• CONCERTOS
  • Programação 2008

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    Sexta 11 de Janeiro às 23h00
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    COLECTIVO PÁSCOA
    PROJECTO ALMAGREIRA

    Colectivo Páscoa
    Colectivo multicultural, de geometria variável, em improvisação modal, a cruzar e estilhaçar sensibilidades em géneros t o díspares quanto o rock, o jazz, a contemporânea e a latina. A heterogeneidade musical, assumida pelo grupo, patente num conjunto de improvisações que, pela síntese de materiais musicais tão diversificados, podem ser apontadas como singulares ou exóticas, mas sempre cativantes e originais. Na Galeria Zé dos Bois, o Colectivo será constituído por Norberto Lobo – autor de ‘Mudar de Bina’, numa das estreias mais tocantes dos últimos anos – , Nuno Pessoa, Pietro Casella, Ian Carlo Mendoza e Pedro Castanheira.

    Formação:
    Norberto Lobo guitarra eléctrica
    Nuno Pessoa bateria
    Ian Carlo Mendoza percussão
    Pedro Castanheira piano
    Pietro Casella baixo


    Projecto Almagreira
    Trio constituído por Ian Carlo Mendoza (vibrafone, xilofone orff), Pedro Castanheira (guitarra, flautas) e Francisco Andrade (saxofone tenor), o Projecto Almagreira busca uma dimensão onírica da música, quer através de jogos melódicos, quer através da improbabilidade musical de certos objectos e até do próprio silêncio. O grupo procura direccionar a sua música para todas as idades, na procura de uma fantasia que se perde entre a magia infantil e a percepção adulta. Em estreia na ZDB, o jazz subaquático do projecto Almagreira.

    Formação:
    Francisco Andrade
    saxofone tenor
    Ian Carlo Mendoza vibrafone, xilofone orff
    Pedro Castanheira guitarra clássica, flautas

    Entrada: 6€

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    Sábado 12 de Janeiro às 23h00
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    DEOLINDA
    Colectivo de músicos que procura reformular a canção popular portuguesa. O fado poderá ser o ponto de partida, no entanto, o resultado está mais próximo de um formato canção pop, pejada de referências a um imaginário popular profundamente português. A vocalização livre e desenfreada numa fusão delirante que revela maturidade e personalidade. Em Deolinda o fado deixou de ser grave e pesado, transmutou-se em leveza e levantou voo!

    O concerto na Zé dos Bois afigura-se como uma oportunidade excepcional de antevisão do disco de estreia, a ser editado no decorrer da próxima Primavera.

    Formação:
    Ana Bacalhau
    voz
    Pedro da Silva Martins guitarra clássica
    Luís José Martins guitarra clássica
    José Pedro Leitão contrabaixo

    Entrada: 8€

     

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    Sexta 18 de Janeiro às 23h00
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    JOSEF VAN WISSEM
    PCF MOYA vs. MANUEL GIÃO


    Josef Van Wissem
    Jozef Van Wissem é um dos únicos tocadores de alaúde no mundo a fazer a ponte entre a escrita renascentista e barroca para este instrumento e as linguagens musicais contemporâneas. Mantendo-se fiel ao timbre, ressonância e técnicas específicas e particulares do alaúde, Van Wissem desconstroi composições clássicas, re-interpreta peças contemporâneas para outros instrumentos, e aventura-se pelos territórios da improvisação e afins, recorrendo pontualmente a subtis manipulações electrónicas. Van Wissem tem colaborado com importantes nomes da música improvisada e experimental, como os guitarristas Tetuzi Akiyama, o ex-Captain Beefheart Gary Lucas, James Blackshaw e o reputado nova iorquino Elliot Sharp. Texto Esquilo Records


    PCF Moya vs Manuel Gião
    PCF Moya (ou Peacee F Moya) Rui Pedro Dâmaso, membro dos Frango, em trabalho a solo, geralmente guitarra, mas também usando a voz ou um teclado dos manhosos. Paralelos ou influências maiores podem ser encontrados em Loren Mazzacane Connors, na fase final (eléctrica) de John Fahey, na herança circular do minimalismo de Terry Riley, entre outras coisas mais ou menos óbvias. Acaba de ver incluído um tema seu na tripla compilação Autumn Tunes, da editora mexicana Mandorla, ao lado de gente ilustre como Pauline Oliveros ou Ernesto Diaz-Infante.

    Prepara para breve a edição do cd-r 3 Sorgenswege , a sair por uma nova editora com base em Coimbra, a Quase, bem como, lá mais para o fim do ano, a concretização em disco do trabalho que tem vindo a desenvolver, em duo, com Manuel Gião e também com Ruben da Costa (One Might Add).

    Manuel Gião (fundador dos math-rockers Debut, também artista visual de apurado bom gosto), acaba de lançar, pela Searching Records, o seu terceiro registo, Cima , depois dos limitadíssimos “Cabe o/Bu o/Cani o” e “C “, lançados pelo próprio em 2007. Neste disco, o Manuel varre sem poisar várias linhagens da vanguarda com uma guitarra eléctrica e uma giarra, instrumento de cordas e percussão criado pelo próprio. Pode-se lá ver tudo: um certo fascínio minimalista NY 80’s style, a boa onda free-form ou a má onda industrial no seu mais interessante. Deu, há coisa de três semanas, um memorável e brutalmente intenso concerto na Festa de Natal da Filho Único. Quem lá esteve não esquece.

    Entrada: 6€

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    Sábado 19 de Janeiro às 23h00
    depois_da_tempestade_vem_a_bonança_sessions
    BYPASS
    THE ALLSTAR PROJECT


    Bypass
    Há mais de uma década a navegar entre o psicadelismo e a calmaria, o agora sexteto lisboeta, regressa para um concerto único, polvilhado maioritariamente pelas canções que farão parte do sucessor de “Mighty Sound Pristine” – disco a editar na próxima Primavera, novamente com selo de garantia Bor Land. A quem procurar paralelos pode-os encontrar no quase-jazz de uns Tortoise, na densidade dos The For Carnation e na força de uns Slint, com semelhante virtuosismo e fulgor.


    The Allstar Project
    Os The Allstar Project lançaram na recta final do recém finado ano 2007 “Your Reward…A Bullet”, disco de estreia onde a exploração intensa e eclética das paisagens do pós-rock como se o destino fosse a viagem em si se revela cinematográfica. Com formação desde 2001, percorreram um longo caminho de experimentação e contam com dois EPs editados pelos próprios. A sonoridade única que os caracteriza transportada a partir de referências em Mogwai, Explosions In the Sky e Goodspeed You! Black Emperor.

    Entrada: 6€

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    Sexta-feira dia 25 de Janeiro às 23h00
    doces_libertinagens_sessions
    DEAD COMBO

    © Pedro Côrte Real

    © Pedro Côrte Real

     

    O fado vadio e western-spaghetti dos muito lisboetas Dead Combo (Tó Trips em guitarras desajeitadas e Pedro Gonçalves no contrabaixo chunga) regressa à ZDB. Segundo os próprios, tocam Lisboa, a cidade do campo, das chaminés e das cápulas brancas, tudo junto num voodoo de emoções, clichés e histórias entre o Tejo, as estradas do sul, os amantes desencontrados, anjos abandonados nas encruzilhadas do destino, vozes de mulheres, flores com cores trocadas, santos, câmaras ardentes, guitarras despidas, cuspidas e deitadas rua, contrabaixos em fogo, cartolas, galinhas soltas e coisas que rolam na rua . Nos dedos trazem as canções de sempre, assim como algumas do novíssimo disco, a editar brevemente.

    Entrada: 8€

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    Sábado dia 26 de Janeiro às 23h00
    pagode_em_estrilho_sessions
    IF LUCY FELL
    Imparável e explosivo colectivo constituído por Hélio Morais (também de Linda Martini), Makoto Yagyu, Pedro Cobrado, Rui Carvalho e agora também João “Shela” Pereira (dos Riding Panico) regressa à Zé dos Bois para apresentar, em estreia mundial, “Zebra Dance” – nas ruas a 4 de Fevereiro.

    Aglomerando múltiplas influências e pistas, dos At The Drive-In aos Botch, de Converge a These Arms Are Snakes, os If Lucy Fell incendiaram palcos Europa fora e tornaram-se muito rapidamente numa das mais intensas e criativas unidades do pós-hardcore nacional.

    Em valioso suporte familiar vai estar o mano Joaquim Albergaria (The Vicious Five, CAVEIRA).

    Entrada: 6€

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    Sábado dia 02 de Fevereiro às 23h00
    jazz_oblíquo_com_manifestação_divina_sessions
    RED TRIO
    CARLOS PEREIRA – EPIPHANY


    RED Trio
    Constituído em resposta a um desafio lançado por Hernâni Faustino, o RED trio um grupo que, à semelhança do seu nome, apresenta uma multiplicidade de abordagens à música e sua composição em tempo real através da improvisação.

    Formado por três músicos da fervilhante cena da nova música improvisada de Lisboa, o RED Trio faz agora a sua apresentação na ZDB. Constituído por Rodrigo Pinheiro no piano, Hernâni Faustino no contrabaixo e Gabriel Ferrandini na bateria.

    O RED trio explora uma das mais prolíferas formações do jazz; piano/contrabaixo/bateria. O trio caracteriza-se por produzir uma música rápida, angulosa, enérgica, focada, dinâmica, por vezes nervosa e violenta. Vai buscar grande parte das suas influências ao jazz mas especialmente à nova música improvisada. Contraponto a três vozes que oscila entre o mais subtil dos sons à descarga ùnica plena de violência e intensidade.

     

    Carlos Pereira – EPIPHANY
    Epiphany uma experiência visual vs. sónica que encena uma associação entre imagens de baixa resolução e som, em estreia absoluta na ZDB. O projecto sugere uma certa disposição contemplativa por parte do espectador – simultaneamente agente passivo e activo. É-nos oferecido por Carlos Alves Pereira – filólogo licenciado pela Universidade de Lisboa e artista autodidacta, com gosto pela experimentação como um método de trabalhar. Trabalha com som e, mais recentemente, com concepção de imagem.

    Entrada: 6€

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    Segunda dia 04 de Fevereiro às 23h00
    rambóia_&_confetis_ya?_sessions
    BRO-X
    ANDY PUNCH

     

    Bro-X
    – Tá?!? MC Cuta?!?! Tás aí?

    – Yo, yo, Mo oespinho! Al , m qui bro?! Tudo?!

    – Yah, tranquilamentemente!! Olha falei com o s ice l da Zorra, os gajos querem qui vamos fazer concerto no 4 de Fevereiro. Carnaval, Yah?

    – Tás a Brincar!!!! Eles querem mesmo? Foda-se, não lhes chegou serem catados na outra vez?!?

    – Pá , yah, acho qui eles gostaram do concerto qui demos lá ! Pulas… não percebo, mas caga: vamos lá e trazemos a paca toda, yah?

    – Cena fodida, yah!! Yah, na boa: um gajo ia fazer palhaçada na mesma. Eu aviso o Tio Black e o DJ Fudidu e tu falas com o DJ Canhola, yah? Quanto bate o show?

    – Yah, tranquilamentemente: temos qui fazer concerto e dj setting, eles querem pagar o custume na boa, yah?

    – Yah , mas mémo para rebentar uma cena militar, yah?!!!

    – Yah, mmassim: rebentamos cena militar e lá vai a Galdéria Zorra com o caralho!! Outra cena: eu vou na London town e so volto no dia do show, yah!? Tranquilo?!

    – Quê!? Tás a brincar !?!? Andas de boa vida, só viajar e yah…

    – Yah! Hehe, sabes cumé: do Xangai pó mundo yah!!? Vou lá ver aquela princesa qui te falei.

    – Xi iii tá a lhe a dar forte, meu. Tranquilo, chegas na Tuga a qui hora?

    – Yah mano, tranquilo, tou ai cedo yah!?

    – Yo, Espinho, traz cena boa, yah?! Tranquilamentemente, yah?! Abraço!

    Bro X (broh csis) (brothers do Xangai)

    Baixa da Banheira, ou melhor, Xangai um lugar lindo que fica algures entre Alhos Vedros e o Barreiro, margem sul do Tejo ou na outra margem, na margem da vida suburbana de classe média baixa, novo riquíssimo e rendimento mínimo. Histórias de heróis e de heroínas, de cowboys e de cocaínas, activismo social manhoso, roupa por lavar faz meses, amor, putas, pastéis de nata, imperiais, ranço fresco, telemóveis em segunda mão, hip hop tuga no coração. Tuga não é bem o termo pois a imprensa mais atenta já fez o rótulo “Hip Hop Fudido do Xangai”. Bro X são filhos do Xangai, manos do D.R.C. e sei mais o quê . Não pagam bilhete e não têm passe, têm saudades da Fonte das Ratas. Gente boa, vidas ingratas.

    Xangai amor.

    Texto dos artistas

     

    Andy Punch
    DJ de sete ofícios, Andy Punch irá aquecer a noite de Carnaval com top +, ESC, cool vintage, french pop, tuga goodies, italian twist, rockies de agora e indies de sempre. Alter-ego de cabine de André Murra as, Andy Punch rolou temas de danceteria em diversos casamentos, baptizados e festas de anos. Prefere Françoise Hardy a martelinhos. Andy Punch does Mardi Gras.

    Texto dos artistas

    Entrada: 6€

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    Quarta dia 06 de Fevereiro às 22h00
    free_your_mind_and_your_mind_will_follow_sessions
    ZU
    TROPA MACACA

    É com muita pena que anunciamos o cancelamento, a poucas horas do concerto, da actuação de ZU + Tropa Macaca, esta quarta-feira, dia 6, na ZDB. Por motivos a que somos completamente alheios, a digressão ibérica do colectivo italiano Zu foi totalmente cancelada. Pedimos muitas desculpas por este incómodo.

    Quaisquer questões que tenham quanto a este assunto, por favor enviem para [email protected] e/ou [email protected]

     

    Zu
    Quando Weasel Walter começou os seus Flying Luttenbachers, os cruzamentos entre o rock – e o punk hardcore no particular – e o free jazz eram pouquíssimos, se é que não eram nenhuns. Estabelecendo formações várias com dezenas de músicos, os Walter foi destruindo barreiras e procurando sinergias de conhecimento, para obter aglutinações suficientes de modo a obter novos modos de expressão musical.

    Os Zu, trio italiano, terão sido dos primeiros cidadãos inspirados pela obra de Walter (e de tantos outros, mas a linha mais directa por aí ) ao ponto de fazer algo com essa herança. Durante anos fizeram (na volta ainda fazem) o circuito squatter punk, a tocar em tudo quanto é pardieiro, pulgas e tinto de pacote. Da sua costela hc/sxe herdaram o músculo, o ruído, a energia e a estrilhagem. Com as bases jazzísticas, herdaram a sofisticação e pureza de comunicação. Ou seja, a pica dos Black Flag, e o INCÊNDIO de Albert Ayler, com muito suor e rebentamentos metafísicos em convivência.

    Depos de ‘Igneo’, o seu segundo álbum – que foi o primeiro momento discográfico que circulou um pouco mais fora do seu pequeno circuito época do início da década presente -, contavam já com colaborações de luminários do jazz moderno contemporâneo, com Ken Vandermark, Fred Lonberg-Holm ou Jeb Bishop. Discos foram também editados, nos anos que passaram entretanto, com gente tão diversa quanto o freaky erudito do Eugene Chadbourne, como com o géniozinho das electrónicas Nobukazu Takemura, para nem falar de numerosas colaborações ao vivo com uma panóplia extremamente variada, esteticamente, de músicos.

    O seu mais recente registo, ‘The Way of the Animal Powers’ com o supramencionado Lonberg-Holm a ajudar no violoncelo, mais um atestado da ordem cataclísmica da vertiginosa bateria de Jacopo Battaglia na bateria, do imenso pulsar destrutivo de Massimo Pupillo em baixo eléctrico, e da berraria virtuosa do sax alto e barítono de Luca T. Mai. Segunda visita a Portugal, depois do motim que criaram no seu concerto na ZDB em 2004.

     

    Tropa Macaca
    Figuras maiores da experimentação e novas músicas livres portuguesas, o duo tirsense de Joana da Conceição e André Abel arranca para o seu primeiro concerto em Lisboa deste ano, como sempre a cada dia que passa, com trabalho ainda mais brilhante, ainda mais único.

    Num 2007 que viu o lançamento do seu primeiro LP, ‘Marfim’, pela Ruby Red, ser celebrado de forma discreta em Portugal, mas com brio e efusão por alguns dos maiores gurus do underground contemporâneo – caso de Tom Lax, dono da Siltbreeze, que os indicou nada fornada do melhor que se fez no ano transacto, ou do director da fundamental estação de rádio novaiorquina WFMU, Brian Turner, que os colocou no seu top 10 para a mítica lista do Village Voice, the Pazz and Jop poll -, 2008 afigura-se um ano de crescente trabalho, com uma nova edição em vinil já programada para a italiana Qbico, das grandes casas da vanguarda mundial dos dias de hoje.

    Trilhando caminho por um não-género inclassificável, os Tropa Macaca funcionam em regime de improvisação. A maquinaria e a guitarra têm largo conhecimento da expressão freeform, propriedade sobre a história do beat electrónico (o house primitivo dos anos 80 revisto à luz de músicas hipnóticas várias, tanto roots com vanguardistas), num voo circular, repetitivo, de saturação e perfuração em direcção à luz do centro da terra, das coisas, das situações. Não fiquem, por amor de deus, à espera que venha o underground mundial todo dizer bem deles para começarem a prestar atenção a alguma da mais criativa música que se vai fazendo por aí.

    Programação Filho Único em colaboraçao com a ZDBMUZIQUE

    Entrada: 7,5€

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    Quinta dia 7 de Fevereiro às 23h
    na Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria Nacional
    Concerto Inauguração Abissologia
    transe_persa_sessions
    SHANBEHZADEH ENSEMBLE

    Shanbehzadeh Ensemble deslocam-se propositadamente a Portugal, pela primeira vez, para celebrar connosco a inauguração de Abissologia. Embebida deste universo Abissológico, a sua actuação centrar-se-à em ritmos e melodias ritualistas. De entre as suas músicas, sincráticas, destaca-se o ” z r “. Propondo restituir o ambiente musical de uma cerimónia de transe, o objectivo desta acção é criar um bom entendimento entre quem ouve e o espírito designado a possui-lo.

    Saeid e Naghib – respectivamente pai e filho de 14 anos – formam o Shanbehzadeh Ensemble. Herdeiros legítimos das músicas e danças de Boushehr, junto ao Golfo Pérsico, a Sul do Irão, os Shanbehzadeh desdobram-se entre a Neyanb nn (gaita de foles iraniana), a Neydjofti (uma flauta dupla), o Zarbetempo (percussão), a flauta tradicional, o Senj (uma espécie de Címbalo) e o Boogh (um chifre de cabra). O pai Saeid começou a tocar com apenas sete anos, em Boushehr, aprendendo com antigos mestres de música da região. Iniciou a sua actividade musical aprendendo percussão e canto; mais tarde desenvolveu o seu interesse pela Neyanb nn, Neydjofti e dança tradicional. Aos 20 anos ganhou o primeiro prémio do Festival Fajr , no Tehran em 1990. Actualmente, continua a investigar e a escrever artigos sobre a música do Sul do Irão. Em 1996, foi convidado pela Universidade de Toronto para leccionar durante seis meses e nomeado, em 1998, professor e director da Casa da Cultura, Música e Artes da Ilha de Kish, no Irão. Para além da música, actuou em diversos filmes iranianos. O filho Naghib começou por aprender percussão tradicional do Sul do Irão aos três anos com o pai. Trabalhou durante dois anos em Tombak, Tehran, com o mestre Mahmoud Farahmand. Actualmente estudante de percussão ocidental no Conservatório de Creteil.

    Entrada: ENTRADA LIVRE

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    Sábado dia 09 de Fevereiro às 23h00
    moçambicanas_sessions
    ANDRÉ CABAÇO
    Natural de Moçambique, a residir em Portugal desde finais da década de 1980, o cantor, guitarrista e compositor André Cabaço permanece um dos nossos mais bem guardados segredos. A voz quente, bem timbrada, possante, cantada em dialectos de tribos moçambicanas, sobrepondo-se a ritmos e melodias do seu país natal. Tanto em Xipapa-Pala como em Bassopa e, mais recentemente com A Punga Ni Nhama , o mote para as suas composições reside no diálogo entre tradição e contemporaneidade, num todo só possível a quem dedicou uma vida de pesquisa no domínio da música popular. Cabaço representou ainda o seu país de origem em projectos como Sons da Fala e Sons da Lusofonia e musicou peças de teatro.

     

    Formação:
    André Cabaço Voz e Violão
    Hugo Menezes Percussão
    Mick Trovoada Percussão

    Entrada: 6€

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    Quinta dia 14 de Fevereiro às 23h00
    Anti-hero_guitar_sessions
    STEFFEN BASHO-JUNGHANS
    DAVID DANIELL & DAVID MARANHA


    Steffen Basho-Junghans
    Há três décadas a deslumbrar, a explorar e a inovar na guitarra – quer de seis, quer de doze cordas -, Steffen Basho-Junghans hoje, em conjunto com Jack Rose, Sir Richard Bishop e Glenn Jones, o herdeiro mais do que legitimo do legado deixado por John Fahey e, sobretudo, Robbie Basho. Com um catálogo que ultrapassa a dezena e meia de títulos editados em nome próprio, em diversas editoras, o músico alem o funde músicas e técnicas de todo o mundo nas cordas de aço da sua guitarra acústica. No seu discurso artístico transparece o fascínio por estilos e técnicas pouco ortodoxas, celebrando sonoridades espirituais ancestrais, explorando as possibilidades timbricas, melódicas e harmónicas da guitarra.

    Depois da epifania de há quatro anos, o regresso absolutamente imperdível de Steffen Basho-Junghans


    David Daniell & David Maranha
    Enquanto compositor e multi-intrumentista, o norte-americano David Daniell sustenta o seu trabalho entre instrumentação acústica e electrónica, entre composição e improvisação. Durante mais de uma década, integrou o colectivo de improvisação San Agustin e colaborou com alguns dos mais reputados e criativos músicos, entre os quais Loren MazzaCane Connors, Rhys Chatham, Tim Barnes, Doug McCombs, David Grubbs, Ateleia, Thurston Moore, Sean Meehan, Tomas Korber, Greg Davis e Jonathan Kane. Em nome próprio, destacamos os dois álbuns, “Sem” (Antiopic) e “Coastal” (Xeric/ Table of the Elements) e ainda a participação no disco/homenagem a John Fahey.

