular nas orquestrações de Sei Miguel, tem dimensionado com o trompetista, desde 1997, um plano de possibilidades e impossibilidades métricas, ambas expressas em trabalhos onde a percussão (principalmente a pequena percussão) ganha um enigmático valor melódico.A partir de textos dos artistas
Oliver Hill + Harry Astras
Oliver Hill (do duo noiseTerminal Outputs) e Harry Astras (dos Family Battle Snake, colectivo free-form de composição variável que, para além de Astras, conta com Bill Kouligas e Valerio Cosi como principais agitadores) apresentam pela primeira vez em Portugal as densas ambiências sónicas resultantes de uma colaboração instintiva, desorbitada, povoada de referências míticas numa escala interestelar.Julianna Barwick
Ainda ninguém conhece a norte-americana Julianna Barwick, mas isso vai começar a mudar muito rapidamente. Ao mesmo tempo próxima dos sonhos ácidos dos Animal Collective e das ondas de som dos My Bloody Valentine, a sua música revela um primitivismo sensorial desarmante, envolvido numa vertigem de loops vocais. Disponibilizou recentemente em edição de autor o seu primeiro album, “Sanguinaire”.Tiago Sousa
Primeira actuação de Tiago Sousa em nome próprio na ZDB. A solo, as composições para piano do músico barreirense, que também integra os colectivos Goodbye Toulouse e Jesus, the Misunderstood, são por vezes reminiscentes da peça minimalista de Robert Wyatt para o seminal “Music For Airports” de Brian Eno. Neste âmbito, lançou “Crepúsculo”, em 2006, e, já este ano, “Noite/Nuit” (em parceira com a artista francesa SRX), ambos através da editora independente Merzbau, pela qual é responsável.Entrada: 7,5€
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Sexta-feira 19 de Outubro às 23h00
IDM_goes_storytelling_sessions
VERT
A reinvenção de Vert, pseudónimo do produtor inglês Adam Butler, de um dos mais relevantes projecto IDM da editora Sonig para o lado mais eclético e diversificado da pop experimental, começa num assalto ao seu estúdio em Colónia, de onde desaparece a sua imensa parafernália electrónica. “Some Beans an Octopus”, o seu novo álbum, transforma essa ausência numa imensa expansão estilística, materializando-a num conjunto irrepreensível de canções surrealistas próprias para um cabaret cósmico.
Vert iniciou a sua carreira musical aos 6 anos de idade com a sua primeira lição de piano. Aos 13, deixou o piano por uma guitarra eléctrica e aos 24, iniciou-se na produção electrónica enquanto Vert. Desse período resultaram três longa-duração (“The Köln Konzert”, “Nine Types of Ambiguity” e “Small Pieces Loosely Joined”) e dois 12″ (“Mewantmooseic” e “Mormooseicforme”).Entrada: 6€
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Na próxima sexta dia 19, vai decorrer pelo país uma série de iniciativas de sensibilização sobre a intermitência.
O objectivo das organizações que compõem a Plataforma dos Intermitentes é chamar a atenção da opinião pública e do poder político sobre as lacunas e injustiças da lei laboral em vias de ser aprovada para o sector dos profissionais do espectáculo e do audiovisual.A par de uma leitura de um comunicado na maior parte dos teatros, nas rodagens e nas apresentações culturais em geral e do debate a acontecer às 18h no Salão Nobre do Teatro Nacional com um representante do Grupo Parlamentar do PS e da Plataforma, entre outras acções de sensibilização o dia termina com uma festa na ZDB.
SPOT INTERMITENTESSexta 19 de Outubro às 00h00
Festa Luta dos Intermitentes
KUMPANIA ALGAZARRA
FREESTYLEIRAKumpania Algazarra
“Uma viagem musical às diversas culturas do mundo… (…)
Os Kumpania Algazarra utilizam uma mescla de sonoridades que vão desde a música do leste, norte de África, médio-oriente até à música popular portuguesa.
É a originalidade na fusão, a energia nas letras, o suporte instrumental e as melodias vibrantes que levam os Kumpania Algazarra ao palco.”Freestyleira
O colectivo Freestyleira (leia-se Fristaileira) especializado em reveillons, casamentos, baptizados, velórios e funerais, ramadões, carnavais, entre outras festividades, traz à ZDB o seu colorido carrossel musical.
Arqueólogos musicais detentores de um vasto espólio, resgatado de poeirentos baús de velhinhas reformadas, feira da ladra e lojas de segunda mão, mesclam e editam em formato digital uma onda sonora que não olha a divisões sectaristas de géneros musicais.
Espera-se uma dose divertida de Funk, Disco, Pop, Electro, World Music, Folk, Reggae, Hip-Hop, Drum`n´Bass, Techno, 70’s, 80’s, 90’s e 00’s entre outros géneros.
Freestyleira: aquilo que sempre quis ouvir e teve vergonha de dançar!
Freestyleira: danada para a brincadeira!Entrada: 5€
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Sábado 20 de Outubro às 23h00
Geometria_variável_sessions
ORQUESTRA VGO
Primeiro concerto na ZDB depois da recente edição de “Stills” na Creative Sources, triplo álbum que documenta pela primeira vez a permanente experiência que é a Orquestra VGO.
A música produzida pela Orquestra da Geometria Variável resulta do jogo do material acústico versus o electrónico, numa contínua busca de pequenos detalhes e significados – o som rompe do silêncio para nele voltar a megulhar…
Com esta organização formal do caos, tenta-se aplicar novos conceitos de indeterminação e composição instantânea, através da erupção assimetricamente alternada de momentos de som e silêncio (ausência de som identificável) com predominância para estes últimos, seja pela emissão de sons de características subliminares e psico-acústicas, seja pela completa ausência de sons, permitindo assim aos músicos recuperar o seu ritmo natural de respiração e sentido aleatório de pulsação, bem como escutar toda a espécie de acontecimentos sonoros que estejam a ocorrer nesse preciso momento no espaço envolvente, ou então “simplesmente” escutar o que outro músico tenha começado, entretanto, a fazer, sem a preocupação de responder imediatamente e assim encher de forma inútil o espaço sonoro.Entrada: 5€
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Sexta-feira 26 de Outubro às 23h00
Enquanto_houver_estrada_para_andar_sessions
FARRA FANFARRA
A ZDB em festa com as músicas folclóricas da Farra Fanfarra. Do Norte de África à Europa de Leste, da bela Itália à América do Sul, passando pelo Médio Oriente, a Farra Fanfarra abana o globo terrestre até as fronteiras se transformarem numa confusão de ritmos e cores enebriantes.