    Em estreia absoluta, David Daniell contar com a colaboração valiosa de David Maranha – autor de um dos melhores discos do ano passado (“Marches of the New World”), co-fundador dos lendários Osso Exótico e membro do colectivo Curia (com Manuel Mota, Margarida Garcia e Afonso Sim es).

    Entrada: 7.5€

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    Sexta dia 15 de Fevereiro às 23h00
    Sick_with_desire_sessions
    LYDIA LUNCH
    FLANELA DE TAL

    © Pedro Polónio

    © Pedro Polónio

     

    Lydia Lunch
    A única forma de definir a arte de Lydia Lunch é não o fazer. Inquestionavelmente uma das performers mais influentes dos últimos trinta anos, nenhum outro nome do século XX lutou, forjou e concebeu, de uma forma tão original e única, a sua visão artística. Desafiando a categorização, Lunch conquistou activamente novos territórios e ganhou reconhecimento pela qualidade inovadora da sua carreira. Gravou música, escreveu livros, realizou performances e filmes, entre outras milhentas coisas. Enquanto muitos dos da sua geração se renderam ao facilitismo, a sua atitude artística tem, ao longo dos anos, sido fortalecida, redefinida e focada numa expressão única de si mesma.

    O seu mais recente trabalho “Ghosts of Spain” – título pilhado a um ensaio de Gilles Tremlett sobre as cicatrizes da Guerra Civil Espanhola – exorciza fantasmas da guerra. Contaminada pela geografia – Lunch reside em Barcelona desde 2003 -, pega no conflito espanhol supracitado para relembrar as actuais atrocidades de Guantanamo, Darfur, Cabul. Neste seu regresso ZDB, a artista irá apresentar Blood is just a memory without language , num solo musical centrado no seu último disco. Complementando a apresentação, uma cenografia constituída por imagens criadas especificamente para cada tema.


    Flanela De Tal
    Flanela de Tal um projecto de experimentação e performance musical, iniciado em espaços artísticos auto-geridos da cidade do Porto e apresentado agora em formato de banda. Mantém como única constante a mudança, esquivando-se a classificações pela mutação sonora e visual que opera sobre o repertório em cada actuação. Entre as artes plásticas, a música, o entretenimento e a aeróbica, os Flanela de Tal servem-se de diversos instrumentos, musicais ou não, propondo experiências de incerteza estética, estranheza visceral e inconfessável divertimento. Roçar géneros sem relação aparente é uma actividade praticada com especial prazer, que esperam partilhar com o público.

    Texto dos artistas

    Entrada: 10€

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    Sábado dia 16 de Fevereiro às 23h00
    I’ve_seen_things_you_people_wouldn’t_believe_sessions
    GOLDEN JOOKLO AGE
    MANUEL MOTA


    Golden Jooklo Age
    Irmandade italiana de jazz cósmico cada vez mais presente em todos os palcos que valem a pena, a entidade Jooklo aterra pela primeira vez na ZDB para uma celebração psicadélica de tudo quanto é música marginal. Do ataque free-jazz a lembrar os primeiros tempos furiosos das formações alargadas de Peter Brotzmann ao misticismo interestelar de Sun Ra, da improvisação primitiva do colectivo Musica Electronica Viva aos puros excessos mágicos do saxofonista Arthur Doyle, o Golden Jooklo Age música para abrir a cabeça, parte essencial das manifestações artísticas mais radiosamente livres a acontecerem actualmente no universo. Imperdível (a sério).
    Formação:
    Virgina Genta saxonfone tenor e voz
    David Vanzan percussão
    Luca Massolin teclas e voz
    Tiago Miranda (também dos Loosers, Gala Drop e Dezperados)


    Manuel Mota
    Um dos mais relevantes nomes da música exploratória portuguesa, Manuel Mota ocupa hoje o imenso espaço aberto acessível apenas a um genuíno inovador. A procura de uma linguagem sem memória para a guitarra eléctrica tem-no conduzido a diversos contextos de excepção, entre os quais se destaca o trabalho desenvolvido nas formações jazz de Sei Miguel, a cumplicidade em duo com Margarida Garcia e a recente explosão free-rock nos Curia (na companhia de Margarida Garcia, David Maranha e Afonso Simões). Lan ou no final de 2006 passado o notável álbum duplo Outubro pela sua editora Headlights, estando para breve um novo registo com Margarida Garcia, a editar pela belga Audiobot.

    Entrada: 6€

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    Sábado 23 de Fevereiro às 23h00
    Há_festa_na_aldeia_sessions
    FARRA FANFARRA


    A ZDB em festa com as músicas folclóricas da Farra Fanfarra. Do Norte de África Europa de Leste, da bela Itália à América do Sul, passando pelo Médio Oriente, a Farra Fanfarra abana o globo terrestre até as fronteiras se transformarem numa confusão de ritmos e cores enebriantes.

     

    Formação:
    Tânia Lopes – percussão
    Hélder Silva – percussão
    Joana Soares – percussão
    Pedro Santos – percussão
    Sérgio The Spasher – percussão
    Rodrigo Fernandes – tuba
    Pedro Pereira – sousafone
    Vinicius Slide Man – trombone
    Francisco Amorim – saxofone
    Luis Barrocas – saxofone
    André Marques – saxofone
    Jorg – saxofone
    José Lencastre – saxofone
    Pedro Heirtor – saxofone
    Matthueu Ehrlacher – saxofone
    Luis Vicente – trompete
    Sandro Felix – trompete
    Nuno Reis – trompete
    Luis Bastos – clarinete
    Biris – acordeon

    Entrada: 6€

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    Segunda 25 de Fevereiro às 22h no CINEMA NIMAS
    young_god_sessions
    MICHAEL GIRA
    FABRIZIO MODONESE PALUMBO 

    © Vera Marmelo

    © Vera Marmelo

     

    Recluso, eremita e génio são alguns dos epítetos frequentemente associados a Michael Gira incontornável figura do undergound nova-iorquino, um dos mais importantes e criativos músicos das últimas três décadas.

    Depois de uma fugaz passagem pelos Little Cripples, Gira mudou-se para Nova Iorque e , influenciado pelo niilismo da No Wave, forma os Swans. Ladeado por Jonathan Kane na bateria e Sue Hanel na guitarra, cedo se demarcaram das demais bandas nova-iorquinas, sob a forma de uma massa de som vagarosamente violenta, brutal e punitiva – conferir “Filth” e “Cop”. Com a entrada de Jarboe nas vozes e teclados, o som dos Swans expandiu-se estilisticamente e são incorporados os primeiros elementos acústicos. Com intuito de facilitar logisticamente a edição dos seus próprios trabalhos, Gira funda, no início da década de 1990, a Young God Records. Uma apurada sensibilidade para a descoberta de novos valores permite a Gira editar os primeiros discos de Devendra Banhart, Akron/Family e Mi And L’au, entre muito outros. Depois de terminar com os Swans e após uma efémera experiência com loops enquanto Body Lovers/Body Haters, Michael Gira forma os Angels of Light – formação de geometria variável, da qual fazem parte, entre outros, Devendra Banhart, Akron/Family e Larkin Grimm – e concentra-se na sua carreira a solo, maioritariamente acústica.

    No concerto do próximo dia 25, a acontecer no Cinema Nimas, Michael Gira será acompanhado por Fabrizio Modonese Palumbo, membro de Larsen – músico que terá ainda a responsabilidade de abrir o espectáculo. Os seus raros concertos são sempre envoltos em secretismo, pelo qual esta oportunidade se afigura como mítica.

    Entrada: 12€ em venda antecipada; 15€ no dia do concerto

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    Quinta 28 de Fevereiro às 23h00
    sangue_novo_sessions
    NORMAN
    MICROMÉCHANT

     

    Norman
    Norman – Nor de Norberto e Man de Manuel – os irmãos Lobo – e João Lobo, que também toca mas não faz parte da matilha, são um trio de mésica instrumental que oscila entre as pulsações do rock e o quase-jazz. Após vários anos a ruminar no subsolo, preparam-se para editar um dos discos mais aguardados do presente ano. Norberto Lobo responsável pelo lindíssimo e imaculado “Mudar de Bina” (Bor Land, 2007); João Lobo um dos bateristas mais promissores do panorama internacional, participa em vários projectos – de Carlos Bica a Enrico Rava -, é daí que os seus dias sejam passados em digressão permanente um pouco por toda a Europa.


    Formação:
    João Lobo Bateria
    Norberto Lobo Guitarra eléctrica
    Manuel Lobo Teclas

     

    Microméchant
    Microméchant o mais recente projecto de Marco Franco, Ana Araújo (integra a Mikado Lab com Franco) e os supracitados Norberto e João Lobo. Canções onde a improvisação parte fundamental.

    Formação:
    Ana Araújo Teclas
    João Lobo Bateria
    Marco Franco Electrónica
    Norberto Lobo Guitarra eléctrica

    Entrada: 6€

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    Sexta e Sábado, 29 e 30 de Fevereiro às 22h30
    Seafood_fest_sessions

    Dois dias de festa, com balões e música escolhida pelos talentosos Guilherme Canh o e Ricardo Martins dos superlativos Lobster. Para abrilhantar o fim-de-semana haverá ainda uma mostra de fanzines da responsabilidade da Chili com Carne

    Sexta:
    LOBSTER
    POLTERGROOM
    DECAPANTE


    Lobster
    Intitulam-se power-rangers do noise rock, mas ao contrário dos super-heróis, Guilherme Canhão e Ricardo Martins não possuem super-poderes; isto pelo menos se considerarmos que a química que os une não é em si um super-poder. Cansaram-se de combater o crime e nos últimos tempos incendiaram palcos sempre que para isso tiveram oportunidade; não só em Portugal, mas também em Espanha e em França. Fizeram mossa desde os primeiros tempos, transformaram-se rapidamente numa das melhores bandas portuguesas ao vivo e agora havia que dar um passo decisivo e corajoso em frente.

    “Sexually Transmitted Electricity” o primeiro bilhete de identidade da dupla depois de algumas licenças prévias que ficaram para a história. (…) um documento que apanha os Lobster no seu melhor momento. Não chegou tarde nem cedo; chegou mesmo a horas. Tamanha urgência merecia um disco assim uma estreia mais do que notável. Texto da editora

    Poltergroom
    Trio britânico responsável por um rock sujo e directo. Engane-se quem pensar em estruturas lógicas. Aqui tudo ganha um tom bizarro, mas aliciante, quase fantasmagórico.

    Decapante
    Dois baixos intensos e emotivos aliados a uma bateria sobre-humanamente forte resultam num colectivo madrileno de cortar a respiração. Vê-los ao vivo é um verdadeiro soco no estômago, mas dos mais agradáveis que há. Musicalmente oscilam entre os Neurosis e noise extremo.

     

    Dia 2:
    JOE K-PLAN
    THE LIVING DEAD ORCHESTRA
    ETNA
    THE SOUND OF TYPEWRITERS


    Joe K-Plan
    De Madrid chega um duo de guitarra e bateria. Mutação entre o pós-hardore de At The Drive In com as estruturas matemáticas de uns Hella. Loops, ritmos incansáveis e uma prestação ao vivo estonteante.


    The Living Dead Orchestra
    Os The Living Dead Orchestra são a banda sonora perfeita para qualquer filme de terror que se preze. Fazendo uso de um baixo, teclas e uma bateria, tanto constroem clássicos de terror vintage, como soam a uns frescos e jovens Locust.


    Etna
    Os Etna são um duo instrumental de baixo e bateria, criado no último terço de 2007, na cosmopolita localidade de Burg es, Santo Tirso, Portugal. Partilham uma despudorada atracção por composições simples e directas, que tentam reproduzir a um volume tão elevado quanto Deus lhes permite. Crêem que mencionar influências seria uma imbecilidade, pelo simples facto de não serem capazes de tocar nenhuma música dos seus ídolos, pelo menos até ao fim. Não obstante, são capazes de tocar as suas próprias músicas com redobrado empenho, exercício que pretendem levar a todos os 8 metros quadrados de palco deste mundo. Numa palavra só, gente de bem.


    The Sound of Typewriters
    As paisagens são únicas e o rock apresentados por este duo surpresa dominam-nos. O baixo tocado por mil m os e a bateria segura toda essa força. Apesar de todo o aparato, o resultado melódico e sem qualquer aspereza.

    Entrada: 6€ ; 10€ p/ 2 dias do festival

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    Quarta 05 de Março às 22h00
    Do_desassossego_sessions
    TOM CARTER
    DAVID THOMAS BROUGHTON

     

    Tom Carter
    Talvez mais conhecido pelo seu trabalho ao lado de Christina Carter no colectivo freeform psicadélico Charalambides (editados pela canadiana Kranky, casa de gente como Stars Of The Lid, Labradford ou Deerhunter), o norte-americano Tom Carter tem vindo ao longo dos últimos anos a desenvolver um minucioso percurso individual. Mantendo as esparsas vibrações bucólicas do duo, no contexto solo Carter acrescenta-lhes estranhas texturas de guitarra que ganham e perdem focagem por entre um imenso emaranhado místico de questionamento e procura genuína, símbolo de uma voz original em mutação constante que precisa de ser ouvida e experienciada ao vivo, a acontecer.


    David Thomas Broughton
    Estreia em Lisboa de David Thomas Broughton, cantautor inglês criador de folk fora de formato e responsável por um conjunto de álbuns de uma incandescente luminosidade ácida, como “The Complete Guide To Insuffiency” (gravado num único take no interior de uma igreja), “It’s In There Somewhere” ou “David Thomas Broughton vs. 7 Hertz” (excelente colaboração com o combo improvisacional 7 Hertz, numa edição Acuarela). Em palco, Broughton trabalha com uma imensidão de samplers e pedais de delay, mergindo o pastoral espírito libertino dos freaks bem-pensantes de Canterbury (Soft Machine, Caravan) com as mais processadas experimentações contemporâneas, aproximando-se subliminarmente de boa gente como Alexander Tucker, Ben Reynolds ou Tom Greenwood (Jackie-O Motherfucker).

    Entrada: 7.5€

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    Sábado 08 de Março às 23h00
    O_espaço_é_o_lugar_sessions
    RAFAEL TORAL
    AQUAPARQUE


    Rafael Toral
    Nome incontornável na área das novas electrónicas, Rafael Toral regressa à ZDB para apresentar pela primeira vez em público ‘Space Study 4’, peça a solo para sintetizador modular e parte integrante do cada vez mais celebrado Space Program, projecto que propõe um estudo aprofundado em instrumentos electrónicos segundo os princípios orientadores do jazz.


    Aquaparque
    Duo de André Abel (dos Tropa Macaca) e Pedro Magina (anteriormente nos Dance Damage, por onde Abel também andou) em estreia na ZDB, Aquaparque actualiza o esqueleto estético da no-wave nova-iorquina (principalmente Suicide, mas também os Material do início ou os DNA de Arto Lindsay) incorporando-o como pouquíssimas vezes se tem ouvido por cá numa espiral de som absurdamente novo, com uma clareza identitária entusiasmante, a querer dizer que esta malta tem muitas ideias e muita coragem. À porta devem encontrar à venda o cd-r ‘Aquaparque’, renovado ponto de partida do psicadelismo-quase-noir pensado em português, para ouvir obsessivamente e guardar lá em casa ao lado das melhores edições dos Excepter.

    Entrada: 6€

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    Terça 11 de Março às 22h00
    Free_your_mind_and_your_mind_will_follow_sessions
    SILVER APPLES
    COCLEA

     

    Silver Apples
    Dos maiores visionários do final dos anos 60 (e isto é dizer MUITO), os Silver Apples têm servido como influência para gerações de músicos. Dos Suicide nos 70s, aos Spacemen 3 (no particular de Pete Kember/Spektrum) nos 80s, geração dos 90s constituída por bandas como os Stereolab, Laika ou Broadcast, a um par de décadas de música de dança. Contudo, como de costume, à época, poucos lhes deram a atenção devida e o respeito merecido pelo trabalho absolutamente pioneiro (a vários níveis, não só estéticos) que faziam, só chegou muito mais tarde. Apesar de regularmente terem reacções verdadeiramente violentas sua música e de terem pertencido a uma editora que sempre complicou e nunca compreendeu, a grandeza, pureza e inocência de objectivos, almejamentos e sentidos, permaneceu até ao primeiro (e mais marcante) fim do projecto, em 1970, após nem meia década de intensíssimo trabalho, dois discos e centenas de actuações por toda a América.

    Ciente das revoluções de Ornette Coleman ou Sun Ra, Simeon Coxe, o mentor dos Silver Apples, deu por si, ainda por volta de ’63, a tocar com uma banda de músicos do Harlem, todos de passado e presente ligado ao bluegrass. Terão sido essas melodias, provenientes da folk norte-americana, um dos elementos mais tocantes e originais da banda. É como se ouvíssemos Woody Guthrie ou Charley Patton no espaço sideral a falarem sobre o que volta, em melodias de natureza tão simples quanto universal. Paralelamente a isto, Simeon, integradíssimo na Nova Iorque da década de 60, tanto bebia copos com DeKooning, ou com os maiores do movimento de pintura abstracta, como acabava por contactar com a intelligentsia de Greenwich Village e arredores da poesia contemporânea da altura (várias letras dos dois primeiros discos dos Silver Apples, são inclusivamente escritas por algumas destas figuras), factores que deverão ter contribuído de forma substancial para a cabeça do rapaz estar constantemente a fervilhar. Às vezes é mesmo preciso estar no centro do Universo das ideias para se fazer uma revolução.

    Porém, eventualmente o lado mais inédito da banda terá sido a incorporação de electrónica avançada num contexto de música pop. Praticamente um exclusivo de departamentos de som em universidades tanto americanas como europeias, regra geral cedidos aos experimentadores da época (como Ussachevsky e Babbit em Columbia, que andavam ali por perto), tratava-se de material extremamente caro e apenas existente fora da circulação comercial mais massificada. A abordagem 100% DIY que Simeon teve construção de uma gigantesca parafernália de maquinaria, de osciladores a sistemas de pedais, que muitas vezes tinham que ser soldados cada vez que pisava um palco, completo punk rock. Se a isto juntarmos o facto de Simeon não saber uma única nota de música, o auto-didactismo ainda mais mirabolante – em vez de tocarem uma música, por exemplo, em dó , os Silver Apples tocavam músicas a partir de uma série de ligações de máquinas e circuitos que correspondiam a uma cor, pelo que os temas eram tocados em ‘azul’ ou ‘amarelo’; o baterista Danny Taylor, criador de inúmeros e memoráveis breaks e beats, verdadeiro virtuoso, montava dois kits de bateria, com cada tarola e timbalão afinado de acordo com as músicas do reportório da banda. Coxe, por cima disto tudo, por não ter mais m os para todos os sintetizadores de que necessitava para fazer a sua música, criou ainda um sistema de pedais, com o qual controlava os osciladores que emitiam frequências e melodias mais graves.

    ‘Silver Apples’ e ‘Contact’, os dois primeiros álbuns da banda, foram objectos muito mal promovidos e distribuídos pela Kapp Records, mas que conseguiram, apesar de tudo, alguma exposição à banda, que andou por toda a América a dividir palcos com vários luminários da época: dos Fugs, a Allen Ginsberg ou Normal Mailer no Fillmore East em São Francisco, aos Blue Cheer a mandarem abaixo a casa e embora o público com a sua muralha de amplificadores. Dividiam, às tantas, o mesmo estúdio com Jimi Hendrix (a quem Simeon chamava “Mr. Experience”), e tocaram a sua peça ‘Moon Teem’ num concerto gratuito no Central Park, que passava imagens em directo num ecrã gigante de Neil Armstrong o poisar primeiro pé humano na lua, enquanto dezenas de milhares no público choravam e se abraçavam numa noite de chuva intensa (reza a lenda). Com um agente megalómano já com dezenas de milhares de dólares de dúvidas e imensas encrencas legais, a banda dava o último concerto na sua primeira encarnação oficial em 1970.

    30 anos volvidos após o desmembramento da banda, Simeon Coxe voltava aos palcos com uma nova formação, em trio, acordando em surpresa para um mundo de criativos que tinha vindo a influenciar fazia décadas. O terceiro disco de originais dos Silver Apples, perdido à época devido a uma enorme confusão de transição de material em armazéns, foi finalmente editado, e Simeon regressou ao trabalho. Contudo, há pouco menos de uma década, um grave acidente de viação colocou em causa a vida do músico e, subsequentemente, o seu trabalho criativo. Paralelamente a isto, o baterista Danny Taylor faleceu em 2005, pelo que planos futuros para o grupo pareciam completamente fora do horizonte.

    É, pois, um milagre, esta vinda de Simeon à Europa, com Lisboa no particular.

    Não se trata de uma reunion tour normal (acho que nós detestamos todas as que vimos até hoje e normalmente fugimos a sete pés desse tipo de filme), mas também não se trata de um artista normal, nem um corpo de trabalho normal, nem um voltar aos palcos normal. Simeon Coxe viaja com 7 caixas de sintetizadores, osciladores e outra magia electrónica avulsa, que apresenta a solo, num show de voz (que está imaculada) e alguma da feitiçaaria analógica mais bonita que ouvimos em tempos recentes num palco. Nunca lhe interessou outra coisa que não seguir em frente, explorar, descobrir, criar o novo mais uma vez. Prova viva de que os visionários são para sempre, e que o karma, no fim da estrada, bate certo com o que se oferece ao mundo. Música para todos de uma cabeça única, para a felicidade alguns estreia nacional de uma lenda da música moderna.

     

    Coclea
    Responsabilidade de Guilherme Gonçalves, Coclea dos mais meritórios projectos a sair de Portugal no último par de anos. Ritualista de alma inteira, Gonçalves esculpe, com o seu manancial de instrumentação e aparelhómetros cósmicos, paisagens e realidades abstractas, a sua visão própria do trilho para a libertação espiritual, a fuga das formas, o

    encontro do eu com o metafísico, a libertação do momento em que a ascese se torna rebentamento e os seres voadores voltam ao espaço. Já com dois lançamentos de tiragens pequenas, uma em regime de edição de autor, outro pelo centrão barreirense Searching Records, Gonçalves prepara-se para lançar o seu primeiro disco com maior circulação pela Ruby Red, fundamental sede lusitana para alguma da mais vital música marginal do Ocidente e arredores. Nós, que já tivemos a fezada de o ouvir, fazemos jura de escuteiro que se trata de um maravilhoso exemplo acabado de arquitectura de trip, faseado com o ritmo dos pacientes e guiado pela luz dos anjos.

    Oportunidade especial num serão particularmente extra-terreno para pôr os olhos numa das ainda primeiras aparições públicas deste artista, que, a julgar pelos primeiros passos, tem longo e rico caminho à frente. Abram alas ao homem.

    Programação Filho Único para a ZDBMUZIQUE

    Entrada: 10€

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    Quinta 13 de Março às 23h00
    Não_grites,_declama!_sessions
    Le Meilleur Ami des Mots
    JOHN BANZA
    SOULEYMANE DIAMANKA

    Unspoken World
    CHULLAGE + PI

     

    No âmbito da Festa da Francofonia 10 Primavera dos Poetas, a ZDB Muzique, em colaboração com o Instituto Franco-Português, orgulha-se de apresentar uma sessão de slam poetry com Souleymane Diamanaka (griot de origem senegalesa), John Banzai (francês de origem polaca) e Chullage (português de origem cabo-verdiana).

     

    Com raízes nas noites Get Me High, em Chicago, nos anos 80, a poesia slam é uma perfomance competitiva onde, inspirados pela militância intervencionista e anti-autoritária do hip-hop, poetas e agitadores de diferentes campos de expressão recitam material original. Ao público é exigida uma participação crítica, decisiva e fracturante, que repensa por completo o relacionamento convencional entre artista e audiência. Vai bombar.

    Je m’appelle Souleymane Diamanka dit Duajaabi Jeneba. Fils de Boubacar Diamanka dit Kanta Lombi. Petit-fils de Maakaly Diamanka dit Mamadou Tenen(g)

    Arri re-petit-fils de Demba Diamanka dit Len(g)el Nyaama. Et c tera et c tera


    Souleymane Diamanka
    Souleymane Diamanka originário do Senegal. Actuou com os Tribal Jam e com os Nubians, para quem continua a escrever canções, algumas delas interpretadas por Henri Salvador. Editou o ano passado o álbum a solo ‘L’Hiver Peul’.


    John Banza
    Conhecido como o kamikaze da frase, John Banzai poeta e rapper. Conheceu Souleymande Diamanka através dos Nubians, com quem gravou e actuou ao vivo nos Estados Unidos. Para além de um extenso currículo no circuito slam, Banzai organiza diversos ateliers de escrita.

     

    Chullage e pi
    De origem cabo-verdiana, Chullage foi criado nas barracas erguidas nas ruínas do antigo Asilo 28 de Maio, no Monte da Caparica, onde tomou o primeiro contacto com o rap. Em 1993, muda-se com a sua família, para a Arrentela, no Seixal, onde forma o seu primeiro grupo digno desse nome – 187 Squad – e a crew a que ainda pertence, a Red Eyes G. A partir de 1997 Chullage segue um percurso solo ascendente tornando-se num dos MC’s mais consistentes do underground nacional.

    Entrada: 6€

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    Sexta 14 de Março às 23h00
    A_minha_guitarra_ _maior_do_que_a_tua!_sessions
    GLENN JONES
    DOPO

     

    Glenn Jones
    Depois dos Cul de Sac, talvez a melhor banda dos anos 90 que quase ninguém teve o bom senso de ouvir, Glenn Jones tem vindo nos últimos anos a ensaiar uma dança primitiva na guitarra acústica, com a memória das seis cordas de John Fahey (com quem gravou o sublime “The Epiphany of Glenn Jones”) nas pontas dos dedos. As texturas melódicas de Jones, afundadas no mágoa da memória americana, emergem em palco puras e radiantes, ampliadas por um virtuosismo transversal ancorado nos blues (do Mississipi) e na folk (da Takoma Records, mais-que-influente editora criada por Fahey nos anos 50). É, a par de outros exploradores acústicos como Jack Rose (com quem actuou na ZDB em 2004, numa noite mágica) ou Sir Richard Bishop, um recuperador de tradições excepcional, com os olhos postos no que há-de vir.

     

    DOPO
    Regresso à ZDB do colectivo portuense DOPO, paradigma nortenho das novas explorações psicadélicas a palmilharem os princípios e fins do rock/não-rock contemporâneo. Desde a última visita ao aquário mais carismático da cidade, DOPO gravou o excelente “Crossing Birds”, editado em Novembro do ano passado pela norte-americana Foxglove (casa de malta como os North Sea ou Hush Arbors). Depois de duas edições auspiciosas em suporte digital através da Test Tube (“Last Blues, To Be Read Someday” e “For The Entrance Of The Sun”), “Crossing Bird” estabelece definitivamente os DOPO como uma das mais relevantes formações nacionais a questionar as possibilidades mais vastas da música candidamente improvisada.

    Entrada: 7.5€

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    Sexta 21 de Março às 23h00
    No_fio_da_navalha_sessions
    BORN A LION
    MURDERING TRIPPING BLUES

    © Pedro Polónio

    © Pedro Polónio

     

    Born a Lion
    Trio da Marinha Grande com raízes espirituais na América profunda, do country de Johnny Cash ao blues de John Lee Hooker, passando pela urgência rock dos MC5. Segundo os próprios, “a música dos Born a Lion fala-nos de histórias conturbadas de amor, das vicissitudes da vida. São canções com corpo e alma, tocadas com devoção por quem tem um flirt obsessivo pelo rock”.

     

    Murdering Tripping Blues
    Projecto de Henry Leone Johnson (guitarras e voz), Johnny Dinamite (bateria) e Mallory Left Eye (VJ), os Murdering Tripping Blues destilam energia emocional, estados alterados de consciência e a alma enlameada do blues. Trazem à ZDB as novas músicas do primeiro longa-duração, a explodir muito brevemente por aí através da editora Raging Planet

    Entrada: 6€

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    Sábado 22 de Março às 23h00
    Easy_riders_raging_bulls_sessions
    VARIABLE GEOMETRY ORCHESTRA
    A música produzida pela Orquestra da Geometria Variável resulta do jogo do material acústico versus electrónico, numa contínua busca de pequenos detalhes e significados – o som rompe do silêncio para nele voltar a megulhar…

    Com esta organização formal do caos, tenta-se aplicar novos conceitos de indeterminação e composição instantânea, através da erupção assimetricamente alternada de momentos de som e silêncio (ausência de som identificável) com predominância para estes últimos, seja pela emissão de sons de características subliminares e psico-acústicas, seja pela completa ausência de sons, permitindo assim aos músicos recuperar o seu ritmo natural de respiração e sentido aleatório de pulsação, bem como escutar toda a espécie de acontecimentos sonoros que estejam a ocorrer nesse preciso momento no espaço envolvente, ou então simplesmente escutar o que outro músico tenha começado, entretanto, a fazer, sem a preocupação de responder imediatamente e assim encher de forma inútil o espaço sonoro.

    Entrada: 6€

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    Sexta 28 de Março às 23h00
    O_som_e_a_fúria_sessions
    MOHA!
    CAVEIRA
    TAPE THAT

    © Nuno Martins 

    © Nuno Martins

     


    MoHa!
    Duo norueguês actualmente a viver em Berlim (agora toda a gente vive em Berlim), MoHa! justifica o ponto de exclamação: do noise mais abrasivo à electrónica mais ácida, da improvisação mais sinuosa ao rock mais sónico (tudo mais), Anders Hana (guitarra, órgão, etc.) e Morten J. Olsen (bateria e muitos etc.) baralham tudo, mesmo tudo. Pensem Stooges, Neu!, Sightings, Fushitsusha, The Fall, Black Dice, Sun Ra a acordar na cama com Frank Zappa depois de uma noite descontrolada. Para emaranhar tudo isto um pouco mais, note-se que esta amálgama perturbada de barulho bom tem sido mostrada ao mundo através da respeitabilíssima Rune Grammafon, o que também não faz particular sentido.

    Ao vivo, a experiência roça a catarse. Aqui na ZDB sabemo-lo bem: os MoHa! estiveram por cá em Dezembro de 2006, numa noite partilhada com os Calhau!, António Contador, Travassos e Manuel Mota e, acreditem, foi algo que nunca mais esquecemos.

     

    © Nuno Martins 

    © Nuno Martins

     


    CAVEIRA
    “Querem saber quem são os CAVEIRA? Os CAVEIRA são groove metálico, são rock de dança, são música para o corpo bailar entre os amplificadores e os riffs. Desde 2003 que, por onde passam, deixam rastos de electricidade, combustão e improviso. (…) Os CAVEIRA são hard-rock partido. São Blue Cheer, Black Sabbath, Melvins, são Sonic Youth, são Keiji Haino, são free-jazz. Os CAVEIRA dão-nos silêncio, ruído, distorção, ritmo e melodias que brilham escondidas. Dão-nos música bonita. Com desbunda na cabeçaa e nos ouvidos. São, à falta de melhor termo, música portuguesa, mas podiam viver nos Estados Unidos. E têm um tema chamado “Fui a Sacavém” onde a bateria suga os outros instrumentos e o chão treme.” José Marmeleira

     

    Tape That
    Dupla formada por Christophe Meierhans e Koen Nutters em estreia na ZDB, Tape That dessacraliza o discurso associado música concreta, experimentando em tempo real com todo o tipo de fragmentos sonoros. Um pouco à imagem dos lendários This Heat, Meierhans e Nutters trabalham com uma extensa miríade de fontes electroacústicas.. A música, criada por justaposição, opõe-se à languidez ambiental, renovando os diferentes processos de confluências e acrescentos desenvolvidos a partir das décadas de 40 e 50 do século passado.

    Entrada: 7.5€

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    Sábado 29 de Março às 23h00
    Marsupial_sessions
    LINDA MARTINI
    Porta-estandartes de um certo novo rock urbano português, pós-hardcore, urgente, rasgado pela angústia emocional de quem tem algo que não pode deixar de dizer, os Linda Martini têm pressa. Regressam à ZDB no contexto da apresentação de ‘Marsupial’, o novo disco do quinteto, com lançamento marcado para 14 de Abril através da Rastilho Records.

    Entrada: 10€

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    Quinta 03 de Abril às 23h00
    Foste_infame_comigo_sessions
    HUMANIZATION 4TET
    Regresso à ZDB do Humanization 4tet, jazz combo luso-americano que junta o guitarrista Luís Lopes e o saxofonista Rodrigo Amado aos norte-americanos Aaron e Stephan Gonzalez, respectivamente contrabaixista e baterista. Quatro músicos de abertura total, oriundos do jazz e da música improvisada mas também com percursos transgressores por outros terrenos musicais como o rock, o blues, o hip-hop e o punk.


    Formação:
    Aaron Gonzalez | contrabaixo
    Luís Lopes | guitarrra eléctrica
    Rodrigo Amado | saxofone tenor
    Stefan Gonzalez | bateria

    Entrada: 6€

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    Sexta 04 de Abril às 23h00
    Trovão_ouve_o_meu_grito!_sessions
    NATHAN FUHR’S DEMONSHAKER
    OPEN SPEECH TRIO


    Nathan Fuhr’s Demonshaker / Curadoria de Rui Faustino
    Demonshaker, celebração de guerrilha percussiva, furor uníssono de ritmo, melodia e harmonia, um projecto para seis baterias desenhado pelo compositor norte-americano Nathan Fuhr. Pensado originalmente enquanto peça de protesto a propósito do encerramento de um espaço cultural em Berlim, cidade onde Fuhr reside, Demonshaker evoluiu rapidamente para além desse contexto político-social, adquirindo novas e autónomas particularidades artísticas centradas na fisicalidade do som.

    Para a actuação na ZDB, Nathan Fuhr irá conduzir seis bateristas locais: Rui Faustino, que coordenou a formação do ensemble, Rui Alves, Gabriel Ferrandini, Marcelo Araújo e Nuno Castedo. Uma unidade percussiva de sete cabeças tornado monólito sonoro, transe estelar para abrir consciências.
    Formação:
    Gabriel Ferrandini| bateria
    Marcelo Araújo | bateria
    Nuno Castedo | bateria
    Pedro Silva | bateria
    Rui Alves | bateria
    Rui Faustino | bateria
    Nathan Fuhr | direcção

     

    Open SPEECH trio
    “Solos, duos & trios: formato em sequência aberta, expondo narrativas num pluralismo de enunciados e alternância de contrastes. Tensões e densidades manifestadas em linhas distorcidas e cruzadas. Processadores de efeitos e recursos electro-acústicos, radicalizam intenções, esboçam intimismos em depuradas partículas de vibração acústica. Proposta de criação espontânea a partir de estruturas gráficas de improvisação; composição efémera no indeterminismo da narrativa aberta. Importa prodigalizar o risco partilhado. Recursos e técnicas múltiplas incitam ao desafio, digitam provocações. O discurso vivo e inquiridor, liberta-se mutante; brota rasgado e directo, levanta questões e agita, como deve o artista.” Texto da autoria dos músicos


    Formação:
    Carlos Bechegas | flautas e electrónica
    Rui Faustino | bateria e percussão
    Ulrich Mitzlaff | violoncelo e electrónica

    Entrada: 6€

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    Sábado 05 de Abril s 23h00
    Beija-me_depressa_sessions
    JOHN ZORN’S COBRA
    DIRECÇÃO NATHAN FUHR
    Cobra será provavelmente o projecto de improvisação de grupo mais discutido e celebrado nas últimas décadas. Desenhado pelo compositor e saxofonista ber-influente John Zorn no início dos anos 80, Cobra , na sua essência, uma experiência total mascarada de jogo: sem quaisquer partituras, a sua estrutura (admitindo que existe uma estrutura) baseia-se num conjunto fésico de cartas com indicações mais ou menos secretas que servem de mote à interacção entre os músicos e o condutor do grupo, que as vai gerindo (introduzindo e retirando cartas da performance em curso) consoante a direcção (entenda-se a palavra no seu sentido mais amplo) que pretende dar à peça. Dada a natureza improvisacional das interpretações, cada apresentação do projecto Cobra é única em si mesma, podendo os registos variar radicalmente de noite para noite. You never know mesmo.

    A actuação que a ZDB vai receber será conduzida por Nathan Fuhr, colaborador próximo de Zorn e veterano nestas experiências répteis. A formação, organizada por Rui Faustino, compreenderá doze músicos, dez dos quais já confirmados: Paulo Curado e Rodrigo Amado em saxofone, Ricardo Pinto e Johannes Krieger em trompete, Eduardo Lala em trombone, Miguel Leiria em contrabaixo, Carlos Milhomens e Rui Faustino em bateria, Rodrigo Pinheiro em piano, João Castro Pinto em electrónicas e DJ Ride em gira-discos.

    A condução de Fuhr difere da de Zorn no sentido em que oferece mais espaço de criação aos músicos. Ao contrário do que acontece com Zorn, os grupos de Fuhr têm três dias de ensaios, o que possibilita um maior grau de intimidade com os processos e linguagens específicas do projecto. O “controle” sobre Cobra assim mais facilmente partilhado entre músicos e condutor, aumentando o potencial improvisacional do ensemble e abrindo um interminável mundo de possibilidades. Apareçam esta será uma actuação única na ZDB, até porque nunca poderia ser de outra forma.
    Formação:
    Carlos Milhomens | bateria
    Paulo Curado e Rodrigo Amado | saxofone
    Ricardo Pinto e Johannes Krieger | trompete
    Eduardo Lala | trombone
    Miguel Leiria | contrabaixo
    Rodrigo Pinheiro | piano
    Carlos Milhomens e Rui Faustino | bateria
    João Castro Pinto | electrónicas
    DJ Ride | gira-discos
    Nathan Fuhr | direcção

    Entrada: 6€

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    Sexta 11 de Abril às 23h00
    Encores_are_stupid!_sessions
    MIKADO LAB
    Projecto liderado pelo multinstrumentista e experimentalista de referência Marco Franco em colaboração com Ana Araújo, André Matos e Pedro Gonçalves, Mikado Lab estabelece melódicas coordenadas de exploração livre entre o jazz, a electrónica e a pop mais curiosa.

    Regressam ao palco da ZDB para apresentar “Baligo”, o primeiro álbum do quarteto (edição da cada vez mais recomendável Tone of a Pitch).

    Formação:
    Marco Franco | bateria, electrónicas
    Ana Araújo | fender rhodes
    Pedro Gonçalves | baixo

    Entrada: 6€

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    Sábado 12 de Abril às 23h00
    I_just_want_to_be_tied_to_the_back_of_your_car_sessions
    DORIT CHRYSLER
    BERNARDO DEVLIN
    RITA BRAGA


    Dorit Chrysler
    Para além de possuir um estilo vocal inconfundível, Dorit Chrysler é actualmente uma das mais reputadas artistas a trabalhar com o theremin, instrumento electrónico a abarrotar de carisma, com o qual se toca sem se tocar. Em palco, Chrysler metamorfoseia-se numa espécie de filha incompreendida de Marianne Faithfull e Nikola Tesla, condenada a passar a maior parte do seu tempo livre com a ama, Jane Birkin.

    Embora seja mais conhecida pelas suas composições de voz e theremin, Dorit Chrysler tem desenvolvido em paralelo uma profícua carreira como performer, guitarrista, produtora e engenheira. Formou a sua primeira banda rock aos treze anos e começou a trabalhar no seu mestrado em Ciências da Música aos dezoito. Partilhou o palco com Alex Hacke, Amon Tobin, Dinosaur Jr., Blonde Redhead, Mercury Rev, entre outros e gravou com artistas e produtores como Elliott Sharp, Matt Johnson (The The), Larry 7, Gordon Raphael (The Strokes), Rodelius (Cluster), Toby Dammit, Foetus, Ultra Vivid Scene, Martin Bisi & Gibby Haynes (Butthole Surfers).

     

    Bernardo Devlin
    Visionário da canção desmobilada, virada do avesso, a anunciar o colapso, Bernardo Devlin regressa à ZDB demasiado tempo depois da sua última aparição. Co-fundador dos míticos Osso Exótico, autor de três discos em nome próprio (o próximo está quase aí), compositor de bandas-sonoras várias (é dele a música da curta de animação “A Suspeita”, por exemplo), Devlin é um potenciador de experiências improváveis, instigador da subversão a partir de dentro. Sobre esta actuação em particular pouco haverá a dizer, porque sobre ela Devlin pouco adiantou. Vai ser preciso estar cá.


    Rita Braga
    Rita Braga apresenta na ZDB velhas canções redescobertas ou trazidas de paragens mais ou menos distantes com o auxílio de um ukulele* e de uma guitarra de 12 cordas. De standards havaianos a canções nacionais russas, sem esquecer o maior hit de 1928 extraído de um musical da Broadway ou uma canção sérvia sobre campos de morangos que antecipou os Beatles em largas décadas, evocando o tempo em que o haxixe era legal na Grécia. Pelo meio, um ou outro original acabado de sair do lume.

    Dada a distância física e mental de algumas sonoridades trazidas, corre-se um pequeno risco de haver uma interferência no circuito espaço-temporal provocando danos irreparáveis em quem estiver presente.

    *ceci n’est pas un cavaquinho

    Texto da autoria da música

    Entrada: 7.5€

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    Quinta 17 de Abril s 23h00
    A_minha_mãe_é_amiga_de_uma_inimiga_do_povo_sessions
    PARTYLINE
    NOISY PIG
    ADORNO


    Partyline
    Depois da festa imensa que foi a sua estreia na ZDB o ano passado, as norte-americanas Partyline regressam a Lisboa para encabeçar uma noite de mimos punk para abanar a anca e pisar o pé ao próximo. Allison Wolfe, antiga vocalista das Bratmobile, Angela Melkisethian e Crystal Bradley instigam deliciosos motins pop encapsulados em irrepreensíveis canções de três minutos, ao estilo de outras formações femininas como as Le Tigre ou as Sleater-Kinney.

     

    Noisy Pig
    Noisy Pig, rock suíno PARA DANÇAR, cheio de brilhantina e vontade de virar o bandulho ao contrário. Cabaret cómico desde Berlim no palco da ZDB, azeite nada virgem enquanto perfomance de consciente (e inteligente) baixa-cultura.


    Adorno
    Adorno divide-se entre Lisboa e Almada, de cá para lá , impacientemente a partir a loiça toda sobre o Tejo. Misturam o novo punk/hardcore com o rock mais esfaimado, e isso só pode ser bom. Saiam da frente.

    Entrada: 7.5€

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    Sexta 18 de Abril às 23h00
    Queridos_líderes_involuntários_sessions
    THE VICIOUS FIVE
    Queridos líderes involuntários da nova música urbana portuguesa, os Vicious Five são os punk-rockers preferidos de todos os putos fixes da cidade. Regressam ao palco da ZDB para apresentar “Sounds Like Trouble”, o novo disco, banda sonora militante para todos nós que andamos por aí meio chateados (mas felizes) a passar recibos, de manbag ao ombro a olhar as coisas através de Ray Ban de imitação.

    Entrada: 7.5€

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    Sexta 25 de Abril s 23h00
    Haverá_sangue_sessions
    JAPANESE NEW MUSIC FESTIVAL

    © Nuno Martins 

    © Nuno Martins

     


    !! ATTENZIONE !! ALTERAÇÃO DE PROGRAMA:
    por motivos de saúde, Tsuyama Atsushi não vai participar nas datas europeias do Japanese New Music Festival. Na ZDB, a festa continua com Rui Dâmaso, baixista mutante dos lisboetas Loosers, que substituirá Atsushi na actuação dos Acid Mothers Temple. Pedimos desculpa pelo incómodo que esta alteração possa causar. Se pretender a devolução do bilhete, por favor contacte a loja onde o adquiriu.

     

    VAI HAVER SANGUE. Explosão nipónica na ZDB com o delírio cósmico freeform de Yoshida Tatsuya e Kawabata Makoto, guerreiros psych do peixe cru a voar para além do arco-íris. A noite contará com quatro actuações distintas – uma extravaganza de novas músicas psicadélicas para nunca conseguir recordar.

     

    Acid Mothers Temple SWR
    Último acidente ácido da cultura underground, o ovni Acid Mothers Temple regressa ao espaço astral da ZDB com a sua versão SWR -Kawabata Makoto e Yoshida Tatsuya- a formação mais positivamente agressiva daquela família cósmica. A queimar neurónios um pouco por todo o mundo desde 1995, os Acid Mothers (nas suas múltiplas variações) estão tanto do lado de fora como na linha da frente do massivo assalto subversivo que (que sempre foi) a experiência psicadélica japonesa.

     

    Kawabata Makoto | guitarra, voz
    Yoshida Tatsuya | bateria, voz

     

    Ruins AlonE
    Yoshida Tatsuya um dos mais inovadores percussionistas da música improvisada japonesa. Fundador em 1985 dos Ruins, mítico duo de bateria e baixo em constante convulsão vulcânica, Tatsuya actuará a solo sob a designação Ruins Alone, compensando a ausência do baixista Sasaki Hisashi (que entretanto deixou a banda) com linhas de baixo sampladas. Preparem-se (ou não se preparem) para uma avalanche percussiva de dimensões épicas.