Formação:
Tânia Lopes – percussão
Hélder Silva – percussão
Joana Soares – percussão
Pedro Santos – percussão
Sérgio “The Spasher” – percussão
Rodrigo Fernandes – tuba
Pedro Pereira – sousafone
Vinicius “Slide Man” – trombone
Francisco Amorim – saxofone
Luis Barrocas – saxofone
André Marques – saxofone
Jorg – saxofone
José Lencastre – saxofone
Pedro Heirtor – saxofone
Matthueu Ehrlacher – saxofone
Luis Vicente – Trompete
Sandro Felix – trompete
Nuno Reis – trompete
Luis Bastos – clarinete
Biris – acordeonEntrada: 5€
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Sábado 27 de Outubro às 23h00
São_como_divãs_sessions
THE SEA AND CAKE
LITIUS
The Sea And Cake
Super-grupo formado por Sam Prekop (voz, guitarra), John McEntire (bateria, percussão), Archer Prewitt (voz, guitarra, piano) e Eric Claridge (baixo), todos figuras fulcrais no ressurgimento do panorama musical de Chicago ao longo das últimas décadas, os The Sea And Cake são uma das bandas essenciais a pensar a pop enquanto motivação comum para explorações flutuantes pelas áreas mais abstractas da electrónica e do jazz. “Everybody”, o último disco, editado há alguns meses pela incontornável Thrill Jockey, expande ainda mais a distinta dimensão reflexiva grupo, cuja discografia conta com pelo menos uma mão-cheia de canções per fei tas.Entrada: 10€
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Quarta-feira 31 de Outubro às 23h00
O_belo_e_o_sublime_sessions
HENRY GRIMES’ SUBLIME COMMUNICATION
A vida do contrabaixista Henry Grimes é stranger than fiction. Um dos músicos mais activos entre a vanguarda nova-iorquina ao longo da década de 60, membro da formação de Albert Ayler que gravou para a ESP o mítico “Spirits Rejoice”, Grimes desapareceu misteriosamente de cena em 1967. Contra todas as expectativas, em 2003 foi encontrado em Los Angeles, completamente alheado de qualquer realidade musical. De então para cá, voltou a pegar no contrabaixo (uma prenda do fã William Parker) com a profundidade e controlo avassaladores que o haviam caracterizado décadas antes, actuando regularmente em diversos festivais nos Estados Unidos e na Europa e voltando às gravações (Live At The Kerava Jazz Festival, editado pela Ayler Records em 2005). Primeiro concerto em Lisboa deste genial insurrecto, verdadeira lenda viva do free-jazz norte-americano.
Formação:
Henry Grimes – contrabaixo
Andrew Lamb – flauta, saxofone
Newman Taylor Baker – percussão, bateriaEntrada: 10€
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Sexta-feira 02 de Novembro às 23h00
These_memories_can’t_wait_sessions
AKI ONDA
TSUKI
Aki Onda
Artista audio-visual em estreia absoluta na ZDB, o japonês Aki Onda tem vindo a desenvolver no plano sonoro uma expecional plataforma de estudo e improvisação em diferentes meios e formatos. Neste contexto, destaque para o projecto continuo “cassette memories”, onde Onda explora uma complexa e ambígua rede diarística, memória deduzida e induzida a partir de gravações de campo orginárias de períodos e espacialidades diversas.
Entre outros, Aki Onda tem vindo a colaborar com Loren Mazzacane Connors e Alan Licht – guitarristas exploratórios que musicam o seu projecto visual Cinemage (exposto recentemente nos Anthology Film Archives de Nova iorque) -, Otomo Yoshihide, Jac Berrocal ou Linda Sharrock.Tsuki
Duo de Ricardo Costa e José Lencastre, Tsuki absorve as formas estéticas da improvisação experimental, misturando instrumentos de circuit bend (desenhados e produzidos pela banda), saxofone, vozes e todo o tipo de instrumentos analógicos. Costa e Lencastre ignoram os métodos impostos pela electrónica, desmontam-do-os numa viagem de improvisação e imaginário contemplativo.A partir de texto dos artistas
Entrada: 6€
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Sábado 03 de Novembro às 23h00
Acid_nightmare_sessions
ACID MOTHERS TEMPLE & Melting Paraiso UFO
RACCOO-OO-OON
Acid Mothers Temple & Melting Paraiso UFO
Reis indisputados da quinquilharia, energia e experiência psicadélia contemporânea, regressam um anós depois da sua explosiva estreia na ZDB à casa que providenciou o vibe para a rockaria vista em palco à época. Figuras de proa actuais de um país que nos deu algum do melhor e mais corrosivo rock psicadélico jamais feito, a malta dos Acid Mothers é gente com história num país que foi moldando, quase de forma secreta, o género. Olhando um pouco para trás, podemos ver interesse nas vanguardas mais marginais da música no país até 1960, altura em que o lendário Group Ongaku gravou os primeiros sons conhecidos de uma banda a fazer – conscientemente e de forma conceptualmente segura – música improvisada. Anos depois, e de forma mais conectada com os AMT, os enormes Les Rallizes Denudes estavam situados no meio do pré das revoluções estudantis japonesas de início dos anos 70, contemporâneas do florescer da época de ouro do pinku eiga – o softcore japonês da época -, fenónemo também intimamente ligado com tropas de guerrilha urbana e com os gangs de motards da época. Os Rallizes, no meio disto tudo, pareciam então ouvir Hendrix com o desejo que tivesse sido sempre gravado no vermelho. Então foi isso – ou os ácidos é que lhes ordenaram – que fizeram. Nas décadas seguintes, figuras como Keiji Haino, Asahito Nanjo ou Makoto Kawabata (co-fundador dos Acid Mothers) foram despontando, adicionando importantes elementos novos ao continuum iniciado pelos Rallizes, criando fantásticos capítulos no domínio do rock mais corrosivo e homicida.?Uma década e picos depois dos Mainliner – onde Kawabata tocava – editarem o monumental ‘Mellow Out’, Kawabata é hoje dos grandes guitarristas da história do psicadelismo, e os Acid Mothers Temple – e suas múltiplas encarnações e reencarnações – dos seu mais festivos veículos. Acompanhado por um all-star de rockeiros japoneses, o quarteto inclui Tabata Mitsuru, dos grandes baixistas rock que já pudemos ver (e coitado do amplificador de que lhe calhar), que está prestes a lançar disco novo da portuguesa Ruby Red. Venham ver a casa a ir abaixo em technicolor tye-dye.Raccoo-oo-oon
A para lá de badalada (nos meandros do underground) capa da Wire da ‘New Weird America’ com os Sunburned Hand of the Man e uma fogueira na capa, com artigo a dar conta de um momento de união de várias movidas exploratórias nos Estados Unidos, serviu claramente como início de uma divulgação mais alargada e integrada de imensos músicos, de trabalhos díspares, numa imagem colectiva comum. Inspirou centenas (ou milhares, começa a parecer) a interessar-se por uma data de coisas que antes lhes passavam ao lado, a reformular ideias, a recriar ou revisitar géneros, a alterar direcções. Como sempre nestes processos de extravasar de fronteiras de públicos e influência, a forma como a arte informa o receptor pode adquirir várias manifestações. No caso dos Raccoo-oo-oon, podemos encontrar os xamanismos, tribalismos, comunalismos que nos míticos No-Neck Blues Band ou nos supramencionados Sunburned sempre se encontraram em estados mais primitivos em crus, aqui com os cantos mais redondos, mais focalizados numa óptica groove (os Raccoo-oo-oon foram dos primeiros de uma geração que, no último par de anos, pegaram nestas referências e nos heróis do kraut comunal e lhes recontemporaneizaram as formas). Ao mesmo tempo, o seu lado rock é o que os torna mais universalizantes. São capazes de agradar aos admiradores do lado mais mágicko dos Sun City Girls, como a quem grama !!! (o propósito de groove band, mesmo que mais esquizóide, assemelha-se), e não raras vezes lembram os nossos – grandes – Loosers. Pelos relatos que nos chegaram, ao vivo a coisa rebenta ainda com mais força. Primeira série de datas no nosso país.Textos Filho Único
Entrada: 10€
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Terça-feira 06 de Novembro às 22h00
Drowned_in_sound_sessions
GROUPER
PHOEBUSGrouper
Moniker da norte-americana Liz Harris, Grouper é hoje um dos mais distintos e relevantes nomes a operar na esfera contínua do ambientalismo psicadélico. Com uma simplicidade enganadora, Liz Harris constrói, primariamente em guitarra e voz, uma massa de som até agora por ouvir, submersa em imensas ondas de reverb que rebentam em novos territórios, numa celebração etérea de sobreconsciência.