    Yoshida Tatsuya
    | bateria, voz, sampler

     

    Akaten
    Duo quasi-dadaísta formado por Yoshida Tatsuya e Tsuyama Atsushi em 1995, Akaten usa e abusa de utensílios do dia-a-dia (tesouras, escovas de dentes, garrafas de guas, etc) para ensaiar um exercício low-cost/high-effect de ironia pós-moderna.


    Yoshida Tatsuya
    | voz, objectos
    Kawabata Makoto | voz, objectos

     

    Kawabata Solo
    Perfomance a solo do guitarrista dos Acid Mothers Temple. Neste contexto, Makoto destaca-se pela exploração do drone, levando-nos a pensar através de uma catrafada marada de técnicas que á um pequeno país cheio de gente estranha a viver dentro da sua guitarra eléctrica.

    Entradas: 10€

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    Sábado 26 de Abril às 23h00
    You_are_your_mother’s_only_son_and_you’re_a_desperate_one_sessions
    FRANCOIS VIROT
    NO SNOW
    B (FACHADA)

     

    François Virot
    De Lyon para Lisboa via trip metafísica pelas esquinas mais psicadélicas de Brooklyn, François Virot um dos mais interessantes nomes da nova pop-que-não-é-bem-pop-é-outra-coisa gaulesa. A beatitude acriançada remete para o branco radiante dos Beat Happening ou para o primitivismo sensorial dos Animal Collective, mas na memória da folk alienada (e afundada num obscuro paradoxo urbano) de Brigitte Fontaine e Areski (essencial ouvir “L’Incendie”, assombrada e delirante declaração de amor) que os fluxos e refluxos bucólicos de Virot ganham luz própria, capaz de iluminar o mundo.


    No Snow
    Duo de François Virot e Gael Moissonier, os franceses No Snow mergulham nas ondas difusas do psicadelismo (essencialmente) instrumental, submergindo-se numa vertigem azul onde nada como superfície. Como se Brian Wilson tivesse perdido a voz (ou apenas a vontade de falar), ou se os Spacemen 3 tomassem mais uppers do que downers.


    B (Fachada)
    Estreia na ZDB de (b) fachada, alter-ego para o português Bernardo Fachada, umas semanas antes da edição através da sempre atenta Merzbau de dois EP distintos, um a solo e outro em duo com Walter Benjamin.

    Deixado a si próprio, (b) fachada orgulhosamente lo-fi: reflecte uma estranha e singular portugalidade, próxima por linhas muito sinuosas de cantautores anglo-saxónicos com o perigo na voz, como Devendra Banhart ou Viking Moses.

    Entrada: 7.5€

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    Sexta 02 de Maio às 23h00
    Quando_a_noite_vier_que_venha_sessions
    ANONIMA NUVOLARI
    “Anónima Nuvolari constituída por um grupo de músicos italianos residentes em Portugal e provenientes de diferentes experiências musicais, os quais se juntaram com o objectivo comum da recuperação e valorização do património musical italiano na sua vertente mais alegre e dinâmica.

    O conjunto constituído por cinco músicos (acordeão e voz, guitarra e voz, sax soprano, contrabaixo, percussão). O repertório proposto pela Anónima Nuvolari afunda as suas raízes na música popular e consiste numa viagem através dos últimos 50 anos da canção italiana: tendo como ponto de partida o Maestro napolitano Renato Carosone, passa-se por referências como Fred Buscaglione ou Adriano Celentano, para chegar até autores contemporâneos entre os quais estão Paolo Conte e Vinicio Capossela, mantendo contudo uma continuidade artística baseada numa interpretação cheia de genuinidade e generosidade.”

    Entrada: 6€

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    Sábado 03 de Maio às 23h00
    Merzbau_sessions
    MACADAME: MANUEL GIÃO, VITOR LOPES, TIAGO SOUSA
    ALEXANDRE BATEIRAS (PT)
    WALTER BENJAMIM & NOISERV (PT)

    © Vera Marmelo

    © Vera Marmelo

     

    Uma noite, três propostas, todas elas tuteladas pela sempre atenta Merzbau – editora erigida por Tiago Sousa em 2005. A ocasião é de celebração e o aquário da ZDB recebe, pela primeira vez, um trio constituído por três das figuras mais singulares da nova música não estandardizada a ruminar no subsolo nacional. Vítor Lopes, metade dos Frango e um dos responsáveis pela editora Searching Records, assim como pelo superlativo Out.fest, Manuel Gião, guitarrista free form e fundador dos math-rockers Debut! e o supracitado Tiago Sousa, músico que acaba de editar o notável “The Western Lands”, apresentam “Macadame”, disco que recebe o selo conjunto da Merzbau e da ZDB Muzique.

     

     

    Alexandre Bateiras
    Guitarrista devoto da escola de fado de Coimbra, apaixonado pela mestria de nomes como Artur Paredes, Carlos Paredes ou Jorge Tuna, o sexagenário Alexandre Bateiras é um músico absolutamente dedicado à guitarra portuguesa. “Em Canções da Lua Nova”, registo lançado na recta final do ano passado pela Merzbau, pode-se escutar toda a sua mestria e sensibilidade.

     

     

    Walter Benjamin & Noiserv
    Duo ad hoc produzido especificamente para esta ocasião, reúne dois dos mais promissores escritores de canções a despontar no último par de anos. Walter Benjamin, reencarnação do lisboeta Luís Nunes, ruminou e gravou “The National Crises”, colecção de sólidas canções tradicionais, com pendor introspectivo, na tradição de clássicos como Stephen Merrit, Dylan ou Lou Reed. Em palco, terá a companhia da voz e loops maravilha de Noiserv, moniker de David Santos, cantor e instrumentista em estágio para a edição do aguardado primeiro disco.

    Entrada: 6€

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    Sábado 10 de Maio
    BRETHREN OF THE FREE SPIRIT: JAMES BLACKSHAW & JOSEF VAN WISSEM
    TENAZ & MANEL CRUZ


    Por motivos que nos ultrapassam, este concerto foi cancelado. Tenaz & Manel Cruz actuarão no próximo dia 22 de Maio, partilhando o palco com o norte-americano Tom Brosseau. Quanto a Brethren Of The Free Spirit, lamentamos o cancelamento e se tivermos nova data informar-vos-emos.

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    Quinta 08 de Maio s 23h59
    Concerto Inauguração de Marcel.lí Antùnez
    TORA TORA BIG BAND
    Demasiado tempo depois os Tora Tora Big Band regressam à ZDB: doze músicos, seis nacionalidades que chamam casa a Lisboa e que fazem do jazz uma explosão orquestrada de ritmos quentes que viajam das Caraíbas a África, passando pelo Brasil.

    A digressão de 2008 começa aqui e há canções novas para estrear. Na bagagem a nossa Big Band favorita traz também faixas de ‘Tora Tora Cult’, o muito aplaudido álbum do ano passado. Vai estar calor, a festa vai ser bonita – venham dançar connosco.
    Miguel Gonçalves trompete
    Johannes Krieger trompete
    Guto Lucena saxofones barítono e tenor
    Zé Maria saxofones alto e tenor
    Lars Arens trombone
    Claus Nymark trombone
    Peter Wetherill trombone
    Davide Rodrigues bateria
    Francesco Valente baixo
    Filipe Raposo piano e acordeão
    Hugo Menezes percussão
    André Pacheco Jr. percussão

    Entrada: Concerto Inauguração Marcel-lí Antùnez // Entrada Livre

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    Sexta 09 de Maio s 23h00
    Ontem_em_Lisboa_hoje_em_Berlim_amanhã_em_Júpiter_sessions
    ANGEL EYEDEALISM
    POCKETBOOK OF LIGHTNING: NUNO REBELO & MARCO FRANCO

    Angel Eyedealism
    A performer nova-iorquina Angel Eyedealism é uma bomba multi-sensorial de formas generosas pronta a detonar substância e carisma com um alcance vocal de cinco oitavas. Astróloga, cartomante e medium, Angel Eyedealism utiliza técnicas de hipnoterapia para chegar aos universos delirantes da sua lojinha dos horrores. A música própria de um cabaret extraterrestre na terra dos sonhos, onde o kitsch ainda faz sentido (ou já deu a volta e está na moda outra vez) e podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal.


    Pocketbook of Lightning : Nuno Rebelo & Marco Franco
    A parceria que Nuno Rebelo mantém há mais de uma década com Marco Franco uma das ligações mais profícuas da música improvisada pensada em português. Instrumentistas de excepção (Rebelo mais na guitarra eléctrica, Franco mais na bateria), a dupla trabalha sons sem memória – porque “É de todos os tempos e de todos os sítios”. Motores de um enigma intitulado Pocketbook of Lightning, Rebelo e Franco olham as coisas à sua maneira e vêem mais fundo. A actuação no aquário da ZDB será a primeiro do duo em Lisboa em 2008.

    Entrada: 6€

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    Sexta 16 de Maio às 23h00
    ZONK :
    PHOTONZ
    MAJOR

     

    Houve uma altura em que a música para dançar ficou só batida e baixo, período dourado algures entre 1985-87. A essência do que nos faz mexer. Depois ganhou outra vez camadas. É a partir desse pedaço de tempo e de música que se esticam os braços para a frente e para trás para agarrar tudo o que – sabemos agora – é expressão original, crua e mais genuína que o nosso entendimento permite perceber, de música com ritmo. De Chicago para Lisboa e de volta por todas as paragens boas, e todos os tempos são bons tempos para mexer o rabo com tambores da vida e bater a cabeça com barulho real que diga a verdade. Zonk não é atitude nenhuma, 3-2-1-Zero enquanto a música que interessa faz tudo e diz tudo. O doce doce som. Se não for isso não é nada. Se for para dançar é para dançar.

    texto da autoria dos músicos

     

    MAJOR
    On e off desde 1994; parte de Major Eléctrico desde 1999, destacando-se: programação musical do Festival Atlântico 1999, série Blaast de noites de clube e concertos (2000-2002), actuações nos festivais Sonar (2000), Número (2000), Mix Move (2001), Sonic Scope (2001), Maquinarte (2002), Super Stereo Demonstration (2002); gravou dois CDs como Discmen em 1999; co-fundador da Flur em 2001; tocou, desde 2002, nas noites Dzast, Strawberry Force Fields Forever, Ming e agora Zonk.

    Entradas: 5€ | Oferta de Mixtape

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    Sábado 17 de Maio às 22h00
    Os_homens_não_se_querem_bonitos_sessions
    NEGATIVLAND
    Apresentam “It’s All In Your Head FM”

    Subversor de situações e repórter do real estrambótico, o colectivo norte-americano Negativland é uma parte fundamental da música experimental feita nas últimas três décadas. Explorando o confronto entre observação e concepção, primariamente através do ethos da sound collage, processo de colagem sonora de diferentes peças previamente gravadas, os Negativland têm vindo a desenvolver desde os finais dos anos setenta um percurso extremamente diverso e complexo, com mais de duas dezenas de edições, onde a influência manipuladora e massificadora dos media acaba por ser o alvo mais recorrente.

    “It’s All In Your Head FM”, o espectáculo que os Negativland trazem a Lisboa, faz parte das lendárias sessões “Over the Edge”, emissões de rádio em directo (e, neste caso, tamb m ao vivo) que abordam o sistema radiofónico como veículo de intensa manipulação criativa. “Over The Edge” faz parte do underground hertziano norte-americano desde 1981, ano em que Don Joyce, é membro de sempre da banda, iniciou transmissões regulares na mítica KPFA, em Berkeley, Califórnia. “It’s All In Your Head FM” um olhar contemporâneo sobre o monoteísmo e a ideia conceptual de um Deus omnipotente num contexto de colisão entre religião e pragmatismo político.

    Para além de Don Joyce, fazem parte do núcleo central dos Negativland os músicos Mark Hosler, Richard Lyons, David Wills e Peter Conheim, embora a natureza do grupo californiano aponte para uma estrutura flutuante e informal, na antítese dos convencionalismos pop/rock (de resto um pouco a exemplo dos também norte-americanos The Residents, de cujo imaginário estão invulgarmente próximos). No palco do LX Factory, residência ZDB Muzique por uma noite, estes músicos irão apresentar a sua muito singular linguagem da fascinação rádio enquanto metralhadora pensante, a verdade Negativland em tempo real.

     

    Entradas: 10€

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    Quinta 22 de Maio às 23h00
    Some_girls_wonder_by_mistake_sessions
    TOM BROSSEAU
    TENAZ & MANEL CRUZ

     

    Tom Brosseau
    “Descendente da tradição folk norte-americana em segunda-mão via Bob Dylan, Tom Brosseau tem estado confortável na sua posição de singer-songwriter ao longo desta década. Pode-se compará-lo a contemporâneos como Bill Callahan, Will Oldham, Devendra Banhart e mesmo Antony, embora a sua inata sobriedade não o permita ter polos de afirmação como os artistas referidos, mas uma notável clarividência no clássico formato de canção de rapaz-conhece-rapariga. Cavalier o seu segundo álbum na Fat Cat, depois de Empty Houses Are Lonely , uma compilação de temas gravados entre 2001 e 2003, e o sétimo num curto espaço de tempo desde que este jovem fugiu de Grand Forks para a Califórnia com uma rapariga. A cresceu para a música como gente grande e tornou um passatempo em profissão. A sua voz, entre masculina e feminina (mas a parecença com Antony não vem daqui), transmite uma clarividência soporífera, daquela com que queremos entrar nos sonhos – não dá sono, mas uma excelente receita para complementá-lo. É calma e dócil como as que imaginamos nas canções de embalar. Brosseau corresponde caracterização do género e não o banaliza, como outros, porque, honestamente, não tem uma voz irritante como as milhares que aparecem rotuladas perto do berço. Brosseau canta baixo, baixinho, para os melhores momentos dessa coisa chamada amor. Sem dor, remorso, mas como um baloiço, que vai e vem.”

    Texto da autoria da Flur

     

    Tenaz & Manel Cruz
    Jorge Coelho (ex-Cosmic City Blues, ex-Zen, C es em Circulo, às vezes Mesa) e Manuel Cruz (ex-Ornatos Violeta, Pluto e Supernada) são duas das principais figuras da música instransigente pensada com sotaque nortenho da última década. Apresentam-se na ZDB em duo (Coelho em guitarra, Cruz a manipular pequenos gravadores analógicos), mapeando coordenadas para o que descrevem como “um programa concertado de acidentes e vias secundárias, de cordas e cassetes pequenas”.

    Tenaz (alter-ego de Jorge Coelho) e Cruz roubam música concreta o seu contexto académico – libertam-na para outras interpretações, outras afinações, novos quotidianos. A estética do erro tem aqui um contorno bucólico, como se os AMM fugissem da cidade rumo a uma Canterbury junto ao Douro.

    Entrada: 7.5€

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    Sexta 23 de Maio às 23h00
    I_saved_latin!_sessions
    BUNNYRANCH
    A caravana de rock inflamável Bunnyranch regressa à ZDB para mais uma noite de excessos entre o blues e o rockabilly, entre o Mondego e o Mississipi. A banda de Kalá, antigo baterista dos infames Tédio Boys, esteve uns tempos em Nova Iorque a partir loiça com Ivan Julian (Clash, Richard Hell & the Voidoids, The Outsets, The Osaka Popstar, etc.) e regressa agora à terra para baralhar e voltar a dar. As músicas novas soam bem e as antigas nunca soaram melhor – venham daí desarrumar isto tudo.

    Entrada: 6€

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    Terça 27 de Maio às 22h00
    Screaming_fields_of_sonic_love_sessions_sessions
    BORIS
    GROWING

    © JPA

    © JPA

     

    Boris
    Apóstolos do analógico, missionários da força transcendental do rock, os japoneses Boris desenham força de impetuosos projécteis sonoros um colossal arco de ruído maravilhado, absorto na experiência psicadélica. A estreia do trio em Lisboa – que na verdade será um quarteto, dada a presença em palco do ber-notável Michio Kuriahara (Ghost, White Heaven, The Stars) – coloca, por uma noite, Alcântara como destino de todas as viagens.

    Formados em 1992 por Atsuo, Wata, Takeshi e Nagata (que deixou a banda em 1996, reduzindo-os a um enorme power trio), os Boris escapam catalogação preguiçosa, explorando géneros tão aparentemente díspares como o drone metal (as afinidades com os norte-americanos Sunn O))) e Earth são evidentes), o stoner rock psicadélico (pensem nos californianos Quicksilver Messenger Service e em todas as outras jam bands alucinógenas dos anos 60) ou o noise (Merzbow uma referência inevitável, embora aqui o estrondo seja mais orgânico e visceral, mais próximo da verve de Keiji Haino, com quem já colaboraram em algumas ocasiões). A discografia nunca mais acaba (dezassete álbuns, mais uma imensidão de EP’s e singles), mas registos como “Pink” (disco do ano em 2006?), o duplo “Altar” (também de 2006, em colaboração iluminada com os Sunn O))) de Stephen O’Malley) e “Smile” (o novo álbum, embebido na memória do glam rock japonês dos anos 70) reerguem a revolta para bem alto e justificam uma referência especial.

    Ao vivo, a investida Boris assalta os tímpanos com uma muralha de som simultaneamente avassaladora e irresistível, diferente de todas as outras. Nada no mundo conhecido soa como a algo sequer parecido. Dia 27 estreiam-se em Lisboa e não duvidem, a cidade vai ser deles. Vocês vão fazer o quê, ficar em casa?


    Growing
    Pela primeira vez em Lisboa, o duo de agitadores nova-iorquino Growing , a par de outros colectivos do lado de lá do Atlântico como os Black Dice, os Sightings ou os Pyschic Ills, um dos mais interessantes grupos da actualidade a quebrar as barreiras da electrónica mutante e a imaginar o noise como algo com gente viva lá dentro.

    Pegando na experimentação discordante de visionários como os Velvet Underground (pelo lado mais rock) ou os White Noise (pelo lado mais electrónico), os Growing rodam os botões do infinito e pisam os pedais do absoluto. “Lateral”, o último álbum, editado pela The Social Registry (casa dos Gang Gang Dance, Psychic Ills, Samara Lubelski, etc.), uma estupenda bofetada de diferentes texturas ambientais, repetitivas e cheias de cor, para ouvir e ouvir e ouvir e ouvir.

    Entradas: 10€

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    Sexta 30 de Maio às 23h00
    Espeta_a_faca_e_roda_sessions
    SCOUT NIBLETT

    © Vera Marmelo

    © Vera Marmelo

     

    Figura mágica, em igual medida assombrada e assombrante, Scout Niblett estreia-se no aquário da ZDB no momento exacto. 2008 é o ano de “This Fool Can Die Now” (edição Too Pure), álbum maior de uma discografia iluminada por luzes inquietas, onde a inglesa confidencia a quem a ouvir tudo o que lhe aperta o coração – e muito.

    A música, uma espécie de blues bipolar, aqui trágica, ali gloriosa, assusta pela austeridade e arrebata pela franqueza avassaladora. Centradas na anatomia psicológica, as composições de Scout Niblett nascem do incontrolável, lá bem no fundo, sem lugar no seu tempo. Errantes solitários com a urgência no corpo como Bonnie ‘Prince’ Billy (que colabora em “This Fool Can Die Now”), Jandek, Cat Power ou Jason Molina assemelham-se a fragmentos do mesmo molde dissonante. Uns e outros cantam canções perigosas, de pontas invulgarmente pontiagudas que podem magoar. Não são essas que valem a pena?

    Entradas: 8€

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    Segunda 02 de Junho às 22h00
    HEALTH

    © JPA

    © JPA

     

    Lembram o rock pele e osso dos Stooges ou dos Liars misturado com desplante urbano de Dan Deacon ou dos Gang Gang Dance, mas não é bem isso. Os norte-americanos Health são pelas novas ideias, contra as velhas ideias aqui tudo rebenta no momento, AGORA, e nada se copia (conscientemente).

    O concerto na ZDB marca a estreia dos Health em Portugal, o que é mais uma razão para esquecerem o cinema a preço reduzido e virem até cá dizer (gritar) olá à abominável segunda-feira. Contem com muita transpiração, fúria positiva, bebidas entornadas e sorrisos lascivos.

    Entradas: 7.5€

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    Sexta 06 de Junho às 23h00
    DIRTY PROJECTORS
    GALA DROP

    © Vera Marmelo 

    © Vera Marmelo

     


    Dirty Projectors
    Na “The Wire” de Dezembro último, David Stubbs classifica a Canção como o último refúgio dos reaccionários. Que tira o sono aos mais aventureiros, impolutos criativos tementes dos encantos da forma, sanidade, ordem e narrativa. No entanto, o retorno à canção pode rimar com revolução.

    Em “Rise Above”, David Longstreth – compositor, vocalista e líder de Dirty Projectors – recria, de memória, “Damage”, seminal disco de Black Flag que marcou a sua adolescência. O resultado é um dos mais radicais conjuntos de canções dos últimos anos. Emocionalmente distorcido e ambíguo, complexos jogos harmónicos convivem com guitarras sacadas a padrões tradicionais etíopes. A voz de Longstreth é de uma expressividade gritante – violentos vibratos convivem com falsetes a fazer lembrar um Prince submerso em ácidos – e atinge o Céu na companhia das doces harmonias de Amber Coffman e Angel Deradoorian.

    Olhamos para o lado e não encontramos nada assim, capaz de alterar coordenadas e erguer paradigmas. Perdê-los, é perder o que de mais importante e criativo se faz hoje.

    No momento exacto, prestes a implodir!

     

    Gala Drop
    Posto avançado de experiências polirítmicas, o colectivo lisboeta Gala Drop (agora oficialmente um trio, com Afonso Simões a juntar-se definitivamente a Tiago Miranda e Nelson Gomes) tem nos últimos tempos refinado o seu som, aproximando-se agora das texturas ambientais pós-psicadélicas reminiscentes dos Can de “Future Days”.

    Música experimental no que a etiqueta tem de mais genuíno, os Gala Drop desdobram-se em pormenores infinitos de microsons, criando pontos luminosos para um movimento contínuo onde tudo acontece no momento certo. Regressam ao aquário da ZDB numa altura em que ultimam a gravação do seu primeiro longa-duração, de que já ouvimos o suficiente para perceber que vai abrir muita cabeça ao meio.

    Entradas: 10€

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    Domingo 08 de Junho às 22h00
    SUNSET RUBDOWN

    sunsetrubdown_
    Cabe a pensante do indie que vale a pena, o canadiano Spencer Krug estreia-se na ZDB com os Sunset Rubdown, projecto que iniciou sozinho em 2005 mas que entretanto alargou a quinteto com a entrada de Camilla Wynn Ingr (voz e percussão), Michael Doerksen (guitarra, bateria) Jordan Robson-Cramer (guitarra, bateria e teclas) e Mark Nicol (baixo).