Na discografia de Grouper, destaque para “Way Their Crept” e “Wide”, editados pela Free Porcupine Society, e “Dragging a Dead Dear Up The Hill”, novo álbum a sair nos próximos meses pela Type. Grouper estreia-se em Portugal na ZDB, em data única no nosso país.Phoebus
Projecto do português Afonso Simões (Curia, Fish & Sheep, Braço), Phoebus aborda digital e analogicamente os princípios da improvisação como entendidos em primeira instância por colectivos como o Theatre of Eternal Music, construindo muralhas de som circulares fora de tempo, para as quais não parece existir princípio nem fim. O seu primeiro registo, “Peri Sable”, inaugurou o catálogo da netlabel portuguesa Test Tube. Subsequentemente tem editado através do seu próprio selo, Rafflesia.Entrada: 6€
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Quinta-feira 08 de Novembro às 23h00
Sonic_art_sessions
MAILE COLBERT
O.BLAAT
MANUELA BARILE & RUI COSTA
Na sequência de um conjunto de residências artísticas que decorreram na pequena aldeia de Nodar (distrito de Viseu), onde a Binaural desenvolve parte das suas actividades, a Binaural e a ZDB Müzique apresentam:Maile Colbert
Maile Colbert é uma artista sonora e vídeo que actualmente trabalha em Los Angeles, Califórnia. É graduada pelo Studio for Interrelated Media do Massachusetts College of Art, e pós-graduada em Integrated Media/Film and Video pelo California Institute of the Arts. Os seus trabalhos foram já apresentados e exibidos em múltiplos locais e eventos como o The New York Film Festival, LACE Gallery, MOMA New York, Los Angeles County Museum of Art, the REDCAT Theater in Los Angeles, The Portland International Documentary and Experimental Film Festival, e numa tournée multimedia de duas semanas pelo Japão.o.blaat
Artista Sonora e compositora baseada em Brooklyn, Nova Iorque. É membro principal do colectivo SHARE e é conhecida por criar ambientes sonoros diversificados resultantes da sua infatigável procura em eliminar a presença física do performer, alterando em última instância as situações de escuta. Depois de ter efectuado durante vários anos performances com um dispositivo electrónico da sua construção (“tapboard effector soundsystem”), Keiko tem nos últimos anos explorado a mobilidade do Powerbook. As suas performances e instalações têm sido apresentadas em museus, salas de espectáculo, galerias e festivais em inúmeros países dos vários continentes. Entre outras obras, editou em 2004 o CD “Two Novels: Gaze / In the Cochlea” na editora portuense Crónica.Manuela Barile + Rui Costa
Manuela Barile é uma artista vocal e performer interdisciplinar italiana que habita em Portugal. Explora a voz nas suas várias expressões musicais e faladas, empregando técnicas vocais ocidentais e orientais, assim como outras da sua própria invenção, todas sem qualquer recurso a manipulação electrónica. O seu trabalho artístico consiste na combinação dos seus sons vocais com diferentes media (instalação, performances ao vivo, fotografia, vídeo, desenho, escrita).
Rui Costa iniciou a sua actividade pública como artista sonoro em 1997. Em 1998 iniciou uma colaboração estreita com o músico espanhol Iñaki Ríos, ao nível da arte sonora, improvisação livre e criação vídeo, com o qual forma o duo ja_dijiste, utilizando técnicas de composição / improvisação baseadas em software (max/msp, etc.) e desenvolvendo vários projectos de cariz conceptual. Neste âmbito, refira-se o trabalho intermédia “Nodar”, apresentado em 2002 no festival Musica Ex Machina, em Bilbao, Espanha.Textos Binaural
Entrada: 5€
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Sexta-feira 09 de Novembro às 23h00
Cabeçadas_nas_paredes_sessions
TALIBAM!
NALALANATalibam!
Dupla free-rock demente de Nova Iorque, os Talibam! (Matt Mottel em sintetizadores e voz, Kevin Shea na bateria e percussão) espalham uma desordem espásmica com todas as cores do arco-íris. A urgência militante do grupo, brilhantemente capturada no recente “Ordination of the Globetrotting Conscripts” (edição Azul Discografica), expande-se numa sinuosa espiral de sons novos, do momento e para o momento. A fúria criadora do grupo, descrita por Dan Warburton, jornalista da revista Wire, como das mais entusiasmantes da actualidade, tem em espíritos livres como Sonny Sharrock, Borbetomagus ou Lightning Bolt alguns dos pontos de contactos mais impetuosos.Nalalana
Projecto noise de Igor Martins, Nalalana explora a espacialidade e a temporalidade do som, tentando definir e encontrar a área actuante desse som no espaço físico da memória humana. As actuações de Nalalana (que na ZDB contará com Cáucaso Tenembaum como convidado especial) são acompanhadas por um registo visual e contam com a presença de sons manipulados em tempo real, aos quais se sobrepõem instrumentos de sopro através de uma coluna de ar orgânica.A partir de texto do artista
Em colaboração com a Olfacto Pela Forma, será exibida, antes e após as actuações, uma selecção da mostra de vídeo integrante do Festival Mau 2007:
Video 1: “A lone figure’s drift” – Francisco Janes (pt)
Video 2: “Nature bien mort” – Catarina Marto (pt)
Video 3: “Bon voyeur” – Iraida Lombardia (sp)
Video 4: “Show da Fé” – António Contador (pt)
Video 5: “Desires, Scratch, Dissension, Desecration, Constrict, Close e The Bug” – Niki Sehmi (uk)
Video 6: “Snow Vein” – MKS Volcofsky (usa)
Video 7: “36” – Clara Games (pt)
Video 8: “Amar” – Esteban Crespo (sp)
Video 9: “Pastel, Go on and multiply, Art is great” – Inport videos – v.a. (est)
Video 10: “Performance videos (free run)” – Anymous (czech rep.)Entrada: 6€
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Sábado 10 de Novembro às 23h00
Broken_beats_sessions
GRAND PIANORAMAX feat. MIKE LADD
DJ RIDE QUARTET
Grand Pianoramax feat. Mike Ladd
Grand Pianoramax é o projecto breakbeat / broken beats de natureza improvisada desenvolvido a partir de sintetizadores vintage pelo músico suíço Léo Tardin, com novo álbum (o excelente “Biggest Piano in Town, edição Obliqsound) previsto para os próximos meses. Ao vivo, a experiência Grand Pianoramax metamorfoseia-se num expansivo delírio rítmico que mistura jazz e hip-hop. Na formação que subirá ao palco da ZDB, destaca-se o carismático mc, poeta e agitador de consciências norte-americano Mike Ladd, um dos mais interessantes artistas urbanos contemporâneos, de cujo currículo fazem parte colaborações com De La Soul, Last Poets, Saul Williams, Roots Manuva ou Cannibal Ox.DJ Ride Quartet
É o músico português do momento. “Turntable Food”, o primeiro álbum de DJ Ride, editado recentemente pela Loop Recordings, junta funk, jazz, soul e disco ao cosmos estilístico do hip hop instrumental. No palco da ZDB, tudo isto vai pegar fogo: o scratch de DJ Ride é acompanhado por Rodrigo Amado (saxofone), Diogo Gregório (guitarra) e DJ Ovelha Negra (scratch), um quarteto que combina a manipulação em tempo real com uma sensibilidade intuitiva sobre os princípios da improvisação.Entrada: 7,5€
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Sexta-feira 16 de Novembro às 23h00
Metal_machine_music_sessions
ANGELDUST
TRAUMÁTICO DESMAME
BIG BASE
Angeldust
Duo noise norte-americano absolutamente devastador formado por Robert Francisco e Nate Davis, os Angeldust trituram a densidade niilista dos Whitehouse com a intensidade punk dos Black Flag. De entre as centenas de bandas com quem já ocuparam palcos nos Estados Unidos e na Europa, destaque para os Nautical Almanac, Kites, Birds of Delay ou os Skaters, com quem estão em particular sintonia sónica.Traumáticos Desmame
Trio de voz, bateria e percussão, os Traumático Desmame (João Gama, João Trovão e Filipe Leote) improvisam em modo amok nos mesmos ambientes macabros explorados pelos Swans dos primeiros anos. Acompanham-nos em palco projecções de génios marginais como Pasolini ou Jodorowsky.Big Base
Big Base é o projecto de electrónica old-school do espanhol Ernesto Avelino, anteriormente designado Fasenuova. Proto-noise nuetro hermano sem concessões, na linha de Throbbing Gristle ou Whitehouse.Entrada: 6€
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Sábado 17 de Novembro às 22h00
O_fim_do_hip_hop_sessions
BRO-X
DJ Shimmy
Bro-X
Contactaram-me da Galeria Zé do Bois para fazer uma consulta crítica e célere a uma banda de hip-hop que emerge na Margem Sul do Tejo, mais precisamente na Baixa da Banheira.
Essa localidade também é conhecida nos meios da delinquência como Xangai. Tal nome deve-se ao seu passado estar cheio de relatos de violência e velhacaria dos seus habitantes mais patifes. A banda chama-se Bro X. Uma irmandade que passa nas margens do conhecido tal como a terra da qual saíram, Xangai e não Baixa da Banheira.
Muito embora a conservação do X na palavra Baixa talvez não seja casual, tal como a opção do X no nome da banda seja a cruz, e essa cruz o passado da sua terra, e a cruz que a banda carrega no nome como uma bandeira não seja fruto do acaso. Não sabendo e apenas especulando resta-nos adivinhar nas estrelas e no que elas nos comunicam.
Tio Black, Moçoespinho, Mc Cuta, DJ Canholas, DJ Toinn são os cinco elementos.
Num planeta onde as pessoas vêm exactamente os mesmos filmes em qualquer parte, os mesmos programas de televisão, as mesmas notícias, haverá quem afirme que a globalização tem consequências negativas porque anula a diversidade criando uma homogeneização do mundo em que vivemos, outra perspectiva mais optimista acredita que nada com a globalização tenha sido uniformizado, tornado semelhante, mas sim, que com ela se criou um imaginário comum e tendencialmente indiferenciado, apoiado na disseminação total de tudo a um nível planetário, mas essa anterior dicotomia embora útil para percebermos o phatos social e histórico que faz surgir uma banda como Bro X não me parece que seja a forma de compreender o seu propósito de existência nesse phatos.
O propósito de existência de uma banda como Bro x é a tomada de consciência de que o único caminho que não vai dar a Roma é o do meio, o da normalidade, essa perigosa normalidade que torna tudo em dicotomia, que nos faz esquecer de que é através do contacto entre as coisas diferentes que faz as coisas serem deliciosamente crioulas…
A estrada nacional para o Algarve é crioula e encerra um mito anedótico que é o seguinte:
A estrada teria sido feita por um trabalhador português e um engenheiro inglês, e nenhum deles sabia falar a língua do outro. Por isso em caso de indecisão no caminho a tomar na estrada o português ia perguntar ao inglês:
-O que é para fazer agora?
Ao qual o inglês para não dar a perceber ao trabalhador português que não percebia o que este lhe perguntava respondia com voz autoritária:
-Yes, yes.
E mais um S surgia.
Porquê esta historia? Para demonstrar que se fosse real provaria que nem sempre na razão se constrói o caminho. Para mostrar que por mais que nos custe a viagem aos “eses” não devemos perder da ideia de que o que se ganha na estrada nacional se perde numa auto-estrada e vice-versa. O mito anedótico das curvas na estrada nacional para o Algarve são a prova do que se pode perder se não existir esse paradoxo de incomunicabilidade comunicável que aparece traduzido em cada curva dessa estrada, ainda que sob a forma de mito anedótico.
Logo a parece-me que a colocação das coisas sob a forma de dicotomia não faz grande sentido para entendermos Bro x.
Não me parece que estes queiram afirmar que existe o bem ou o mal, o modo mais correcto ou errado de fazer as coisas, ser eticamente incorrectos ou incorrectos, infringir ou cumprir regras, parece-me que a escolha dos seus passos pretende achar o caminho do bem de mão dada com o mal e encontrar o caminho do mal de mão dada com o bem e nesse caminho ás arrecuas, ás curvas ou em loop andar sempre para que de uma forma ou de outra, escolhendo um caminho ou outro, no final possamos todos deleitar num mergulho solarengo numa praia do Algarve e se possível com um Ghetto Blaster a bombar à beira da água.Silva Maluange
Entrada: 5€
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Sexta-feira 23 de Novembro às 23h00
Solo_sessions
TÓ TRIPS
J. BRAIME GALISSÁ
Tó Trips
Estreia a solo na ZDB do mackintóxico Tó Trips, sozinho com as suas guitarras avariadas e iluminadas, cheias de histórias para contar.J. Braima Galissá
O Mestre Galissá nasceu, cresceu e vive com um kora. “Djidiu” é o seu apelido de rua, Kora, seu instrumento de 22 cordas. Em Portugal Galissá defende a cultura musical Mandinga como Salif keita, Mory kante e muitos outros defendem mundialmente.