    Mais conhecido pelas suas outras bandas, os famigerados Wolf Parade e Frog Eyes, Krug explora nos Sunset Rubdown uma pop inteligente com uma arrepiante dimensão humana, a fazer lembrar uns Microphones mais grandiosos ou uns Roxy Music menos preocupados em manter as aparências. “Random Spirit Lover,” o álbum mais recente, teve edição pela insuspeita Jagjaguwar, é dos melhores turbilhões emocionais dos últimos anos e precisa de ser ouvido. Actuam pela primeira vez em Lisboa, naquela que será a primeira aventura de co-produção ZDB Muzique / Nervo para 2008.

     

    Entradas: 8€

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    Segunda 09 de Junho às 23h00
    DAN DEACON
    KOTALUME


    É com muita pena que anunciamos o cancelamento da actuação de Dan Deacon & Kotalume. Por motivos a que somos completamente alheios, a digressão do músico norte-americano Dan Deacon foi totalmente cancelada. Pedimos muitas desculpas por este incómodo. Quaisquer questões que tenham quanto a este assunto, por favor enviem para
    [email protected].

     

    Dan Deacon
    A criatura responsável pela electrónica mais fora e espirituosa a acontecer actualmente no planeta chama-se Dan Deacon, norte-americana e tem 26 anos.

    Admite-se que Dan tenha caído no caldeirão dos cidos quando era mais novo, ou que tenha mesmo nascido lá dentro seria uma forma de começar a perceber a origem da demência electroacústica modulada em canções abstractas que caracteriza o seu output musical. Completamente submergidas na cultura pop, as suas composições lembram um western spaghetti tornado missa da IURD com Alejandro Jodorowski como pregador, suplicando através de um vocoder para que nos aproximemos do seu altar, que, descobrimos depois, dá acesso a uma pista de carrinhos de choque.

    Nem sempre fácil, mas ver em Dan Deacon apenas um tipo excêntrico com piada passar criminosamente ao lado da questão. Miúdo do Conservatório, Dan Deacon faz o que faz porque vê mais longe, pensa mais rápido e chega lá seja lá onde for mais depressa (provavelmente cruzando-se com David Byrne ao longo do caminho). A sua revolução, que Portugal enxerga agora pela primeira vez, está sempre em festa e faz-se em palco, ao vivo, de beatos gordos a bombar de dentro para fora.

    Entradas: 7.5€

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    Quinta 12 de Junho às 23h00


    É com muita pena que anunciamos o cancelamento da actuação de São Paulo Underground. Parte da banda não obteve permissão para entrar na Europa e teve que regressar para o Brasil. Pedimos muitas desculpas por este incómodo. Quaisquer questões que tenham quanto a este assunto, por favor enviem para
    [email protected]


    SÃO PAULO UNDERGROUND
    São Paulo, metrópole imensa, paradigma de todas as contradições, para o trompetista norte-americano Rob Mazurek a soma de todas as experiências. Foi aqui que Mazurek, figura central do movimento pós-rock de Chicago dos anos 90, proeminente em grupos definidores de todo o período como Isotope 217 ou Chicago Underground, entre outros, conheceu o percussionista brasileiro Maurício Takara, ele próprio personagem destacada da fervilhante cena local. Juntos, gravaram em duo “Sauna: Um, Dois, Três” em 2006, álbum luminoso que mescla a memória da bossa nova com o jazz e a electrónica contemporâneas.

    Entretanto transformados num quarteto com a inclusão de Guilherme Granado e Richard Ribeiro (percussão e electrónicas), o São Paulo Underground expandiu o seu som ainda mais num cosmos de ritmo serpenteante, onde o jazz encontra o funk numa viagem interagalática sem coordenadas pré definidas. A Arkestra de Sun Ra ou as fusões étnicas de Don Cherry são referências de um grupo de expressão espontânea (porque é de compreensão instintiva), em estreia na ZDB.

    Entradas: 8€

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    Sexta 13 de Junho às 23h00
    Querer-te_de_manhã_mas_deixar-te_dormir_um_bocado_sessions
    ENON
    RIDING PÂNICO

     

    Enon
    Trio norte-americano formado por John Schmersal, Rick Lee e Steve Calhoon, os Enon professam a grande libertação da pop de todos os convencionalismos formais. Na mesa de cabeceira do grupo estão os caleidoscópios melódicos dos Love e United States of America e os mapas estelares da constelação Silver Apples. No quarto ao lado, numa confusão de cassetes e ideias soltas, vivem os Olivia Tremor Control.

    Os Enon estreiam-se na ZDB com “Grass Geysers… Carbon Clouds”, um dos grandes discos rock-estranho de 2007, ainda fresco na cabeça, continuamente a surfar as ondas cerebrais para lá do pôr-do-sol.

     

    Riding Pânico
    Do mesmo caldeirão pós-hardcore de onde sairam os If Lucy Fell e os Vicious Five e de onde poderiam ter saído os norte-americanos Pelican, os Riding Pânico (granda nome) vêm à ZDB apresentar ‘Lady Cobra’, álbum de estreia do septeto da Grande Lisboa (edição Raging Planet). Totalmente instrumental, ‘Lady Cobra’ estoira, rebenta, agarra e não larga.

    Entradas: 7.5€

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    Sábado 14 de Junho às 23h00
    Beija-me_e_verás_como_sou_importante_sessions
    VETIVER

     

    Extraordinário veículo de expressão para a folk desarmada, desalinhada e desarrumada do escritor de canções norte-americano Andy Cabic, o grupo norte-americano Vetiver regressa à ZDB depois de uma actução mágica em Setembro de 2006. Desde essa noite muita coisa mudou e muita coisa ficou na mesma. A música, surrealista, perdida no campo, lembra Neil Young mas também Michael Hurley e Vashti Bunyan (com quem estiveram os Vetiver em digressão o ano passado), e encontra paralelos nos novos folclóricos Feathers ou Devendra Banhart (que faz frequentemente parte do colectivo comunal de Cabic).

    Desgarrados, os Vetiver não acertam o seu relógio pelo relógio dos outros. “Thing of the Past”, o novo álbum (edição pela inglesa Fat Cat Records, que não põe nada cá fora que seja menos que óptimo há um par de anos), disco de versões de velhos (ou não tão velhos quanto isso) temas folk, sublinha-o de forma paradoxal, descarnando esse reinterpretar constante de coordenadas traçadas noutro tempo, fora do tempo.

    Entradas: 10€

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    Sexta 20 de Junho às 23h00
    ZONK!
    NUNO BERNARDINO
    PHOTONZ
    MAJOR

     

    Houve uma altura em que a música para dançar ficou só batida e baixo, período dourado algures entre 1985-87. A essência do que nos faz mexer. Depois ganhou outra vez camadas. É a partir desse pedaço de tempo e de música que se esticam os braços para a frente e para trás para agarrar tudo o que – sabemos agora – é expressão original, crua e mais genuína que o nosso entendimento permite perceber, de música com ritmo. De Chicago para Lisboa e de volta por todas as paragens boas, e todos os tempos são bons tempos para mexer o rabo com tambores da vida e bater a cabeça com barulho real que diga a verdade. Zonk não é atitude nenhuma, 3-2-1-Zero enquanto a música que interessa faz tudo e diz tudo. O doce doce som. Se não for isso não é nada. Se for para dançar é para dançar.

    Desta vez: Javenger Dourado, além de desenhar o poster, vai passar discos privados. Então? Major e Photonz entram para uns minutos e Nuno Bernardino rouba o set longo da noite. Hous!

    Tudo discos verdadeiros.

    Texto da autoria dos músicos

    Entradas: 5€

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    Sábado 21 de Junho às 23h00
    Muitos_anos_a_rodar_frangos_sessions
    LFO ENSEMBLE
    GIGANTIQ

     

    LFO Ensemble
    LFO ensemble é um quarteto formado por Jan Ferreira, Alberto Arruda, Ruben de la Costa e Vitor Joaquim. Utilizam aparelhómetros dos 60 aos 120 e tudo o que faz ao som se pode tornar objecto de desejo. Ocupam o espectro que vai da estética ao drone, passando pela glitch e pelo feedback. Por vezes metem uma perninha no mimetismo cardíaco, mas dizem que nunca se sabe muito bem por onde passam, e muito menos onde vão parar. Seguro, seguro, dizem as vozes, que façam um Long Fade Out, por causa de nunca se poderem encontrar todos à mesma hora, na mesma cidade e no mesmo país. Por isso mesmo, este concerto é a prova do contrário. Ouvem-se risos.

    Texto da autoria dos músicos

     

    Gigantiq
    Gigantiq é a dupla formada por André Gonçalves (guitarra e laptop) e Nuno Moita (gira-discos, laptop, pma-5). Constroem padrões cíclicos intensos que se misturam continuamente entre si originando uma massa sonora aparentemente estética. No entanto ela move-se.

    Texto da autoria dos músicos

    Entradas: 6€

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    Quinta 26 de Junho às 23h00
    Hoje_não_galo_a_dama_session
    TIMBILA MUZIMBA
    DJ KUNTA KINTE

     

    Timbila Muzimba
    Orquestra musical formada por oito elementos, surgiu em 1997 dum grupo de jovens músicos e bailarinos Moçambicanos que cresceram no bairro Unidade 7 nos arredores da cidade de Maputo conhecido pelas suas Orquestras de Timbila. Esses jovens aprenderam o canto e dança na sua comunidade que basicamente é formada por artistas de grande talento. Timbileiros de Inhambane. Timbila, (singular m’bila) são os xilofones do povo Vachopi, que habita o sudeste de Moçambique, nas províncias de Gaza e Inhambane, e com o seu som único, poliritmos; melodias complexas e mágicas, são o orgulho de Moçambique. A Timbila foi considerada património mundial da humanidade pela UNESCO em 2004.

    Texto da autoria dos músicos

     

    DJ Kunta Kinte
    Nascido em Nápoles, adoptado por Lisboa, DJ Kunta Kinte começou a interessar-se por música africana desde cedo. No bairro onde passou a infância, respirava-se a cultura negra e os batuques imiscuçam-se com sons de sopros do Jazz mediterrâneo. As últimas duas décadas têm sido de pesquisa contínua. Lisboa proporcionou-lhe alargar os horizontes musicais e partilhar a sua música com gente que vive e escuta esta cidade. Nos últimos anos actua em vários bares e foi DJ convidado por diferentes grupos musicais, entre os quais a Tora Tora big band, Terrakota, MisturaPura e Kronstad big band.

    Texto da autoria do artista

    Entradas: 6€

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    Sexta 27 de Junho às 23h00
    Fumando_espero_al_hombre_que_yo_quiero_sessions
    DIANE CLUCK
    GLACIERS

     

    Diane Cluck
    Referência incontornável da celebrada cena anti-folk nova-iorquina (movimento de oposição ao conservadorismo espalmado da folk mais mainstream, iniciado em 1984 por Darryl Cherney a partir do mítico clube Speakeasy), a cantora e compositora norte-americana Diane Cluck apresenta na ZDB pela primeira vez ao público lisboeta a sua folk visceralmente desformatada, instável e quebradiça, dir-se-ia em trânsito, escoando-se desassombradamente para a tempestade.

    Devendra Banhart, que incluiu Diane Cluck na sua célebre compilação de novos tradicionalistas “Golden Apples Of The Sun”, um dos seus maiores defensores e não difícil perceber porquê. Ao mesmo tempo tempestuosa e melancólica, a música aqui como que um solavanco emocional de garras afiadas, que arranha e arranha até fazer ferida e deixar cicatriz.

    Entradas: 7.5€

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    Sábado 28 de Junho às 23h00
    Quem_espera_por_sapatos_de_defunto_morre_descalço_sessions
    POP DELL’ARTE
    DISCO VOLANTE & VJ MISS LOLITA

    © Pedro Polónio

    © Pedro Polónio

     

    Pop Dell’Arte
    Vértice de ideias vanguardistas e libertárias metamorfoseadas em músicas e palavras, os Pop Dell’ Arte regressam à ZDB depois de uma já lendária estreia em Fevereiro de 2006, naquela que foi uma das noites mais concorridas da nossa história.

    Sinónimo de resistência militante totalitariza o cultural desde meados dos anos oitenta, os Pop Dell’ Arte ainda têm um sonho ou dois. Assimilando tudo, contestando tudo o que assimila, o grupo de João Peste é hoje, como foi no passado, um inquestionável primeiro prémio de originalidade pós-surrealista. A recente edição do máxi punk-dada-funk “Querelle”, momento-chave da música moderna portuguesa, agora redesenhado pelos norte-americanos Glimmers, testemunha a ininterrupta contemporaneidade dos melhores sorvetes construtivistas de Campo de Ourique.

     

    Disco Volante & VJ Miss Lolita
    “T. Rex, dada e os surrealistas…”, groovy-noise e glam-rock, um arzinho do Paris imaginário… Numa noite de concerto com os Pop Dell’Arte qualquer música que respire o ar de pop libertária vai bem com o ambiente instalado. Disco Volante na selecção musical e Ms. Lolita na selecção de imagens vão continuar a festa na ZDB após o concerto de João Peste e companhia… A parada alta. O objectivo é a festa… Estão convidados..

    Texto da autoria dos artistas

    Entradas: 10€

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    Quarta 02 de Julho às 22h00
    Em_lisboa_sinto-me_bonito_sessions
    EXTRA GOLDEN
    KOTALUME

     

    Extra Golden
    Dois quenianos, Onyango Wuod Omari e Opiyo Bilongo, e dois norte-americanos, Ian Eagleson e Alex Minoff, estão a dar a melhor festa multicultural do planeta. A celebração chama-se Extra Golden e mistura a música benga do Quénia com o que a pop ocidental tem de mais imaginativo e vanguardista. Ficar em casa e perder isto é ficar irremediavelmente para trás.

    Com dois discos já editados pela Thrill Jockey (“Ok-Oyot System” e “Hera Ma Nono”, ambos obrigatórios), os Extra Golden querem tudo para toda a gente. São libertinagem rítmica e melódica miscigenada, para dar e receber. Ainda assim, é a sua música autêntica, perguntarão os polícias das chamadas músicas do mundo? É autêntica para eles, e isso chega.

     

    Kotalume
    Projecto de Adilson Moreno, dedicado a produções de funaná electrónico, funaná ao estilo de Ferro Gaita e kizomba. A voz de Adilson, de um monocordismo estranhamente festivo, regula os beats, com quem tem vindo a trabalhar sozinho e com o DJ Marfox (produtor e disc jockey dedicado ao kuduru, funaná e house e outros idiomas de pista). É precisamente a fusão entre os últimos dois géneros que nasce um dos temas mais explosivos de Kotalume, ‘Dor Ku Fomi’, na fusão dos ritmos do funaná e em linhas de sintetizador mais reminiscentes do grime (mesmo de forma inconsciente) do que outra coisa que nos tenha passado pelos ouvidos, que estão segredo do movimento imparável deste som.

    Texto da autoria da Filho Único

    Entradas: 7.5€

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    Sábado 05 de Julho às 23h00
    Eu_quero_uma_alma_para_ti_que_seja_de_outra_ciência_sessions
    ZELIG

     

    Caldeirão de transmutações e redefinições de sons e estilos, o projecto Zelig tem as suas raízes no jazz e na música improvisada. Formados no final de 2005 por Peixe (antigo guitarrista dos Ornatos Violeta) e Edu Silva (baixista dos Pluto), os Zelig transformaram-se entretanto num quinteto (juntaram-se-lhes António Serginho, Nicolas Tricot e José Marrucho) do qual se espera o inesperado, sem limites definidos, sem trajectória.

    No palco da ZDB, onde os ZELIG se estreiam, os cinco músicos dividir-se-ão entre a marimba, o vibrafone, teclados, flauta, guitarras, contrabaixo e baixo, percussão, serrote com arco e percussões variadas, como bombo de orquestra, apitos, buzinas, bongos, jogo de sinos, reco reco e chapas. Uma imensidão de instrumentos para uma viagem que não termina nunca.

    Entradas: 6€

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    Quinta 10 de Julho s 23h00
    Um_tiro_certeiro_na_cabeça_da_tristeza_sessions
    CABO SAN ROQUE
    NORBERTO LOBO

     

    Cabo San Roque
    Estreia na ZDB do colectivo catalão Cabo San Roque, com “Música é a Máquina”, o terceiro disco, a rebentar por aí. Fazem música com todo o tipo de objectos, desde electrodomésticos a brinquedos movidos a pilhas, traçando um percurso onde o impossível se cruza com o improvável nas ramblas por onde se passeiam ao final da tarde Pascal Comelade e Pierre Bastien (David Vorhaus limita-se a observá-los à distância).

    No nosso aquário os cinco músicos vão apinhar-se em palco com uma máquina de lavar roupa polifónica accionada com uma correia de bicicleta. Esta máquina, verdadeira protagonista da noite, possui a particularidade de interpretar as peças de roupa que lava em função do tecido, cor, gotas de suor e sujidade – parâmetros que a máquina posteriormente interpreta e transforma num movimento infernal de engrenagens, cilindros e martelos de piano. A intervenção dos músicos transforma esta dantesca repetição cacofónica em qualquer coisa que não se explica – é mesmo ver para acreditar.

     

    Norberto Lobo
    Com apenas uma guitarra, invariavelmente acústica, Norberto Lobo – 25 anos de Lisboa inscritos na pele – procede a um pequeno grande milagre. O seu recente “Mudar de Bina”, concentra em pouco mais de trinta minutos, dez imaculadas canções – sempre instrumentais – de uma maturidade rara, num todo profundamente português. Traz Carlos Paredes no coração, dedicando-lhe o disco. Mas a música do jovem guitarrista apropria-se de outros elementos: as melodias e as harmonias tanto evocam a nossa música popular, como sugerem anos e anos a ouvir e tocar música brasileira. O dedilhado recorda-nos os ensinamentos popularizados por John Fahey e toda a Escola Takoma. Apesar da curta carreira, Norberto Lobo já partilhou palcos com incontornáveis como Devendra Banhart, Larkin Grimm ou Lhasa.

    Entrada: 8€

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    Sexta 11 de Julho às 23h00
    Sábado 12 de Julho às 23h00
    People_like_you_need_to_fuck_people_like_me_sessions
    BONNIE PRINCE BILLY

    © Simona Valle

    © Simona Valle

     

    Pregador da profunda verdade americana, Bonnie “Prince” Billy transborda em cada uma das suas canções do real para o irreal, galgando todas as margens. Autêntica, cheia de vida vivida num turbilhão desses que valem a pena, a sua música é um reflexo desarmante dos seus muitos fantasmas – os bons e os maus.

    Como verdadeiro original que é , que sempre foi, Will Oldham (Bonnie “Prince Billy um alter-ego que criou em 1998) ocupa um espaço parte na orbe da música folclórica anglo-saxónica. Desde o tempo dos Palace (e das suas múltiplas derivações, Palace Music, Palace Brothers e Palace Songs) que vem cantando as palavras de amor e ódio que mais precisamos de ouvir, por vezes na companhia acidentada de outros espíritos livres como Jason Molina ou Scout Niblett. “Lie Down in the Night”, o seu álbum mais recente, é outro momento iluminado numa história discográfica excepcional, a que se regressa sempre.

    Bonnie “Prince” Billy apresenta-se na ZDB com uma banda completa, a exemplo do que já tinha acontecido aquando do seu primeiro concerto no nosso aquário. Acompanham-no Ruby Kash (violino e voz), Joshua Abrams (contrabaixo), Emmet Kelly (guitarra) e Michael Zerang (percussão).

    Dias 11 e 12, venham testemunhar.

     

    Bonnie Billy voz e guitarra
    Ruby Kash violino e voz
    Joshua Abrams contrabaixo
    Emmet Kelly guitarra
    Michael Zerang percussão

    Entrada: 10€ em venda antecipada; 12€ no dia do concerto

    O valor das reservas é levantadas no dia do concerto de 12 .

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    Quarta 16 de Julho às 22h00
    Ainda_queres,_apenas_dançar?_sessions
    NEMA PROBLEMA

     

    Sete músicos da cidade de Milão juntaram-se e criaram uma nova fantasia miscelânea turbo balcânica-klezmer e jazz condensada numa enérgica harmonia que vive da forte mistura sonora e do improviso. O jazz eclipsa com a melhor tradiçao musical da Europa de Leste: música cigana, influências hebraicas, escalas árabes, ritmos atípicos e spaghetto jazz! Verdadeiros camaleões, tocam tanto para o rico como para o pobre; tocam tanto no palco como na rua estrada, parque, paragem de autocarro, pontes, comboios, eléctricos ou navios.

    Em Dezembro passado andaram por cá a espalhar um pouco do pólen e regressam agora com um novo álbum, de produção totalmente independente, a fim de propagar a fantasia. Uma trompa, dois saxofones, tuba, guitarra, daburka tupan, congas, bateria e percussão. Em modo amplificado ou acústico… Qualquer problema: Nema ProbLema!

    Texto da autoria de Célia F.

    Entrada: 5€

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    Sábado 19 de Julho às 23h00
    We_are_run_by _the_devil_sessions
    SEAN RILEY & THE SLOW RIDERS

     

    Estreia na ZDB de Sean Riley & The Slowriders, um trio arquitectado entre Inglaterra (onde Sean Riley nasceu) e Coimbra (de onde Bruno Simões e Filipe Costa, os dois Slowriders, são originários). No eixo enevoado formado pelo rock cru de Nick Cave e pela folk assombrada de Nick Drake, as composições de Sean Riley revelam um fogo identitário invulgar, de quem fala a verdade que dói. “Farewell”, o disco de estreia, acabado de editar, é um exemplo da urgência emocional que envolve esta música. Uma ferida de onze canções em carne viva, para não sarar nunca.

    Entrada: 6€

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    Sexta 25 de Julho às 23h00
    Beijei_uma_boca_vermelha_e_a_minha_boca_tingiu-se_sessions
    DANAE

     

    Noite doce na ZDB com o regresso de Danae ao nosso aquário, desta feita para apresentar o projecto Cafuca (quarteto com Danae em voz e guitarra, Danilo Lopes em guitarra, Raimund Engelhardt na percussão e Johannes Krieger em trompete). Segundo os músicos, Cafuca é uma reflexão sobre o significado do “fazer” e do “construir” um projecto musical, dando vida a redes de relações e a práticas multidisciplinares. Este interesse não se limita a reclamar novas metodologias de intervenção artística, mas partir destas últimas para promover outras existências culturais.

    Nascida em Cuba, criada em Cabo Verde e já há alguns anos a residir em Lisboa, Danae dissolve as fronteiras, celebra as diferenças e sonoriza os caminhos da multiculturalidade. A sua música resulta de uma conexão entre as tradições africana, latina e europeia – uma amálgama cheia de luz que já tínhamos ouvido no seu primeiro álbum (“Condição de Louco”, editado em 2005 pela EMI-VC) e que ter continua o num segundo disco, a editar brevemente.