O kora foi inventado por Djali Mady Wulen em Gabú. Os primeiros Kora’s eram constituídos por 21 cordas feitas de pele de Gazela bem trançadas e finas. Com a chegada dos Europeus as cordas foram mudadas para os fios de pesca (nylon). Em Gabú os músicos de Kora são conhecidos pelo apelido Galissá. Os materiais que constituem o kora são: a cabaça, metal, as cordas, madeira, recortes de pano que servem para protecção do cavalete e rebites, sendo que antigamente, no lugar desses rebites se usavam pedaços afiados de canas de bambu que seguravam a pele à cabaça do instrumento. Kora no dialecto Mandinga significa o “instrumento que abrange tudo”. Desempenha um importante papel na vida cultural da sociedade Mandinga e por outro lado tem associado a história do povo Mandinga, que são recitadas em ocasiões especiais. O Kora envolve tudo e todos, sejam trovadores ou historiadores. Implica a educação, a saúde e a cultura. Para o Galissá, abarca mesmo tudo. O Kora surgiu, segundo os familiares do Galissá, nos meados do século XIII. Sucedeu o “tonkoron” que evoluiu para o “bolonbata” e de etapas em etapas desenvolveu-se até aparecer o Kora que conhecemos com 21 (ou mais) cordas. O kora já há algum tempo que tem servido aos psicólogos na avaliação de doentes mentais. O kora actualmente é estudado por vários especialistas, quer educadores infantis, antropólogos, etnomúsicólogos, por muitas culturas nas universidades europeias, principalmente nas academias musicais e museus etnográficos.Em galissa.com.sapo.pt
+ site J. Braima Galissá
Entrada: 6€
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Sábado 24 de Novembro às 23h00
Follow_the_yellow_brick_road_sessions
O QUE ´STRADA
Depois do espectáculo TascasTour e de muitos amores de’Strada marcamos encontro para partilhar o início das novas canções de’Strada. Não resistimos a atravessar o rio, na febre de sábado à noite, para em jeito de jam, lançar os primeiros acordes de AcusticBeat O sonho português.
Em retiro no Incrível desde o início do mês, os temas que apresentamos estão em aberto e são ideias para um novo cocktail sonoro a lançar para a próxima primavera.Texto dos artistas
Entrada: 7,5€
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Sexta-feira 30 de Novembro às 23h00
QUARTETO DE SEI MIGUEL
PEDRO GOMESQuarteto de Sei Miguel
ZDB apresenta Sei Miguel em recital paulistano / recital sobre uma cidade, inédito na cidade de Lisboa. São oito temas (modernistas) em louvor (diferido) a Mário de Andrade (um pouco) e a São Paulo (muito muito – ali cresceu o trompetista).
Atenção: não será um show de música brasileira, sequer música brasileira erudita, antes uma pequena colecção de músicas para quarteto do dialecto jazz, agreste qb e inevitavelmente contemporâneo.Texto de Sei Miguel
Formação:
Sei Miguel – trompete
Fala Mariam – trombone
Pedro Lourenço – baixo
César Burago – percussãoSei Miguel
Sei Miguel toca o seu trompete (de bolso) com consciência plena da história do jazz, permanecendo aberto – enquanto director e arranjador – a ilimitadas fontes e possibilidades sonoras. Usa em seu trabalho soluções por vezes inovadoras, por vezes serenamente/ estilisticamente herdadas e por vezes estranhamente simples ou “primitivas”. O trompetista criou um sistema musical próprio que lhe permite levar peças detalhadas a um estado de rigor assinalável. Nasceu em 1961, Paris. Viveu no Brasil e em França até radicar-se em Portugal nos anos oitenta. Discografia: Breaker (1988); Songs Against Love and Terrorism (1989); The Blue Record (1990); The Portuguese Man Of War (1993); Showtime (1996); Token (1999); Still Alive in Bairro Alto (2001); Ra Clock (2002); The Tone Gardens (2006).Fala Mariam
Trombonista. Natural de Lisboa. Alguma formação académica não lhe suscitou interesse pela criação musical. Em 80, durante uma viagem pelo norte da Índia, intuiu o fogo sagrado da verdadeira música, que reencontra no jazz mais iniciático e na gratificante descoberta de diversos trombonistas. “Sideman” de Sei Miguel desde 83, participa em todos os trabalhos deste. Cultora de uma frase sem brilhos fáceis, capaz do expressionismo mas também de surpreendente doçura, Fala Mariam é já uma referência nos actuais desenvolvimentos do dialecto free bop.César Burago
Percussionista. Angolano. Dedica-se inteiramente às músicas do jazz, pois vê nelas o espírito e a técnica indissociáveis. Presença regular nas orquestrações de Sei Miguel, tem dimensionado com o trompetista, desde 97, um plano de possibilidades e impossibilidades métricas, ambas expressas em trabalhos onde a percussão (principalmente a pequena percussão) ganha um enigmático valor melódico.Pedro Lourenço
Baixista. Natural de Lisboa. Estudos académicos e multi-instrumentismo levaram-no ao campo da música electrónica, tendo tocado e gravado em projectos diversos. Colaborador de Sei Miguel desde 2002, trabalha com este factores estruturais e estruturantes na forma sonora individual. É hoje praticante quase exclusivo do baixo eléctrico.Pedro Gomes
Pedro Gomes, também membro dos CAVEIRA e dos Manta Rota, apresenta o trabalho que tem vindo a desenvolver a solo em guitarra acústica de cordas de aço, bem como em guitarra clássica. Pegando na bíblia edificada pelos exploradores destes instrumentos a partir dos anos 60, de John Fahey, Robbie Basho ou Sandy Bull, intersecta um conhecimento destas músicas com influências de uma série de outros guitarristas, de variadas proveniências e concretizações: da desconstrução freeform de Masayuki Takayanagi; dos blues elípticos de James ‘Blood’ Ulmer; da escola da improvisação da intuição contra-intuitiva de Derek Bailey; até ao trabalho de instrumentistas das décadas mais recentes que lidam com vocabulários maiores em disformidade, casos de Rudolph Grey, Tetuzi Akiyama ou Jorge Martins.
O seu registo tanto se foca na improvisação modal, como na não-idiomática, como por vezes apresenta também algumas composições que lidam de forma mais ortodoxa com harmonia, ritmo e melodia.Entrada: 6€
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Sábado 1 de Dezembro às 23h00
Na_terra_do_bor_sessions
LA LA LA RESONANCE
ÖLGALa La La Resonance
Poucos terão sido os projectos portugueses que elevaram as expectativas do seu público tanto quanto os The Astonishing Urbana Fall. O grupo de Barcelos marcou um tempo do nosso rock/pop criando um consenso de rara admiração e extensa legião de fiéis. O percurso dos TAUF, no entanto, não haveria de se vergar a ninguém. Assente na ideia de diferença, o grupo haveria de se metamorfosear para, passada uma década, chegar ao primeiro longa duração como quem sabe amadurecer. A maturidade traz um novo irónico nome, La La La Ressonance, e o disco, Palisade, é como mais uma estaca defendendo a liberdade formal em que sempre acreditaram. Instrumental, ambiental, jazzístico, carismático, este passo não completa a carreira destes músicos, aumenta-a, obrigando a uma contínua catalogação que, quanto a mim, nunca poderá, nem deverá, ser segura. Palisade é brilhante no seu despojamento. É um disco típico de quem nunca teve pressa. Resulta numa simplicidade desarmante, fazendo lembrar, por vezes, o novo jazz nórdico, misturado com alguma solaridade.Ölga
Casos há em que é necessário dar um passo atrás ou parar para assimilar todo o conhecimento ganho e seguir em frente. Casos há em que o desaparecimento de algo está directamente ligado com o nascimento de outra entidade. Com a saída do violoncelista Rodrigo Filipe (logo após o lançamento do ep Ölga), os concertos que se seguiram ao lançamento do primeiro registo mostravam já uns Ölga mais experimentais e mais desprendidos, à procura de um caminho distinto, ideias que What Is concretiza de forma sólida, com um olhar no futuro.
Com efeito, What Is vê os Ölga a traçarem um caminho mais próprio, cada vez mais distante do pós-rock e mais próximo do krautrock, do experimentalismo, do psicadelismo. What Is é um disco que vive de pormenores, da percussão, das direcções e da troca de direcções, da descoberta instintiva de espaços e territórios distantes, do uso de samples, da delicadeza e exploração da simplicidade e do abstracto, com as suas paisagens transparentes e percussão galopante, é um dos exemplos mais evidentes de um objectivo proposto e concretizado, o da afirmação de uma personalidade cada vez mais própria e singular.A partir de textos da editora
Entrada: 6€
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Quarta 5 de Dezembro às 22h00
Triceps_biceps_sessions
BLOOD SAFARI
Depois dos Tédio Boys e dos Parkinsons, Vítor Torpedo e Pedro Xau recrutaram os britânicos Charlie Fink (voz) e Mr. Stix (bateria) e formaram os Blood Safari, imparável celebração rock na linha dos Gun Club ou The Cramps. Menos Clash que Parkinsons, mais Gun Club e Damned (do início). Carisma e festa a rasgar.Entrada: 7,5€
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Quinta 6 de Dezembro às 22h00
NO CINEMA NIMAS
Beatificação_cósmica_sessions
STARS OF THE LID c/ quarteto de cordasProvenientes de Austin, Texas, mas hoje residentes em Chicago e Bruxelas, os Stars of the Lid são o duo de Brian McBride e Adam Wiltzie. Foram parte fulcral de um grupo de bandas associado ao selo norte-americano da Kranky, que, com gente como os Windy & Carl, Magnog, Philosopher¹s Stone ou Labradford, reinventou as coordenadas das músicas abstractas, ambient, espaciais, focadas no domínio do cósmico e do intangível (sob o rótulo do mui abrangente pós-rock). Como sempre, no que concerne a designados “movimentos” de artistas originais, em meados desses anos 90 pareceram confluir, por razões irmãs e influências semelhantes, estes e outros projectos, que sonhavam estrelas nos tectos dos seus quartos, movendo-se a beleza e a tripe cósmica, em busca de salvações celestes.
Enquanto os Labradford parecem ter terminado o seu percurso como tantos outros (“Prazision”, o histórico álbum de estreia, foi agora reeditado), os Windy & Carl parecem ter abrandado na quantidade de trabalho (apesar do sublime último registo, ainda pela Kranky), os Stars of the Lid, lentamente, continuam a amassar um corpo de trabalho notável, que continua a fazer todo o sentido enquanto organismo vivo e em evolução. Vão-se dedicando progressivamente a notáveis explorações de cariz orquestral para secções de cordas, com acompanhamento e processamento electrónicos, nunca deixando as suas metafísicas guitarras para trás. Continuamos, como sempre, a ver neles o Eno ambiental, Harold Budd ou as passagens sem voz dos últimos dois discos dos Talk Talk, mas o lado Gavin Bryars (especialmente “The Sinking of the Titanic”) vem cada vez mais grandiosamente ao de cima. Situam-se entre os reis da música abstracta fundada na orquestração da harmonia e da melodia, no universo da designada clássico contemporânea (com muito Gorecki e Arvo Pärt à mistura), inventando um novo espaço estético.
O Miles Davis escreveu na autobiografia dele, a citar o Prince, qualquer coisa como: “os pretos, quando vão para a cama, ouvem tambores. Os brancos, ouvem cordas”. Stars of the Lid, beleza e amor em estados puros e universalizantes, para quem ainda se rala com essas coisas.
É a primeira produção ZDB Muzique / Filho Único numa sala de cinema, ainda para mais numa das nossas mais estimadas na cidade, a sala do Nimas, onde Adam Wiltzie e Brian McBride serão acompanhados de um projeccionista e de um quarteto de cordas. Bons voos.Texto Filho Único
Entrada: 12€
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Vai ter lugar em Lisboa nos dias 8 e 9 de Dezembro a II Cimeira Europa-África promovida pela presidência portuguesa da União Europeia. Trata-se de um momento importante de reflexão e discussão acerca das relações que envolvem os dois continentes.
Neste contexto, surge a organização de um evento paralelo de iniciativa da Associação Solidariedade Imigrante que, juntamente com outras organizações não governamentais, pretende trazer à opinião pública um conjunto de problemáticas que constituem uma agenda alternativa à cimeira oficial.
A iniciativa África-Europa, Que Alternativas conta na sua programação com debates, conferências, acções de rua e eventos culturais.A ZDB junta-se a este movimento da sociedade civil, participando na Cimeira Alternativa Europa-África com uma programação especial para o dia 7 de Dezembro que engloba a apresentação de um documentário sobre música e dança angolana “Mãe Ju” e diferentes projectos musicais que passam por música tradicional do norte de África com os Gnawa Bambara até às novas propostas sonoras com raízes angolanas dos kuduristas N’Gapas.
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Sexta 7 de Dezembro às 22h00
Sbím_sessions
MÃE JU“No Dancing da ‘Mãe Ju’ começa-se a dançar às 14h e só se pára quando nasce o dia”
Um documentário de Kiluanje Liberdade e Inês Gonçalves sobre a dança quente de Luanda. A música, os seus protagonistas e os movimentos na pista de dança da “Mãe Ju”.