     

    Formação:
    Danae guitarra e voz
    Danilo Silva guitarra e coros
    Johannes Krieger trompete
    Raimund Engelhardt tablas e percussões

    Entrada: 6€

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    Sábado 26 de Julho às 23h00
    SEI MIGUEL : ACALANTO 5 : RITO E REALIDADE

    ZDB apresenta Sei Miguel : Acalanto 5 : Rito e Realidade, primeira banda de Sei Miguel depois da longínqua experiência com os Moeda Noise. Para além de nome de banda, corresponde ainda a um objecto sonoro ritualístico – a ultima peça escrita em sucessão temporal pelo genial arranjador e trompetista Sei Miguel. A formação compreende Sei Miguel (trompete), Fala Mariam (trombone alto), Pedro Lourenço (guitarra baixo), César Burago (percussão) e ainda, a estreia dentro da estreia de João Castro Pinto (piano total).

    Na noite de 26 de Julho, no nosso Aquário, celebramos a continuação do Jazz sob a forma de um ritual inteiro.

     

    Formação:
    SM trompete
    Fala Mariam trombone alto
    João Castro Pinto piano total
    Pedro Lourenço guitarra baixo
    César Burago percussão

    Entrada: 6€

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    Quinta 31 de Julho às 23h00
    Dói-me_que_me_respondas_ao_que_digo_e_não_ao_meu_amor_sessions
    JP SIMÕES

    © Vera Marmelo

    © Vera Marmelo

     

    JP Simões regressa à ZDB com “1970”, o seu primeiro disco a solo. Influenciado pela música portuguesa e brasileira da década de setenta, “1970” (o título refere-se ao ano em que JP nasceu) reflecte sobre uma geração (a sua) encravada num hiato histórico, que chegou tarde demais a Abril e cedo demais a quase tudo o resto. Acompanhado por Tomás Pimentel (trompete e fliscorne) e Sérgio Costa (piano e flauta), o antigo cabecinha dos Belle Chase Hotel e do Quinteto Tati traz a saudade sacarina às noites quentes do Bairro Alto.

    Entrada: 8€

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    Terça 05 de Agosto às 20h00
    No_script_just_a_plot_sessions
    CHRIS CORSANO & VIRGINIA GENTA
    SELVA OBSCURA: TIAGO MIRANDA & DAVID VANZAN & STELLAR OM SOURCE

    © Nuno Martins

    © Nuno Martins

     

    Chris Corsano & Virginia Genta
    Elo de ligação entre as mais absolutas manifestações de liberdade no jazz e no rock contemporâneos, o percussionista Chris Corsano é um imenso e vertiginoso gerador de situações. Da Dream Aktion Unit (com Paul Flaherty e Thurston Moore) Death Unit (com Carlos Giffoni, Trevor Tremaine e Brian Sullivan), dos Six Organs Of Admittance (de Ben Chasny) a Bjork, passando por um infindável número de colaborações ad-hoc, Corsano é um incendiário das várias revoluções em curso. Depois do encontro com o guitarrista Manuel Mota o ano passado, volta a actuar em duo na ZDB, desta feita com a saxofonista italiana Virginia Genta, da irmandade italiana Jooklo Age. Imergida na trip interestelar de Sun Ra, Virginia sopra o fogo de Albert Ayler e a fúria de Peter Brotzmann – a urgência feita música, ou novas ideias para incendiar o pôr-do-sol.

     

     

    Selva Obscura : Tiago Miranda & David Vanzan & Stellar Om Source
    Selva Obscura é um trio ad-hoc formado pelo português Tiago Miranda (Loosers, Gala Drop, etc.), pelo italiano David Vanzan (da trupe free Jooklo Age) e pela holandesa Christelle Gualdi (Stellar, Mean Motion, etc.). O apocalipse agora – do matagal psicadélico que a Selva Obscura surgem, vindos do sol nascente, teclados ininteligíveis e hipnóticos que tomam a forma de drones que comem a própria cauda. Charlemagne Palestine está algures por aqui, desfocado e sumido, em trânsito

    Entrada: 6€

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    Quinta 11 de Setembro às 23h00
    Concerto Inauguração das exposições de André Cepeda e Patrícia Almeida
    OS N’GAPAS
    FILHO ÚNICO DJ SET

     

    Os N’ Gapas
    Os N’Gapas do Monte Abraão apresentaram-se ao mundo no ano passado com “Um Por Todos”, hino carismático que começou a levar Motorola, Puto Adidax, Puto Chano e Best One às pistas de Lisboa e arredores. É uma de outras faixas produzidas por um dos membros da trupe angolana dos Garimpeiros (as outras, das quais ainda só escutámos os instrumentais, prometem cada vez mais), evidenciando o kuduru frenético e hiperactivo que os vem caracterizando, para além de algumas incursões na tarrachinha. Têm ainda colaborado com o DJ Marfox, e a sua faixa ‘O S’, foi produzida pelo Conductor (Buraka Som Sistema, Conjunto Ngonguenha). Planeiam domínio absoluto do mundo, ao que parece. Texto Filho nico

     

    Filho Único Dj set
    Amor total por toda a música ORIGINAL, neste caso dedicada ao boogie primitivo do tambor africano, de far-i s de kingston a east london, do durrty south a Angola e Cabo Verde, do Mali ao Usher.

    Texto dos artistas

    Entrada Livre

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    Sexta 12 de Setembro às 23h00
    Estranhamento_do_mundo_sessions
    ANISOTROPUS
    NUNO TORRES & CARLOS SANTOS

     

    Anisotropus
    O quarteto Anisotropus, que teve a sua estreia no Sources1, festival organizado em Julho de 2007 pela Creative Sources Recordings de Ernesto Rodrigues, transformou-se estruturalmente com a inclusão do percussionista André Mota em Dezembro de 2007, no Festival Rescaldo. Este agrupamento tem uma estrutura fixa de quatro elementos, que são oriundos de distintas áreas musicais (rock, jazz, clássica, experimental, electrónica), contudo, tem sido (e será) hábito dos seus membros convidar um outro músico por concerto de forma a almejar novas possibilidades, novas tramas sonoras em termos espectrais e de acontecimentos sonoros (violoncelo, turntables, circuit bending electronics, etc…).

    Esta formação explora diversos universos musicais que se interpenetram e modelam em paisagens sonoras inusitadas: da improvisação “post-free” jazz, passando pela música concreta, electroacústica, noise, minimal, não se encapsulando, todavia, em nenhum destes géneros.

    Anisotropus apresenta narrativas não lineares de expressividade musical de cariz poético-imaginário, numa constante procura de profundas explorações tímbricas e de densas texturas sonoras.

    Os concertos do Anisotropus consistem na criação de um ambiente de improvisação entre os instrumentistas e o processamento electroacústico por computador, acompanhado por cadências rítmicas percutidas, quebradas e retumbantes, operadas por André Mota. As performances deste quarteto exploram ambiências de contorno distinto: sugerem-se paisagens sonoras hipnóticas drone, diálogos sonoros residuais advenientes dos instrumentos e do processamento electroacústico, situações de contraste entre o natural e o sintético, entre o som acústico e o electroacústico.

    Em termos de estrutura o quarteto ANISOTROPUS pugna pela criação de várias combinações, como: pequenos solos, duos, trios e quartetos, numa procura constante de recriação das combinações musicais possíveis entre os distintos elementos que compõem a formação do quarteto.

    A forma da composição não pré-determinada, trata-se da exploração intencional da criação improvisada de contextos e situações musicais que sejam inusitados e passíveis de proporcionar momentos de apercepção psicoacústica intensa e de cariz fusional.

    Esta apresentação ao vivo do ANISOTROPUS será realizada com a presença do contrabaixista Hernâni Faustino, músico com actividade pública desde 1979, e com redobrada atenção nos cenários da música improvisada e electroacústica desde os anos 90.

    Este concerto marca a estreia do ANISOTROPUS – quarteto de improvisação electroacústica – no aquário da ZDB.

    Texto da autoria dos músicos


    Eduardo Lála
    trombone
    Gil Gonçalves tuba
    João Castro Pinto laptop / processamento electroacústico
    André Mota percussões
    Hernâni Faustino contrabaixo

     

    Nuno Torres & Carlos Santos
    A música criada por este duo é improvisada e de cariz eminentemente electroacústico, num género musical apelidado por alguns pensadores como “reducionista”, recorrendo a materiais depurados, a composição criada em tempo real, utiliza como material sonoro, a superfície do instrumento acústico, neste caso um saxofone, a sua vibração e matéria interna, como origem da composição em conjunto com a electrónica que, para além da sua própria condição “a priori”, a “cerca”, moldando-a, filtrando-a, repondo-a no espaço acústico de uma nova forma através do “sampling”, da manipulação digital do som, estabelecendo assim renovados confrontos. Texto da autoria dos músicos

    Nuno Torres saxofone
    Carlos Santos laptop, processamento electroacústico

    Entrada : 6€

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    Sábado 13 de Setembro às 23h00
    Qbico_unites_sessions
    LOOSERS
    NEOKARMA JOOKLO TRIO
    TROPA MACACA
    DJ QBICO

     

    Noite Qbico na ZDB com actuações dos Loosers, Tropa Macaca e Neokarma Jooklo Trio, todos eles com discos novos a rebentarem por aí com o selo da cada vez mais mítica editora italiana.

     

    Loosers
    Ainda a mais importante unidade instigadora das novas músicas livres pensadas em português, os Loosers regressam à ZDB depois de um período de menor actividade pública, em total contraste com um frenesim editorial que conta com pelo menos uma mão cheia de discos imprescindíveis (“Gotha Goat Head”, “Big Dig”, “Bumba Meu Boi”, “Ain’t No Party Like a Holy Ghost Party” e “Logic On It’s Head” seriam as nossas escolhas). O álbum mais recente, “Natives Are Restless”, duplo lp a estalar pela Qbico, cimenta a presença dos novos-primitivos lisboetas na troposfera mundial dos agitadores que importam.


    Neokarma Jooklo Trio
    Irmandade italiana de jazz cósmico cada vez mais presente em todos os palcos que valem a pena, a entidade Jooklo aterra na ZDB para uma celebração psicadélica e shamanica de tudo quanto é música marginal.

    Do ataque free-jazz a lembrar os primeiros tempos furiosos das formações alargadas de Peter Brotzmann ao misticismo interestelar de Sun Ra, da improvisação primitiva do colectivo Musica Electronica Viva aos puros excessos mágicos do saxofonista Arthur Doyle, o Neokarma Jooklo Trio é música para abrir a cabeça, parte essencial das manifestações artísticas mais radiosamente livres a acontecerem actualmente no universo.

     

    Virgina Genta saxofone, flauta
    Maurizio Abate cordas
    David Vanzan percussão, teclados

     

    Tropa Macaca
    Ju-undo (Joana da Conceição) e Símio Superior (André Abel) constituem entidade Tropa Macaca, brigada nortenha de ruído seminal, construído e destruído a partir de uma junção de electrónicas, guitarra eléctrica e vocalizações transfiguradas. Apresentam na ZDB estilhaços do novíssimo “Fiteiras Suadas”, primeiro vinil do duo para a Qbico e, depois do excelente “Marfim” (Ruby Red Records, 2007), outro tiro no porta-aviões.

    Entrada : 8€

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    Sexta 19 de Setembro às 23h00
    IF LUCY FELL
    SUCHI RUKARA

     

    If Lucy Fell
    Única data nacional da digressão If Lucy Fell / Suchi Rukara, presentemente a calcinar palcos pela Europa fora. O colectivo formado por Hélio Morais (também a corromper baquetes nos Linda Martini), Makoto Yagyu, Pedro Cobrado, Rui Carvalho e João “Shela” Pereira regressa ao nosso aquário para nova sessão pós-hardcore, de criação e destruição em tempo real.

     

    Suchi Rukara (PT)
    Estreia da ZDB dos Suchi Rukara, power-muito-power-trio do novo hardcore a operar a partir da Grande Lisboa, com Ricardo Martins (também dos Lobster) a marcar o ritmo atrás da bateria. Têm a pressa que os H sker D tiveram nos primeiros tempos e a vontade de deitar abaixo todas as fronteiras – com dinamite.

    Entrada : 6€

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    Sábado 20 de Setembro às 23h00
    TÓ TRIPS
    MARIANA RICARDO

     

    Tó Trips
    Tó Trips apresenta-se a solo e em guitarra clássica, para tocar temas da sua autoria, englobados numa série de peças para este instrumento intitulada “GUITARRA 66”, que mais tarde irão ser editados em disco.

    Peças de guitarra clássica influenciadas em viagens e paisagens memóricas desde o afro desert ao tropical pacific style, tudo baseado num processo chamado “memory strings”.

    Texto da autoria do músico

     

    Mariana Ricardo
    Mariana Ricardo nasceu em Lisboa em 1980. Enamorou-se por Lou Reed e fez parte de uma data de bandas, com destaque para os Pinhead Society. No Cinema trabalhou com Manuel Mozos, compondo as bandas sonoras de “Xavier” e “Quatro Copas”.Trabalhou ainda com Miguel Gomes, assinando as música de “A Cara que Mereces” e a direcção musical do filme “Aquele Querido Mês de Agosto”, estreado há dias.

     

    Entrada : 6€

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    Sexta 26 de Setembro às 23h00
    LOBSTER
    IDEAS FOR MUSCLES

     

    Lobster
    Intitulam-se power-rangers do noise rock, mas ao contrário dos super-heróis, Guilherme Canhão e Ricardo Martins não possuem super-poderes; isto pelo menos se considerarmos que a química que os une não em si um super-poder. Cansaram-se de combater o crime e nos últimos tempos incendiaram palcos sempre que para isso tiveram oportunidade; não só em Portugal, mas também em Espanha e em França. Fizeram mossa desde os primeiros tempos, transformaram-se rapidamente numa das melhores bandas portuguesas ao vivo e agora havia que dar um passo decisivo e corajoso em frente.

    “Sexually Transmitted Electricity” o primeiro bilhete de identidade da dupla depois de algumas licenças prévias que ficaram para a história. (…) É um documento que apanha os Lobster no seu melhor momento. Não chegou tarde nem cedo; chegou mesmo a horas. Tamanha urgência merecia um disco assim uma estreia mais do que notável.

    Texto da editora

     

    Ideas For Muscles
    Ideas For Muscles, duo de Lisboa, dividido entre guitarras cortantes, ritmos programados funcionais – tudo sem nenhuma gordura, só pele e osso, próximo do pós-punk de bandas como Wire ou de nomes associados à casa The Smell, com No Age à cabeça. Acabam de editar “Misue of Muscles Appliance” pela sempre atenta Merzbau.

    Entrada : 6€

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    Sábado 27 de Setembro às 23h00
    ORQUESTRA VGO

    A música produzida pela Orquestra da Geometria Variável resulta do jogo do material acústico versus o electrónico, numa contínua busca de pequenos detalhes e significados – o som rompe do silêncio para nele voltar a megulhar…

    Com esta organização formal do caos, tenta-se aplicar novos conceitos de indeterminação e composição instantânea, através da erupção assimetricamente alternada de momentos de som e silêncio (ausência de som identificável) com predominância para estes últimos, seja pela emissão de sons de características subliminares e psico-acústicas, seja pela completa ausência de sons, permitindo assim aos músicos recuperar o seu ritmo natural de respiração e sentido aleatório de pulsação, bem como escutar toda a espécie de acontecimentos sonoros que estejam a ocorrer nesse preciso momento no espaço envolvente, ou então “simplesmente” escutar o que outro músico tenha começado, entretanto, a fazer, sem a preocupação de responder imediatamente e assim encher de forma inútil o espaço sonoro.

    Texto da autoria dos m sicos

    Entrada : 6€

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    Quinta 02 de Outubro às 23h00
    MI AND L’AU
    A finlandesa Mira Romantschuk e o francês Laurent Leclére regressam à ZDB para novas confissões de voz e guitarra acústica depois de uma actuação de assombro em Março do ano passado. As canções da dupla, despidas de tudo o que não é fundamental, desarmantes na sua aparente simplicidade, lembram as neuras cifradas de Joni Mitchell embrulhadas na austeridade sofrida de Michael Gira. Têm disco novo a sair brevemente, sucessor do magistral primeiro álbum homónimo, em nova edição Young God Records (Akron/Family, Lisa Germano, Devendra Banhart, etc.). Dia 2, venham fazer parte.

    Entrada : 7.5€

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    Quinta 09 de Outubro às 23h00
    CHICO ANTÓNIO

    Entrada : 7.5€

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    Sábado 11 de Outubro às 23h00
    14 Aniversário da ZDB
    SONNY SIMMONS & BOBBY FEW & MASA KAMAGUCHI
    JOSEPHINE FOSTER
    OSSO EXÓTICO


    14 anos de ZDB festejados via ZDB MUzique com três propostas diferentes, completamentares no que nos interessa, no que sempre nos interessou: ideias a acontecerem, agora.

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    Sonny Simmons Bobby Few & Masa Kamaguchi
    Lenda viva do jazz, de toda a música criativa, o polifacetado saxofonista norte-americano Sonny Simmons sopra o fogo de todas as dimensões. Impulsionador da ofensiva free que marcou o jazz na década de 60, Simmons gravou para a mítica ESP-Disk dois álbuns em 1966, “Staying On The Watch” e “Music From The Spheres”, ambos enquanto lá der (e ambos ab-so-lu-ta-men-te obrigatórios). Já antes, em 63, se havia estreado em disco com Prince Lasha no magistral “The Cry” (Contemporary). Charles Mingus, Sonny Rollins e Eric Dolphy foram outros cúmplices de Simmons durante essa década mágica, a que se seguiram, a partir dos anos 70, quase vinte anos de alguma imobilidade, finalmente interrompidos em meados dos anos 90 com um gradual regresso aos palcos e às gravações na companhia de espíritos também avançados como Brandon Evans, Anthony Braxton ou, mais recentemente, o furioso Tight Meat Duo.

    Simmons será acompanhado ao piano por outro peso pesado. Bobby Few, companheiro de escola de Albert Ayler (mais tarde viria a gravar com este o cósmico “Music Is The Healing Force Of The Universe” para a Impulse!), foi uma presença constante nas sessões parisienses para a editora BYG ao longo da segunda metade dos 60, gravando com geniais insubmissos como Alan Silva, Noah Howard, Frank Wright, Steve Lacy ou Archie Shepp. Por vezes próximo em estilo de Cecil Taylor, Few continua a gravar e actuar ao vivo regularmente, datando do ano passado o seu último álbum a solo, “Lights and Shadows”. Completa o trio o versátil contrabaixista japonês Masa Kamaguchi, a marcar o ritmo de uma formação com muita da história mais vital do jazz lá dentro e que abalroa Lisboa pela primeira vez. Perder isto – acreditem – não faz sentido algum.

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    Josephine Foster
    Josephine Foster é hoje uma das mais talentosas compositoras norte-americanas. Com uma conturbada passagem pela escola de ópera, da qual desistiu pela rigidez do ensino, encontrou nas suas composições a liberdade formal e criativa que tanto ambicionava. Depois de alguns lançamentos caseiros mais ou menos obscuros, gravou enquanto Born Heller, duo que partilha com o contrabaixista Jason Ajemian. No entanto, com a inclusão de uma canção sua em Golden Apples Of The Sun – compilação curada por Devendra Banhart para a revista Arthur – que chega a um público mais alargado. Em A Wolf In Sheep’s Clothing (Locust, 2006), recupera de forma singular o cancioneiro das art-songs alemãs do Século XIX. De regresso ao Aquário, Foster traz-nos o seu mais recente disco, o lindíssimo This Coming Gladness (Bo’Weavil Recordings, 2008).


    Osso Exótico
    Visionários da experimentação minimalista portuguesa, os Osso Exótico regressam à ZDB para uma rara actuação ao vivo. Unidade de permanente questionamento sobre as propriedades do som contínuo, o grupo de André Maranha, David Maranha e Patrícia Mach tem vindo a desenvolver desde há mais de duas décadas uma linguagem conceptualizada, destrutiva/interrogativa, concentrada numa ideia depurada de repetição. Terão em palco a companhia de Manuel Mota, em guitarra eléctrica, ele próprio outro nome maior da nossa música exploratória.

    Entrada : 10€

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    Quinta 16 de Outubro às 23h00
    A_dama_não_dança?_sessions
    TORA TORA BIG BAND

     

    Tora Tora Big Band
    Tora Tora Big Band regressa à ZDB: vários músicos com diversas nacionalidades que chamam casa a Lisboa e fazem do jazz uma explosão orquestrada de ritmos quentes que viajam das Caraíbas a África, passando pelo Brasil.

    Na bagagem a nossa Big Band favorita traz também faixas de ‘Tora Tora Cult’, o muito aplaudido álbum do ano passado. Vai estar calor, a festa vai ser bonita – venham dançar connosco.

    Entrada : 6€

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    Sexta 17 de Outubro às 23h00
    Somewhere_without_language_sessions
    PAUL METZGER
    TIAGO SOUSA & JOÃO CORREIA

     

    Paul Metzger
    O norte-americano Paul Metzger é uma das figuras essenciais da música experimental contemporânea. De natureza improvisada, as peças de Metzger para instrumentos de cordas modificados essencialmente banjo e guitarras eléctrica e acústica situam-se na esfera novo-primitiva, simultaneamente próximas dos ritmos livres e orgânicos de William Eaton e dos drones densos dos Sun City Girls. “Gedanken Splitter”, um dos últimos títulos de uma discografia cada vez mais importante, particularmente recomendável no sentido em que revela bem a diversificação de experiências que estão no cerne da abordagem sinuosa de Metzger sua música.

     

    Tiago Sousa
    Regresso de Tiago Sousa à ZDB, um ano e quatro dias depois de uma inspirada estreia a solo no contexto do Inversion Festival. Desta vez, o músico barreirense não se limitará às peças para piano “The Western Lands”, o seu mais recente registo (edição Resting Bell), amplia a plataforma sonora e desenvolve novos modos de funcionamento. Tal como William Burroughs em quem “The Western Lands” sintetizou a nossa condição contemporânea, Tiago Sousa condensa subtilmente diferentes fragmentos da música clássica electrónica ambiental, da folk ao quase-noise para colar (o cut-up aqui uma expressão criativa nevrálgica) um todo maior.

    Entrada : 7.5€

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    Sábado 18 de Outubro às 22h00
    Temos_a_arte_para _não_morrer_da_verdade_sessions
    JORGE HARO
    SPACE COLLECTIVE 5

    Apresentação da Sudamérica Electrónica<

     

    Space Collective 5
    Sábado na ZDB é o espaço o lugar com Rafael Toral, João Paulo Feliciano, César Burago, Ruben da Costa e Rute Praça, juntos num quinteto sob a designação Space Collective 5. Nova extensão do Space Program, estudo aprofundado que Rafael Toral tem vindo a elaborar sobre a perfomance em instrumentos electrónicos segundo os princípios orientadores do jazz, o Space Collective 5 tem aqui a sua estreia mundial.

     

    Rute Praça violoncelo
    Ruben Costa sintetizador digital
    César Burago percussão
    João Paulo Feliciano piano Rhodes
    Rafael Toral circuito de ressonância, sintetizador modular, amplificador MT-10 modificado

     

    Jorge Haro
    Artista sonoro argentino, com trabalhos na área da performance audiovisual, instalações sonoras e música experimental, editou na presente década quatro albuns. As suas peças estão ainda disponíveis em diversas compilações americanas e europeias. Para além de músico, Haro acumula as funções de curadoria do Limb0 – plataforma laboratorial transdisciplinar – em Bueno Aires, co-director do projecto ExperimentaClub + Limb0 e gere a editora Sudamérica Electrónica. Regressa à ZDB para um concerto e ainda apresentar a Sudamérica Electrónica, festival itinerante dedicado às artes digitais, com destaque para a música electrónica desenvolvida nos países de expressão castelhana.

    Entrada : 7.5€

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    Quinta 23 de Outubro às 23h00
    Depois,_mais_do_que_a_dor_há-de_vencer_o_desejo_sessions
    NO AGE
    LUCKY DRAGONS

    © Susana Pomba

    © Susana Pomba

     


    No Age
    O duo mais dinâmico presentemente a virar tudo ao contrário do lado de lá do Atlântico chama-se No Age, mora em Los Angeles e está tão à frente de tudo o resto que já nem se consegue ver bem daqui. Randy Randall (guitarras) e Dean Allen Spunt (bateria, voz) vêm do punk/hardcore californiano, do-it-yourself da escola Dead Kennedys / Minutemen / putos unidos em geral, que sempre tocou mais depressa, mais alto, e sobretudo mais empenhadamente. Gravam para a Sub Pop no EUA e para FatCat na Europa a pop disforme que derramou do balão de ensaio, cheia de atitude, em incessante mutação. O mundo inteiro anda a falar destes No Age, e por uma vez o mundo inteiro não está enganado.


    Lucky Dragons
    Colectivo transdisciplinar de músicos, artistas e outros agitadores inclassificáveis, a entidade norte-americana Lucky Dragons estreia em Portugal a sua arte total. É música, imagem, performance vale tudo num ciclo intervencionista de per metro pop (na sua vertente mais cida e marginal, por vezes reminiscente dos Animal Collective) onde nada parece e tudo é. O núcleo de referências que citam inclui tanto o movimento CoBrA como Tina Turner e actuam frequentemente tanto em salas de concertos foras-da-lei como em centros de arte institucionais e o mais estranho é que tudo isso faz perfeito sentido.

    Entrada : 10€

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    Sábado 25 de Outubro às 23h00
    Where_there_is_a_will_there_is_a_path_sessions
    JONQUIL
    Sexteto inglês pela primeira vez em Lisboa, os Jonquil são um corpo estranho na nova folk psicadélica britânica talvez porque não fazem parte da nova folk psicadélica britânica. Passeiam por aqui as texturas bucólicas de Canterbury (essencialmente via Gong e Soft Machine) ou a Escócia pastoril dos Incredible String Band, mas próximo do indie rock emocional dos Yo La Tengo, Arcade Fire ou Built to Spill que os Jonquil provavelmente se sentem melhor. “Lions”, o último álbum, mostra-nos isso, mas mostra-nos também bastante mais do que isso: grandes canções.

    Entrada : 7.5€

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    Quinta 30 de Outubro às 23h00
    THEE SILVER MT. ZION MEMORIAL ORCHESTRA & TRA-LA-LA BAND
    Vertigem, turbilhão, abismo um vértice de sete cabeças virado de dentro para fora, absorto em tudo o que existe, perceptível ou não. Vindos bem do centro de uma encruzilhada de tempos, lugares e culturas, o colectivo canadiano Silver Mount Zion (ou Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra & Tra-La-La Band, ou Thee Silver Mountain Reveries) aterra pela primeira vez em Lisboa num momento particularmente decisivo da sua completa afirmação autoral, sintetizado luminosamente em “13 Blues For Thirteen Moons”, o excelente último álbum do grupo.

    Septeto informalmente liderado por Efrim Menuck (também guitarrista dos Godspeed You! Black Emperor), os Silver Mount Zion surgem em 1999 próximos da corrente pós-rock (um repensar de ideias rapidamente esvaziado de significado pelos desinspirados do triste carrossel instrumental), mas será provavelmente na experiência minimalista primitiva, na composição clássica e na música de câmara que encontramos os pontos de referência mais interessantes e significativos. O já referido “13 Blues For Thirteen Moons” (edição Constellation, casa dos Godspeed You! Black Emperor, Fly Pan Am e Carla Bozulich, entre muitos outros) prossegue superiormente essa incorporação heterodoxa de estilos, concretizando uma exploração sensorial inflamada, de consciência comunal, profundamente autêntica no modo quase cognitivo como se afirma livremente. Há aqui algo inominável, uma qualidade de silêncio que nos transcende.

    Entrada : 12€

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    Sexta 31 de Outubro às 22h00
    GALA DROP
    AQUAPARQUE
    ESCRAVOS DE ZONK


    Gala Drop
    Posto avançado de experiências polirítmicas, o trio lisboeta Gala Drop regressa à ZDB para apresentar o seu primeiro álbum, desde já uma das melhores coisas que aconteceu aos nossos ouvidos em 2008.

    Simultaneamente próximo das texturas ambientais pós-psicadélicas reminiscentes dos Can de “Future Days” e das misturas dub de Scientist ou King Tubby, “Gala Drop” o disco homónimo é música experimental no que a etiqueta tem de mais genuíno, desdobrada em pormenores infinitos de microsons, criando pontos luminosos para um movimento contínuo que não termina.


    Aquaparque
    Duo de teclados, percussão e voz constituído por André Abel (dos cada vez mais essenciais Tropa Macaca) e Pedro Magina (anteriormente nos Dance Damage, por onde Abel também andou) os Aquaparque rodam os botões do dub mais reverberante e actualizam o esqueleto estético da no-wave nova-iorquina (principalmente Suicide, mas também os Material do início ou os DNA de Arto Lindsay) incorporando essas referências numa espiral de som absurdamente NOVO, como pouquíssimas vezes se ouviu por cá depois das independanças dos GNR e das libertinagens pop dos Pop Dell’ Arte.

     

    Escravos de Zonk
    Houve uma altura em que a música para dançar ficou só batida e baixo, período dourado algures entre 1985-87. A essência do que nos faz mexer. Depois ganhou outra vez camadas. É a partir desse pedaço de tempo e de música que se esticam os braços para a frente e para trás para agarrar tudo o que – sabemos agora – é expressão original, crua e mais genuína que o nosso entendimento permite perceber, de música com ritmo. De Chicago para Lisboa e de volta por todas as paragens boas, e todos os tempos são bons tempos para mexer o rabo com tambores da vida e bater a cabeça com barulho real que diga a verdade. Zonk não é atitude nenhuma, 3-2-1-Zero enquanto a música que interessa faz tudo e diz tudo. O doce doce som. Se não for isso não é nada. Se for para dançar é para dançar.

    Entrada : 6€

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    Sábado 01 de Novembro às 23h00
    DAMO SUZUKI & LOOSERS
    Navegador meditativo dos sete mares improvisados, o vagabundo mágico Damo Suzuki volta a sobrevoar a ZDB depois de passagens inesquecíveis em 2005 (na companhia de Máximo Zu, Nuno Rebelo e Marco Franco) e 2006 (com os CAVEIRA). A viagem infinita continua agora com os Loosers.

    Membro da formação mais memorável dos Can, génios absolutos do kraut, com quem gravou entre 1970 e 1973 os álbuns “Tago Mago”, “Ege Bamyasi” e “Future Days”, Damo Suzuki um cadavre exquis tornado voz, tornado performance, tornado ciclone. Canta – ou berra, ou fala – em diversas línguas – algumas ainda por inventar -, criando um cometa propulsor de sons magnânimos, em explosão constante.

    Depois da saída dos Can e de um período de inactividade musical (durante o qual se tornou numa Testemunha de Jeová), Suzuki iniciou em 1983 a Damo Suzuki’s Network, uma história interminável de colaborações ad-hoc com músicos da cena improvisada (chamados “sound-carriers”) das cidades por onde vai passando. Desta vez, acompanham-no em Lisboa os Loosers, trio novo-primitivo de Tiago Miranda (também dos Gala Drop e Dezperados), Rui Dâmaso e Zé Miguel, uma das mais importantes unidades instigadoras das novas músicas livres a operar actualmente a partir de Portugal. Está nas cartas nova noite de lua cheia.

    Entrada : 8€

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    Terça, 04 de Novembro às 22h00
    THESE ARMS SNAKES
    RUSSIAN CIRCLES

     

    These Arms Are Snakes
    Oriundos do mesmo vulcão pós-hardcore que colocou em actividade bandas como Pelican ou Isis, os norte-americanos These Arms Are Snakes expelem lava impetuosa e deixam-nos com queimadelas muito próprias.

    Pegando em elementos do novo hardcore pelas arestas mais angulares do pós-rock, o quarteto de Steve Snere (voz e sintetizador), Brian Cook (baixo e órgão), Ryan Frederiksen (guitarra) e Chris Common (bateria) move-se no sentido de uma compacta complexidade instrumental reminiscente do rock progressivo mais inventivo (pensem Van Der Graaf Generator, não Marillion).

    Como “Oxeneers or the Lion Sleeps When its Antelope Go Home”, o último álbum, mostra, as composições dos These Arms Are Snakes não rockam à toa: são focagens incrivelmente minuciosas de detonações sem rede de segurança, prontas a morder, ou não fossem todas as cobras animais carnívoros.


    Russian Circles
    Naturais de Chicago, os Russian Circles redireccionam o ethos pós-rock (género que quela cidade tanto deve) para o lado do metal, um pouco a exemplo dos seus conterrâneos Pelican. A música de Mike Sullivan, Dave Turnerant Colin DeKuiper assemelha-se a uma tempestade instrumental deitada no sofá do psiquiatra, ocupando ambos os extremos do espectro emocional.

    “Stations”, o último álbum da banda, editado este ano pela Suicide Squeeze Records, mimetiza a experiência ao vivo, atacando todos os sentidos como se o amanhã não importasse.

    Entrada : 10€

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    Sexta, 07 de Novembro às 23h00
    Não_fazer_nada_é_uma_actividade_interior_sessions
    JAMES BLACKSHAW
    MÜNCHEN

     

    James Blackshaw
    Sempre bem-vindo porque vem sempre por bem, o guitarrista londrino James Blackshaw regressa à ZDB para apresentar “Litany Of Echoes”, excelente último álbum deste compositor e executante de excepção na guitarra de cordas de aço.

    Próximo (em espírito, na poesia que tem nos dedos) de fingerpickers norte americanos como John Fahey, Sandy Bull, e outros mais contemporâneos como Glenn Jones, Jack Rose ou Sir Richard Bishop), Blackshaw cruza meios de expressão folk com experimentação pura – “Litany Of Echoes”, onde também gravou ao piano, lembra mesmo em alguns dos seus ângulos mais dissonantes as improvisações abstractas de Morton Feldman. Revelando uma profunda compreensão dos valores seculares da guitarra acústica, Blackshaw mantém-se num equilíbrio difícil no âmago da tempestade, algures para lá do ritmo e da harmonia, entre o que veio antes e o que está a ser pensado agora.


    nchen
    É o som de uma nova urbanidade acústica. Servem os palavrões para dizer que esta música tresanda a mecanismos de precisão enferrujados e, por isso, doces. São cordas e percussões em multiusos. Não há meninos. Todos os elementos dos München já tocaram noutras bandas.Quase todas mais ruidosas. Em 1999, Bruno Duarte decide sentar-se e desde então os München deram mais de vinte concertos, todos sentados. Em palco nunca são menos de quatro e nunca foram mais de nove. O dinheiro para as batatas nunca veio da música. Esta situação permitiu e permite uma liberdade criativa que enquanto

    confundir próprios e alheios é a razão da existência dos München. Confundir próprios é ouvir folclore turco ou electroacústica experimental e, para raiva ou deleite do parceiro, não tocar nem uma coisa nem outra. Confundir alheios é mais perigoso. A vida não é fácil. É claro que há quem, com gavetas e rótulos, a tente simplificar. München é uma banda de toy music: existem de facto brinquedos sonoros. München é uma pequena orquestra de câmara: tocam guitarra clássica e viola de arco. München é uma banda rock: a bateria e guitarra eléctrica estão lá. Em que é que ficamos? Ficamos, como no princípio, sentados a tocar.

    Textos da autoria dos músicos
    Entrada : 8 €

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    bado, 08 de Novembro às 23h00
    As_mulheres_são_um_povo_inimigo_sessions
    VARIABLE GEOMETRY ORCHESTRA

    © Nuno Martins

    © Nuno Martins

     

    Variable Geometry Orchestra
    A música produzida pela Orquestra da Geometria Variável resulta do jogo do material acústico versus o electrónico, numa contínua busca de pequenos detalhes e significados – o som rompe do silêncio para nele voltar a megulhar…

    Com esta organização formal do caos, tenta-se aplicar novos conceitos de indeterminação e composição instantânea, através da erupção assimetricamente alternada de momentos de som e silêncio (ausência de som identificável) com predominância para estes últimos, seja pela emissão de sons de características subliminares e psico-acústicas, seja pela completa ausência de sons, permitindo assim aos músicos recuperar o seu ritmo natural de respiração e sentido aleatório de pulsação, bem como escutar toda a espécie de acontecimentos sonoros que estejam a ocorrer nesse preciso momento no espaço envolvente, ou então “simplesmente” escutar o que outro músico tenha começado, entretanto, a fazer, sem a preocupação de responder imediatamente e assim encher de forma inútil o espaço sonoro.Texto da autoria dos músicos

    Entrada : 6€

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    Sexta, 14 de Novembro às 23h00
    Virá_a_morte_e_terá_os_teus_olhos_sessions
    DEAD COMBO
    Noite de movimentos perpétuos na ZDB com o eterno retorno do fado vadio tornado desatino western-spaghetti dos muito lisboetas Dead Combo (Tó Trips em “guitarras desajeitadas” e Pedro Gonçalves no “contrabaixo chunga”) ao nosso aquário.

    Segundo os próprios, “tocam Lisboa, a cidade do campo, das chaminés e das cúpulas brancas, tudo junto num voodoo de emoções, clichés e histórias entre o Tejo, as estradas do sul, os amantes desencontrados, anjos abandonados nas encruzilhadas do destino, vozes de mulheres, flores com cores trocadas, santos, câmaras ardentes, guitarras despidas, cuspidas e deitadas à rua, contrabaixos em fogo, cartolas, galinhas à solta e coisas que rolam na rua”. Nos dedos trazem “Lusitânia Playboys”, o último disco da dupla, e a memória de Carlos Paredes, mestre maior da guitarra portuguesa, que não desaparece nunca.

    Entrada : 8€

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    bado, 15 de Novembro às 23h00
    TRANSIT: PAUL BRADLEY & MAILE COLBERT
    A artista sonora norte-americana Maile Colbert e o compositor britânico Paul Bradley apresentam “Transit”, projecto de performance multimédia que desenvolveram em parceria. “Transit” é um ambiente audiovisual imersivo de 45 minutos criado para o espectador entrar num espaço no limiar do reconhecimento e suspendendo-o neste estado para melhor experienciar e pensar sobre as zonas de transição. No limiar entre o sono e o despertar. No limiar entre memória e emoção. No limiar entre a inalação e a exalação, onde pedaços de algo quase reconhecível aparecem e se dissolvem, distorcidos através da nossa consciência alterada.

    Maile Colbert trabalha actualmente em Los Angeles, Califórnia. É graduada pelo Studio for Interrelated Media do Massachusetts College of Art, e pós graduada em Integrated Media/Film and Video pelo California Institute of the Arts. Os seus trabalhos foram já apresentados e exibidos em múltiplos locais e eventos como o The New York Film Festival, LACE Gallery, MOMA New York, Los Angeles County Museum of Art, the REDCAT Theater in Los Angeles, The Portland International Documentary and Experimental Film Festival, e numa tournée multimedia de duas semanas pelo Japão.

    A partir de textos da associação cultural Binaural

    Entrada : 6 €

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    Quinta, 20 de Novembro às 23h00
    Dez_anos_depois_o_passado_é_agora_sessions
    VITRIOL
    MANUEL MOTA & MARGARIDA GARCIA
    LUDWIG VANESSA
    No dia 20 de Novembro de 1998 decorreu no I.S.C.T.E. um concerto de música experimental, co-organizado pela associação de estudantes e pela Tica Tica (proto produtora de arte experimental de João Castro Pinto e Manuel Magalhães). O line-up do concerto constituiu uma pequena selecção do que na altura considerámos ser parte do que de mais interessante se fazia em Portugal, no âmbito da música experimental. O guitarrista Manuel Mota e a multi-instrumentista / artista intermedia Margarida Garcia [u tilizando microfones de contacto e objectos vários], bem como o projecto electroacústico Vitriol [Paulo Raposo e Carlos Santos], neste concerto acompanhados pelos não menos notáveis: Rodrigo Amado [saxofone], Ulrich Mitzlaff [violoncelo] e Pedro Leal [percussões], figuraram como os pilares centrais deste concerto.

    A abrir as hostes deste empreendimento sonoro esteve Ludwig Vanessa (a.k.a. João Castro Pinto) que neste evento se estreou ao vivo, tocando pela primeira vez num line-up constituído por figuras reconhecidas da cena da música experimental nacional. Tendo iniciado a sua caminhada pelas explorações sonoras em meados de 1997, e realizado alguns concertos anteriormente por entre os meandros da experimentação usando field recordings e síntese electrónica (via minidisc-live-mixing e PC), este concerto de Novembro de 98 acabou por se erigir como um marco que inaugura a carreira do artista sonoro / intermédia João Castro Pinto.

    No final dos anos noventa vivia-se uma época artisticamente entusiasmante, correspondente à exacta razão do azimute do aceleramento em flecha da tecnologia do computador pessoal (e do software), época pródiga no que respeita ao incentivo às artes experimentais dos new digital media (audiovisuais). Em Portugal, nesses tempos, somente a ZDB (desde 1994) detinha uma programação regular de música experimental (não académica), serviço de inestimável valor que, desde então, facultou para uma minoria interessada em novas músicas e em artes experimentais e transdisciplinares. Não obstante, e colmatando a falta de outros espaços que hoje, felizmente, “menos” escandalosamente escasseiam, eventos marcantes como: o Festival Atlântico, o Festival Mergulho no Futuro, a Experimenta Design, Festival Ó da Guarda, o Música Viva (e a Miso Music), o veterano Jazz em Agosto e a Bolsa Ernesto de Sousa, entre outros, contribuíram decisivamente para inserir de uma vez por todas Portugal na rota do experimentalismo artístico musical internacional, do qual se havia ouvido os primeiros ecos na década de 60, oriundos da geração dos compositores como: Emanuel Nunes, Jorge Peixinho (fundador do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa) Clotilde Rosa, Constança Capdeville, Filipe Pires, Cândido Lima (no plano académico) e pouco mais tarde, num plano “menos ortodoxo”, dos projectos e compositores: Plexus, Telectu, Emanuel Dimas de Melo Pimenta, Sei Miguel, Ernesto Rodrigues, Rafael Toral, entre outros.

    Volvida uma década, é já lugar comum afirmar que foi desbravado bastante caminho no que refere à renovação das mentalidades e das problematicidades adstritas a parte dos aparentemente inconciliáveis “perspectivismos estéticos vigentes” da cena musical experimental (como o clássico generalista clash entre: academia Vs meio non-académico, por exemplo) pela profusão de numerosos eventos e incentivos, sendo maioritariamente produto do empreendedorismo amador de músicos activos na cena, os quais, organizando-se mediante diversas “qualidades”, perspectivas e orientações estéticas, desveladas em distintas editoras, associações, iniciativas e festivais, erigiram nos primeiros anos do século XXI as fundações duma cena musical experimental que, hoje em dia, a despeito das grandes dificuldades estruturais pouco deixa a desejar ao underground internacional.

    Aproveitando, como leitmotiv, a data em que o seu percurso artístico perfaz uma década João Castro Pinto apresenta na ZDB um remake simbólico (i.é, não rigoroso) do concerto decorrido a 20 de Novembro de 1998 no I.S.C.T.E., pretendendo servir a ocasião como pretexto e incentivo à reflexão crítica sobre estas e demais problemáticas relativas à cena da música experimental portuguesa.

    Em ruptura aberta com celebrações bacocas de cariz pessoal, mormente jungidas ao altar das efemérides na sedenta procura da fundamentação de carreirismos espúrios ou funcionalistas, o evento em causa intende antes realizar-se como uma pertinente recriação / reprise correspondente a uma breve amostra do itinerário artístico de João Castro Pinto, constituindo-se, simultaneamente, como um incentivo à criação experimental em Portugal e, de igual modo, resultar como uma renovada homenagem pessoal aos músicos que figuram(e figuraram) neste concerto, os quais continuam a constituir indeléveis pólos de referência artística pessoal figurando hoje, como já na altura, entre os criadores de destaque do panorama da música experimental lusa.

    Ludwig Vanessa apresentará uma performance sonora que consistirá em duas partes (sem intervalo). Na primeira actuará ao vivo com 4 leitores de MD, realizando um live-mix composto exclusivamente de captações sonoras e material electrónico conjuntado e apresentado no concerto de 20.11.98. A segunda parte será operada por laptop, mediante um esquema de improvisação electrónica em tempo real sob os materiais sonoros utilizados na primeira parte. O som será processado mediante um patch max-msp coligido pelo artista e operado mediante o uso de um controlador midi de 16 canais. Assim, perspectivar-se-á de modo claro parte da evolução estética dos meios e dos resultados artísticos de João Castro Pinto entre 1998-2008.

    Em seguida, Manuel Mota, irá apresentar um concerto que contemplará a sua inconfundível e ímpar improvisação para guitarra eléctrica, acompanhado pelo vídeo “EL”, de Margarida Garcia, músico e artista intermédia que, não poderá estar presente na zdb, pois se encontra em NYC.

    E para o grand finale da noite sonora, em jeito de conclusão deste evento, que serve também como antecipação da celebração dos vinte anos de percurso dos VITRIOL (2009), Paulo Raposo e Carlos Santos darão um concerto em que utilizarão short waves e gravações de campo onde a interferência electromagnética dos elementos narrativos e referenciais é continuamente inserida num feedback loop (weather channels, informação, rupturas ionosféricas, nuvens de turbulência).