Portugal/Angola – 2007
56”
Realização: Kiluanje Liberdade e Inês Gonçalves
Com: DJ Znobia, Nacobeta, Gata Agressiva, Puto Português, Bobani KingA partir das 23h00
GNAWA BAMBARA
Os N’ GAPAS
Filho Único dj setGnawa Bambara
Formação de músicos e cidadãos marroquinos residentes em Portugal, os Gnawa Bambara de Khalid Aferiat trazem à ZDB a singularidade colorida da música tradicional magrebina.N’Gapas
Os N’Gapas do Monte Abrãao apresentaram-se ao mundo o ano passado com “Um Por Todos”, hino carismático que começou a levar Motorola, Puto Adidax, Puto Chano e Best One às pistas de Lisboa e arredores. É uma de outras faixas produzidas por um dos membros da trupe angolana dos Garimpeiros (as outras, das quais ainda só escutámos os instrumentais, prometem cada vez mais), evidenciando o kuduru frenético e hiperactivo que os vem caracterizando, para além de algumas incursões na tarrachinha. Têm ainda colaborado com o DJ Marfox, e a sua faixa ‘O S’, foi produzida pelo Conductor (Buraka Som Sistema, Conjunto Ngonguenha). Planeiam domínio absoluto do mundo, ao que parece.Texto filho único
Filho Único Dj set
Amor total por toda a música ORIGINAL, neste caso dedicada ao boogie primitivo do tambor africano, de far-i’s de kingston a east london, do durrty south a Angola e Cabo Verde, do Mali ao Usher.Texto dos artistas
Entrada: 6€
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Sábado 8 de Dezembro às 23h00
Bordão_sessions
NORBERTO LOBO
CHRIS SUTHERLAND
MICAH BLUE SMALDONENorberto Lobo
Com apenas uma guitarra, invariavelmente acústica, Norberto Lobo – 25 anos de Lisboa inscritos na pele – procede a um pequeno grande milagre. “Mudar de Bina”, a sua estreia a solo, concentra em pouco mais de trinta minutos, dez imaculadas canções – sempre instrumentais – de uma maturidade rara, num todo profundamente português. Traz Carlos Paredes no coração, dedicando-lhe o disco. Mas a música do jovem guitarrista apropria-se de outros elementos: As melodias e as harmonias tanto evocam a nossa música popular, como sugerem anos e anos a ouvir e tocar música brasileira. O dedilhado recorda-nos os ensinamentos popularizados por John Fahey e toda a Escola Takoma. Apesar da curta carreira, Norberto Lobo já partilhou palcos com incontornáveis como Devendra Banhart, Larkin Grimm ou Lhasa e uma nova digressão internacional está a ser planeada.Chriss Sutherland
Norte-Americano a residir e a trabalhar em Espanha, Chriss Sutherland, revisita e materializa, com o auxílio de uma guitarra e ukulele, o cancioneiro tradicional do seu país natal. Em conjunto com Micah Blue Smaldone e mais três amigos, formou recentemente os Fire on Fire, descritos por Michael Gira como os Mamas and the Papas psicadélicos. A solo, valoriza-se a palavra, sublimada pela emotiva voz de Sutherland. “Me in a field”, estreia em disco – a editar pela Digitalis Industries – persegue os caminhos trilhados pelo amigo James Toth (ex-Wooden Wand) na exploração da canção primitiva norte-americana.Micah Blue Smaldone
Para além dos supracitados Fire on Fire – colectivo que mantém, entre outros, com Chriss Sutherland – Micah Blue Smaldone é hoje, indubitavelmente, um dos mais singulares novos artistas norte-americanos. Talentoso guitarrista, discípulo do legado de John Fahey e Robbie Basho, Smaldone possuiu uma voz bem timbrada que o destinge dos demais escritores de canção da sua geração. Nas suas veias correm as melodias intemporais de Skip James, Leadbelly, Dylan e Oldham.Entrada: 7,5€
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Sexta 14 de Dezembro às 23h00
fábula_sessions
LARKIN GRIMM
MÜNCHENLarkin Grimm
A cantora e compositora norte-americana Larkin Grimm possui um lugar só dela na música folk psicadélica contemporânea. Ainda assim, podemos associá-la a outros cantautores como Josephine Foster, Fursaxa, Viking Moses ou Banhart. Nasce em Memphis, num ambiente comunal – onde vive até aos seis anos – e cresce na Geórgia rodeada pelos Montes dos Apalaches no seio de uma família de músicos. Depois de concluir Belas-Artes em Yale, busca a aventura, palmilhando milhares de quilómetros à boleia. A expressão artística veio depois – até então a sua maior preocupação fora, apenas e só, aprender – na forma de dois belíssimos discos editados pela selecta Secret Eye. Descendente de nativos norte-americanos e nómadas europeus, a música de Larkin Grimm versa – de forma livre, mas simultaneamente consciente da tradição que a antecede – sobre assassinatos, paixões, sexo e morte. A voz extremamente expressiva e os seus violentos e autobiográficos poemas, chamaram a atenção de Michael Gira (ex-Swans, Angels of Light) que a convidou a ingressar na sua Young God Records e com o qual prepara uma
digressão conjunta.München
É o som de uma nova urbanidade acústica. Servem os palavrões para dizer que esta música tresanda a mecanismos de precisão enferrujados e, por isso, doces. São cordas e percussões em multiusos. Não há meninos. Todos os elementos dos München já tocaram noutras bandas.Quase todas mais ruidosas. Em 1999, Bruno Duarte decide sentar-se e desde então os München deram mais de vinte concertos, todos sentados. Em palco nunca são menos de quatro e nunca foram mais de nove. O dinheiro para as batatas nunca veio da música. Esta situação permitiu e permite uma liberdade criativa que enquanto confundir próprios e alheios é a razão da existência dos München. Confundir próprios é ouvir folclore turco ou electroacústica experimental e, para raiva ou deleite do parceiro, não tocar nem uma coisa nem outra. Confundir alheios é mais perigoso. A vida não é fácil. É claro que há quem, com gavetas e rótulos, a tente simplificar. München é uma banda de toy music: existem de facto brinquedos sonoros. München é uma pequena orquestra de câmara:
tocam guitarra clássica e viola de arco. München é uma banda rock: a bateria e guitarra eléctrica estão lá. Em que é que ficamos? Ficamos, como no princípio, sentados a tocar.Texto dos artistas
Entrada: 7,5€
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Sábado 15 de Dezembro às 23h00
bola_p’ra_frente_sessions
LOBSTER
DUAS SEMICOLCHEIAS INVERTIDASLobster
São dois e não temem ninguém. Intitulam-se power-rangers do noise rock, mas ao contrário dos super-heróis, Guilherme Canhão e Ricardo Martins não possuem super-poderes; isto pelo menos se considerarmos que a química que os une não é em si um super-poder. Cansaram-se de combater o crime e nos últimos tempos incendiaram palcos sempre que para isso tiveram oportunidade (mais de 50 vezes, diz-se); não só em Portugal, mas também em Espanha e em França. Com a devida urgência na pele e electricidade nas mãos, editaram música através dos meios que estavam ao seu alcance – o CD-R e as netabels. Fizeram mossa desde os primeiros tempos, transformaram-se rapidamente numa das melhores bandas portuguesas ao vivo e agora havia que dar um passo decisivo e corajoso em frente.