    Prevê-se uma noite de remorações de um porvir extático, em direcção a uma auto-renovação sonora de inegável interesse aural.

    Texto da autoria dos músicos

    Entrada : 6 €

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    Sexta, 21 de Novembro às 23h00
    Com_ela_sou_mais_eu_sessions
    TARA JANE O’NEIL
    TOM GREENWOOD


    Tara Jane O’Neil
    Figura omnipresente no underground norte-americano ao longo de quase duas décadas, tanto na música como nas artes plásticas, Tara Jane O’Neil reflecte nas suas criações transdisciplinares uma visão pessoalíssima do mundo, norteada por um desejo de transformar a natureza invisível das coisas.

    Desde os tempos do alt-country de Louisvile (com o quase-lendário grupo Rodan e o duo Retsin, que formou com Cynthia Nelson) que o percurso musical de Tara Jane O’Neil tem sido marcado por um impulso libertador, expandindo toda a sua inquietação num conjunto de canções que tocam fundo no imaginário folk americano. Cheios de luz melancólica, os trabalhos a solo que editou na última década, a par de colaborações recentes com Jackie-O Motherfucker e Papa M, estabeleceram-na decisivamente como uma das vozes mais poéticas e subtis da canção contemporânea, à qual é fundamental prestar atenção.

     

    Tom Greenwood
    Cabeça-pensante do seminal e über-influente colectivo freeform Jackie-O Motherfucker, o norte-americano Tom Greenwood actua pela primeira vez a solo na ZDB. Improvisador inquieto, pesquisador incansável, o subversivo Greenwood escolheu o seu lugar do lado de fora, numa artéria insondada que não aparece nos mapas.

    Assente em viagens recorrentes pelos territórios mais desconcertantes do blues, do jazz e do folclore comunal, a música de Tom Greenwood / Jackie-O Motherfucker revela uma busca identitária profundamente enraizada numa ideia americana de todo o tipo de subculturas de vanguarda do último século (da música à arte, da literatura ao cinema). álbuns como “Fig. 5”, “The Magick Fire Music” ou “Liberation”, capítulos maiores dessa procura instintiva, mostram que para Greenwood cada recomeço é na verdade um novo começo – como agora.

    Entrada : 7.5€

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    Domingo, 23 de Novembro às 22h00
    Sou_um_poço_de_humidade_sessions
    LIGHTNING BOLT
    STELLAR OM SOURCE

    © Raquel Silva

    © Raquel Silva

     

    Lightning Bolt
    A vinda do duo norte-americano Lightning Bolt à ZDB coloca finalmente Portugal na mesma rotação que o resto do planeta. Brian Chippendalle e Brian Gibson, caleidoscópios do barulho imenso, são dois semi-deuses do noise-rock, furacões de uma agressividade criadora em todos os sentidos avassaladora, insubmissa e intransigente.

    Como os conterrâneos Stooges ou os japoneses Boredoms antes deles, os Lighting Bolt perpetram um ataque visceral aos alicerces do rock, reduzindo-o a uma base crua de baixo e bateria que tudo rumina e questiona. Editam desde 1997 pela Load Records (também casa dos Sightings, Excepter ou Hospitals), editora-farol do rock mais experimental e esclarecidamente primário dos últimos quinze anos, e contam na discografia com discos/socos absolutamente notáveis como “Ride The Skies” (um dos álbuns da década?), “Wonderful Rainbow” ou “Hypermagic Mountain”.

    Ao vivo, a experiência Lightning Bolt não tem paralelos conhecidos. Rejeitam o palco e tocam no chão, rodeados/instigados pela audiência. São concertos de guerrilha, de pura tensão positiva – ataques blitzkrieg de rápida duração e danos permanentes.

     

    © Pedro Polónio 

    © Pedro Polónio

     


    Stellar Om Source
    Veículo cósmico imaginado pela artista holandesa Christelle Gualdi, Stellar Om Source percorre tecla a tecla o caminho das estrelas de acordo com as coordenadas delineadas por exploradores minimalistas como La Monte Young, Tony Conrad ou Terry Riley. Ondas sintetizadas de expressão total espraiam-se em drones ritualistas de procura incessante, mostrando-nos que por detrás do espelho mágico está toda a experiência sensível – vida jorrante em vida, ou a matéria de que são feitos os sonhos.

    Entrada : 10€

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    Quinta, 27 de Novembro às 23h00
    It’s_my_party_and_I’ll_cry_if_I_want_to_sessions
    TORA TORA BIG BAND
    Tora Tora Big Band regressa à ZDB: vários músicos com diversas nacionalidades que chamam casa a Lisboa e fazem do jazz uma explosão orquestrada de ritmos quentes que viajam das Caraíbas a África, passando pelo Brasil.

    Na bagagem a nossa Big Band favorita traz também faixas de ‘Tora Tora Cult’, o muito aplaudido álbum do ano passado. Vai estar calor, a festa vai ser bonita – venham dançar connosco.

    Entrada : 7.5 €

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    Sexta, 28 de Novembro às 23h00
    Tu_não_és_perene_sessions
    YACHT
    CALHAU! : O CAMINHO DA CABRA

    © Artur Silva

    © Artur Silva

     

    Yacht
    Yacht é Jona Bechtolt, um dos mais relevantes nomes da nova música avançada norte-americana. Produto genuíno da era digital, Yacht/Bechtolt navega de sorriso nos lábios ao sabor dos movimentos do mundo, na certeza de que o absurdo é necessário para não se sucumbir à loucura objectiva.

    Aqui é tudo pop, mas ao contrário. Uma expansão comemorativa de toda uma inquietude criativa. Canções são canções mas não são bem canções – talvez acidentes policromados de zeros e uns a pulsarem vida-vida-vida resuma melhor a coisa (enfim, provavelmente não). No palco, domina a espontaneidade. Bechtolt tem ancas, tem braços, tem estilo. Mexe-se tudo, mexe-se em tudo. O nativo de Portland aterra pela primeira vez no palco da ZDB à beira de se tornar um fenómeno global, ou não fosse o projecto Yacht uma das novas apostas da nova-iorquina DFA Records (LCD Soundsystem, Hot Chip, Juan McLean, etc.). Esqueçam o frio, venham ver o mito começar.

     

    Calhau! O Caminho Da Cabra
    João Alves Von Calhauism e Marta Ângela Von Calhauism são Calhau, nave espacial DIY formada no Porto em 2006 e actualmente a voar destacada na linha da frente da avant pop portuguesa.

    Unidade de pesquisa-enquanto-perfomance com o sentido de humor mais inteligente do país, Calhau explora a ideia de arte sonora na exacta medida do seu potencial manipulador. Num patamar concretista, o duo Von Calhauism trabalha com materias exóticos / loja chinesa da esquina como brinquedos electrónicos, tubos de água, santinhos reluzentes, etc., seguindo muito livremente passos anteriormente trilhados em território nacional pelos No Noise Reduction de Rafael Toral e João Paulo Feliciano. Depois da apresentação o ano passado da inesquecível Nossa Senhora de Fátima Machine, em colaboração com António Contador, cúmplice habitual de Calhau, esta nova actuação centrar-se-á no filme-projecto “O Caminho da Cabra”. Segurem-se.

    Entrada : 8 €

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    Quinta, 04 de Dezembro às 23h00
    Morte_aos_feios_sessions
    NADJA
    OSSO


    Nadja
    Duo de Aidan Baker (guitarra, percussões, voz) e Leah Buckareff (baixo, voz), os canadianos Nadja recuperam as ondas de som dos My Bloody Valentine – mas afogam-nos nelas.

    Descrita frequentemente como “ambient doom”, a música dos Nadja (o nome vem do sonho / romance surrealista de André Breton, o que, acreditem, faz todo o sentido) mistura o ambiente shoegazer com drones pesadíssimos que se propagam no vazio, a lembrar por vezes o apocalipse hipnótico de Sunn O))) ou Earth. Com uma série impressionante de lançamentos em editoras de referência como a Alien8 Recordings (Merzbow, Keiji Haino, Acid Mothers Temple, Shalabi Effect, etc.), Baker e Buckareff fazem parte das forças sem nome que vieram depois do rock, do metal, direitas ao buraco negro.

     

    Osso
    Membros das diligentes famílias Merzbau e Searching Records, os leirienses Osso estreiam na ZDB o seu noise quasi-ceremonial, facção pagã, numa altura em que preparam a edição de “Invocação”, novo cd-r no selo Cérebro do Morto.

    Carlos Nascimento (órgão e programações) e Bruno Silva (guitarra processada e voz), ambos também dos Stares Collective e Panda Suicide, trabalham nos Osso ambiências sinuosas, viradas de fora para dentro. Sunn O))) é aqui a referência mais directa, mas em palco é uma versão Região Oeste das powereletronics dos Whitehouse trituradas pela varinha mágica dos Double Leopards que assalta os sentidos

    Entrada : 8€

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    Sexta, 05 de Dezembro às 23h00
    DAZKARIEH
    Um dos mais activos e originais projectos da música portuguesa, os Dazkarieh regressam à ZDB. Formado em 1999 com o objectivo de criar música verdadeiramente multicultural, o grupo alia instrumentos de várias proveniências (gaita de foles galega, acordeão, flauta transversal, tin whistles irlandeses, percussão africana, percussão árabe, baixo e guitarra) e vocalizações numa língua imaginária, criada pelos próprios, com o objectivo de tratarem a voz como um instrumento autónomo e equiparável aos outros.

    Depois de em 2006 e 2007 terem actuado nos maiores festivais portugueses, (Intercéltico de Sendim, Músicas do Mundo de Sines, Sons do Atlântico, Sons em Trânsito de Aveiro, entre outros), 2008 marca a consolidação dos Dazkarieh como banda eminentemente internacional, dando mesmo mais espectáculos no estrangeiro que em Portugal. A actuação na ZDB marca o fim da extensa digressão em torno de “Incógnita Alquimia”, o último disco de uma banda que é ela própria uma cidadã do mundo.

    A partir de texto dos músicos

     

    Vasco Ribeiro Casais nyckelharpa, bouzouki, gaitas-de-foles, flauta
    Luís Peixoto bouzouki bandolim, cavaquinho, sanfona
    Joana Negrão voz, gaita-de-foles, adufe, pandeireta
    André Silva bateria

    Entrada : 6€

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    bado, 06 de Dezembro às 23h00
    Dei_um_cravo_e_dei_um_lenço,_só_não_dei_o_coração_sessions:
    JOANA BAGULHO
    NALLE

    © Vera Marmelo

    © Vera Marmelo

     


    Joana Bagulho
    A música que faço é um produto das circunstâncias imediatas do tempo em que eu vivo, e passará a ser encarada de outra forma quando essas circunstâncias desaparecerem.

    Carlos Paredes

    Professora assistente da Escola Superior de Música de Lisboa, Joana Bagulho propõe para a sua primeira apresentação na ZDB um conjunto de composições de Carlos Paredes adaptadas ao cravo, instrumento no qual tem vindo a trabalhar desde 1994 e no qual revê muitos dos movimentos perpétuos da guitarra portuguesa que o homem dos mil dedos imortalizou.

    A guitarra Portuguesa e o cravo partilham a mesma função de acompanhadores. É muito interessante verificar a semelhança das malhas de acompanhamento do fado na guitarra, com os protótipos de acompanhamento do baixo contínuo no cravo.

    A música de Carlos Paredes tem muitas referências ao que parece ser a linguagem idiomática do cravo: O cromatismo dos baixos, as harmonias ricas e repetidas exaustivamente, as notas repetidas… Ao ouvir passagens da música de François Couperin ou Domenico Scarlatti é incrível descobrir as semelhanças nas dissonâncias da música de Paredes. Na verdade, tanto a música de Paredes como a de Couperin descendem do mesmo instrumento O Alaúde.

    Joana Bagulho

    Joana Bagulho concepção e interpretação (cravo)
    Barbara Says… imagem

     

    Nalle
    Duo avant-folk em estreia nacional na ZDB, os escoceses Nalle relacionam-se musicalmente com uma linguagem ancestral, definindo e desenvolvendo uma trama de ordem sinestésica que engloba o psych, o drone, a música improvisada.

    Hanna Tuuulikki (voz, flauta), Chris Hladowski (viola) juntaram-se em 2004. Desde então que, de certa forma, têm vindo a trabalhar a mesma música, repensando movimentos anteriores para daí retirarem uma nova atitude. A magia indefinida que lhes percorre as veias lembra o duo Brigitte Fontaine / Areski, a Incredible String Band, Vashti Bunyan, os filmes perdidos de Barbet Schroeder ou a fase americana de Antonioni. A discografia da banda, composta até ao momento pelo sete polegadas “I See a Sign Defined” e pelos os álbuns “By Chance Upon Waking” e “The Sirens Wave”, confirma o imaginário, apontando simultaneamente para caminhos de grande originalidade, que se percorrem devagar, prestando atenção à paisagem bucólica.

     

    Entrada : 8€

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    Quinta, 11 de Dezembro às 23h00
    Thank_you_one_more_time!_sessions
    HIGH PLACES
    ONE MIGHT ADD
    ESCRAVOS DE ZONK

    © Vera Marmelo

    © Vera Marmeloco

     

    High Places
    O eixo Lisboa – Brooklyn volta a dar cartas com a chegada em completa estreia nacional da sensação out-pop High Places ao nosso aquário. A dupla formada por Robert Barber (multi-instrumentista) e Mary Pearson (voz) movimenta-se criativamente no mundo sensível das coisas, por entre intermináveis crepúsculos e melancolias de infância, lembrando a sensibilidade pop dos Talking Heads ou Young Marble Giants canalizada através dos altifalantes psicadélicos dos Black Dice. Estranho, mas bom. Estranho bom.

    Apadrinhados desde a primeira hora por toda a gente com meio cérebro e ligação à Internet no universo Myspace e eMusic, os High Places assinaram este ano pela Thrill Jockey, casa de malta como Extra Golden, Califone ou Tortoise. O primeiro disco, editado há dias, é uma aventura surrealizante em dez etapas, da qual se emerge transfigurado. Como os Dirty Projectors, de quem estão esteticamente muito próximos, ou os Animal Collective, os High Places comunicam uma ideia de felicidade sem certezas – humanizam uma paisagem própria, vivendo-a em toda a sua profundidade contagiante.

     

    One Might Add
    Duo de Alberto Arruda e Ruben da Costa, os One Might Add regressam à ZDB – onde deram o seu primeiro concerto – para sacudir as mentes e apresentar uma série de faixas a sair brevemente em novo disco, sucessor do excelente “Sailing Team” (edição Ruby Read Records).

    A par de outros agitadores como os Calhau, os Tropa Macaca ou os Gala Drop, os One Might Add são hoje um dos mais vitais projectos da nova música periférica portuguesa. A sua mescla de electrónica freeform e cut-up analógico, gerada por uma imensa parafernália de circuitos analógicos que os próprios constroem e subvertem, encontra possíveis paralelos no psicadelismo mutante dos norte-americanos Black Dice ou no circuit bending de Reed Ghazala, ao mesmo tempo que mantém uma distinta expressão própria, em evolução constante, que os confirma como verdadeiros originais.

     

    Escravos do Zonk
    Houve uma altura em que a música para dançar ficou só batida e baixo, período dourado algures entre 1985-87. A essência do que nos faz mexer. Depois ganhou outra vez camadas. É a partir desse pedaço de tempo e de música que se esticam os braços para a frente e para trás para agarrar tudo o que – sabemos agora – é expressão original, crua e o mais genuína que o nosso entendimento permite perceber, de música com ritmo. De Chicago para Lisboa e de volta por todas as paragens boas, e todos os tempos são bons tempos para mexer o rabo com tambores da vida e bater a cabeça com barulho real que diga a verdade. Zonk não é atitude nenhuma, é 3-2-1-Zero enquanto a música que interessa faz tudo e diz tudo. O doce doce som. Se não for isso não é nada. Se for para dançar é para dançar.

    Texto da autoria dos músicos

    Entrada : 10€

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    Sexta, 12 de Dezembro às 23h00
    BLAISE SIWULA & JOÃO CASTRO PINTO
    RED TRIO

     

    Blaise Siwula & João Castro Pinto
    Blaise Siwula (sax alto), saxofonista norte americano com extensa actividade na cena da música improvisada Nova Iorquina dos últimos 20 anos, apresenta-se novamente em Portugal, desta feita na ZDB e no âmbito de um duo electroacústico com o artista sonoro/ intermedia português: João Castro Pinto (laptop/processamento electroacústico em tempo real).

    O concerto que ambos realizarão na ZDB, o primeiro de dois a ocorrer em Portugal (dia 13 de Dezembro, tocarão no Porto), marca o início de uma colaboração musical que se pretende, de parte a parte, que resulte num delicado encontro e diálogo entre os sons instrumentais e a sua extensão/recriação plástica e aural em tempo real, de cariz eminentemente electroacústico. Privilegiar-se-á uma audição profunda, em termos criativos e de escuta, bem como uma concentração dirigida a uma audição detida sob os eventos sonoros que serão consequência de um entendimento intuitivo, num registo de improvisação que sublinha a audição como trave mestra da escrita espontânea ou impromptu deste concerto.

    Haverá certamente lugar neste concerto electroacústico para: denotados silêncios, crescendos efervescentes, contrastes de cariz onírico-cataléptico, no sentido da criação de imbricados jogos de sombra e ilusão, da sugestão de paisagens sonoras inusitadas e inauditas, apologéticas a “idos” credos órfico-pitagóricos.

    Texto da autoria dos músicos

     

    Red Trio
    Constituído em resposta a um desafio lançado por Hernâni Faustino, o Red Trio é um grupo que, à semelhança do seu nome, apresenta uma multiplicidade de abordagens possíveis à música e à sua composição em tempo real através da improvisação. Formado por três músicos da fervilhante cena da nova música improvisada de Lisboa, o Red Trio faz agora a sua apresentação na ZDB. Constituido por Rodrigo Pinheiro no piano, Hernâni Faustino no contrabaixo e Gabriel Ferrandini na bateria.

    O Red Trio explora uma das mais proliferas formações do jazz; piano/contrabaixo/bateria. O trio caracteriza-se por produzir uma música rápida, angulosa, enérgica, focada, dinâmica, por vezes nervosa e violenta. Vai buscar grande parte das suas influências ao jazz mas especialmente à nova música improvisada. Contraponto a três vozes que oscila entre o mais subtil dos sons à descarga sónica plena de violência e intensidade.


    Rodrigo Pinheiro
    piano
    Hernâni Faustino contrabaixo
    Gabriel Ferrandini bateria

    Entrada : 6€

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    bado, 20 de Dezembro às 23h00
    Falar_sobre_música_é_como_dançar_sobre_poesia_sessions
    VÍTOR RUA & GONÇALO FALCÃO & HERNÂNI FAUSTINO
    ERNESTO RODRIGUES & NEIL DAVIDSON & NOBUYASU FURUYA

     

    VÍTOR RUA & GONÇALO FALCÃO & HERNÂNI FAUSTINO
    Susane Langer escreveu que: “a música torna audível o tempo”… Na realidade a Música são abstrações sonoras, movendo-se, criando tempo. O tempo é assim o componente essencial para a compreensão da música e o veículo pelo qual a Música faz um contacto profundo com o espírito humano. O tempo na Música é um tempo virtual; por contraste, a sequência de actuais acontecimentos, são um tempo absoluto (tempo de relógio). Os eventos sonoros são um fluxo, não o tempo! E a Música é uma série de eventos, que contêm não só o tempo, como o “modelam”… O tempo na Música é uma relação entre as pessoas e os eventos perceptíveis por elas. Toda a Música é ouvida inicialmente como uma sucessão de “momentos”. A progressão tonal ou modal, é uma metáfora: na realidade em Música nada se move, excepto a vibração dos próprios instrumentos e as moléculas de ar que chegam até aos nossos ouvidos…

    Texto da autoria dos músicos

     

    Vitor Rua concepção; guitarra acústica (6 cordas/metal)
    Gonçalo Falcão guitarra acústica (6 cordas/metal)
    Hernâni Faustino contrabaixo

     

    ERNESTO RODRIGUES & NEIL DAVIDSON & NOBUYASU FURUYA (PT/UK/JP)
    Oportunidade única para experienciar três nomes sonantes da improvisação contemporânea em conjunto, num diálogo em trio sem memória, revelador de uma grande constância de princípios técnicos e estéticos. Ernesto Rodrigues, nome cimeiro da experimentação portuguesa, conectado principalmente com o violino, apresentar-se-á desta vez em viola, ladeado pelo escocês Neil Davidson em guitarra acústica e pelo japonês Nobuyasu Furuya em flauta, clarinete baixo e saxofone tenor.

     

    Ernesto Rodrigues viola
    Neil Davidson guitarra acústica
    Nobusayo Furuya flauta, clarinete baixo, sax tenor

    Entrada : 6€

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    Quinta, 25 de Dezembro às 23h00
    Fuck_christmas_i_got_something_weird_sessions

    © Pedro Polónio

    © Pedro Polónio

     


    THE LEGENDARY TIGER MAN
    Proveniente das cinzas da mais mítica banda rock nacional da década de 90, os Tédio Boys, Paulo Furtado tem-se afirmado, ao longo dos anos subsequentes ao terminus do grupo de Coimbra, como uma das figuras mais emblemáticas, visíveis e aclamadas da música portuguesa, através dos Wray Gunn e deste, o seu projecto de “one man band”, o alter-ego The Legendary Tiger Man.

    Com quatro álbuns já editados (“Fuck Christmas I Got The Blues”, de 2003, “Naked Blues”, de 2002, “In Cold Blood – A Sangue Frio” em colaboração com o fotógrafo Pedro Medeiros e o mais recente “Masquerade”), Furtado continua aqui a dar continuidade a um evento que já se tornou tradição. Esta actuação do Legendary Tiger Man na Galeria Zé dos Bois ser-lhe-á entregue, pelo sétimo ano consecutivo, na noite de Natal, dia 25 de Dezembro. Furtado, orquestra de um homem só ao bom estilo de Bog Log III (com quem já partilhou palcos além fronteiras), encontrou um Mondego da mente que desagua no Mississipi Delta, rio de mágoa onde Johnny Cash, John Lee Hooker, Robert Johnson e Charlie Feathers um dia beberam. Com a forte crença que os “blues” não conhecem países nem continentes, Furtado oferece-se aos que escolherem atender à ZDB para ver um muito especial Pai Natal do rock, sem renas, com um vazio saco de prendas onde cabem todas as suas mágoas e descarga eléctrica.

    Entrada : 10 €