Sexually Transmitted Electricity é o primeiro bilhete de identidade da dupla depois de algumas licenças prévias que ficaram para a história. Ao longo de doze temas, os Lobster consubstanciam um encontro improvável de riffs impossíveis com percussão igualmente improvável. Conseguem-no através de um conjunto de temas que fizeram parte da carteira dos Lobster (registados em Fast Seafood) e algumas criações recentes – todas elas no vermelho, no limite. Rock matemático mas com a sensibilidade suficiente para ser indubitavelmente belo (assim é aquele que consideram como o primeiro de todos os temas, “Farewell Chewbacca”, metade sova metade beleza). Rock sem rede de segurança e com som a fazer justiça (cru e directo); ouvir “Dr. Phil” é o mesmo que cheirar de perto o doce e o amargo, e sereno e o violento, a vida e a morte – e ao mesmo tempo rejuvenescer consideravelmente pelo caminho.
Sexually Transmitted Electricity, produzido por Paulo Miranda e Rodrigo Cardoso no AMPstudio em Viana do Castelo, é um documento que apanha os Lobster no seu melhor momento. Não chegou tarde nem cedo; chegou mesmo a horas. Tamanha urgência merecia um disco assim – uma estreia mais do que notável. Mais do que concretizar de desejos e expectativas, em Sexually Transmitted Electricity os Lobster diluíram as influências que lhes apontavam inicialmente e construíram algo próprio – e transmissível. Tal como se esperava, conseguiram registar a força e premência das actuações ao vivo e ainda provocar um abanão no panorama musical português. Aqui, mais do que nunca, os Lobster fazem justiça ao lema ou que os acompanha há já algum tempo e que ameaça ficar para sempre: “Keep it Brutal”.Texto da editora
Duas SemiColcheias Invertidas
A abrir a noite, o recém-formado colectivo Duas SemiColcheias Invertidas vem apresentar o seu híbrido de Punk Hardcore, Jazz e improvisação, centrado na exploração do erro e do ruído como vistas por Zu, Sabot e Lightning Bolt.Entrada: 6€
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Sexta 21 de Dezembro s 23h00
transborda_jazz_sessions
LISBON UNDERGROUND MUSIC ENSEMBLELUME (Lisbon Underground Music Ensemble) um colectivo de quinze músicos com backgrounds e experiências diversas nos campos do jazz, pop, rock, música clássica, contemporânea e improvisada. Assumindo referências muito diversas que vão do Funk à música textural, do boogie woogie a ambientes impressionistas, o grupo procura aliar de forma sinérgica elementos de escrita com factores de improviso, num contexto que se pretende esteticamente eclético e formalmente especulativo na concepção estrutural heterogénea.O projecto liderado pelo compositor Marco Barroso que leva a cabo o trabalho de direcção e composição.
A partir do Myspace da banda
Piano, direcção e composição Marco Barroso
Flauta Manuel Luís Cochofel
Clarinete Paulo Gaspar
Saxofones Jorge Reis, João Pedro Silva, José Menezes e Elmano Coelho
Trompetes Jorge Almeida, João Moreira e Pedro Monteiro
Trombones Luis Cunha, Eduardo Lála e Pedro Canhoto
Baixo eléctrico e contrabaixo Yuri Daniel
Bateria Pedro SilvaEntrada: 6
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Sábado 22 de Dezembro s 23h00
suor_etílico_sessions
GREEN MACHINE
THE ACT-UPSGreen Machine
Os Green Machine regressam à ZDB depois de uma explosiva noite na última edição do Barreiro Rocks. Próximos de bandas como os Vicious Five e If Lucy Fell, com quem de resto já partilharam palcos, o grupo de Barcelos adultera positivamente a tradição garage-punk com ramificações várias, sendo o blues a mais palpável. Editaram em Junho do ano passado o álbum Themes for the Hidebounds , com o apoio da agitadora Lovers & Lollypops.João Pimenta voz
Bruno Costa guitarra, voz
Angelo Sousa baixo,voz
Pedro Oliveira bateria
Rud agitador de massas, bateria, fantasma+: site
+: myspace
The Act-Ups
The Act-Ups formaram-se no final de 2001, depois da dissolução dos Sullens, banda garage Barreirense, que correu o circuito underground nacional e mantém ainda alguma estima nesse mesmo circuito. Se os Sullens viviam num filme de Sérgio Leone, com banda sonora de Hank Williams a caminho do inferno, The Act-Ups são James Brown em conflito sangrento com os Mc5, um cadillac com o depósito cheio de soul, abastecido por Iggy Pop, numa estação de serviço perto de Detroit.Nick Nicotine voz, guitarra
Johnny Intense guitarra fuzz
Very guitarra fuzz
Tony Fetiche baixo
Pistol Pete bateriaEntrada: 6
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Terça 25 de Dezembro s 23h00
fuck_christmas_i_got_the_blackout_sessions
THE LEGENDARY TIGER MAN*Proveniente das cinzas da mais mítica banda rock nacional da década de 90, os Tédio Boys, Paulo Furtado tem-se afirmado, ao longo dos anos subsequentes ao terminus do grupo de Coimbra, como uma das figuras mais emblemáticas, visíveis e aclamadas da música portuguesa, através dos Wray Gunn e deste, o seu projecto de one man band , o alter-ego The Legendary Tiger Man.
Com quatro álbuns já editados ( Fuck Christmas I Got The Blues , de 2003, Naked Blues , de 2002, In Cold Blood A Sangue Frio em colaboração com o fotógrafo Pedro Medeiros e o mais recente Masquerade ), Furtado continua aqui a dar continuidade a um evento que já se tornou tradição. Esta actuação do Legendary Tiger Man na Galeria Zé dos Bois ser-lhe-á entregue, pelo sexto ano consecutivo, na noite de Natal, dia 25 de Dezembro. Furtado, orquestra de um homem só ao bom estilo de Bog Log III (com quem já partilhou palcos além fronteiras), encontrou um Mondego da mente que desagua no Mississipi Delta, rio de mágoa onde Johnny Cash, John Lee Hooker, Robert Johnson e Charlie Feathers um dia beberam. Com a forte crença que os blues não conhecem países nem continentes, Furtado oferece-se aos que escolherem atender à ZDB para ver um muito especial Pai Natal do rock, sem renas, com um vazio saco de prendas onde cabem todas as suas mágoas e descarga eléctrica.
*6 ano consecutivo de rock e má onda natalícia com Legendary Tiger Man na ZDB*
+: site
+: myspace
Entrada: 10
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