Rosa- Atelier para crianças

A partir do livro “The World is Round“de Gertrude Stein

Um projecto de Mónica Samões

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“Este livro foi escrito para ser desfrutado.
Deve ser lido em voz alta, alguns capítulos de cada vez.
Não se preocupe com as vírgulas que não estão lá, leia as palavras.
Não se preocupe com o sentido que está lá, leia as palavras mais depressa.
Se tiver algum problema, leia mais e mais e mais depressa até não ter mais nenhum problema.
Este livro foi escrito para ser desfrutado.”

 The World is Round
nota do editor inserida na contra-capa da primeira edição do livro em 1939, destinada a pais, professores e livreiros.

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Atelier

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A Associação Cultural casaBranca em conjunto com o Serviço Educativo da Zé dos Bois preparam a segunda fase do processo de criação de ROSA – um projecto de longa duração, a realizar em dois anos.
Esta fase consiste na realização de ateliers artísticos para crianças do 1º Ciclo, explorando distintos formatos e suportes de apresentação, com vista a uma aproximação entre os campos da linguagem e os da criação artística.
Durante estes Ateliers procurar-se-á trabalhar e seleccionar a matéria texto / dramatúrgica que constituirá a base de um Disco a editar, e de um Espectáculo-Performance.

Os ateliers em causa terão como ponto de partida o livro “O Mundo é Redondo” (1936) de Gertrude Stein, única obra da autora destinada a um público infantil, e que conta a história, em 34 episódios, de Rosa, uma menina de nove anos que procura compreender o seu lugar e identidade num mundo redondo que muda permanentemente, ao mesmo tempo que procura o domínio da realidade que a linguagem é capaz de exprimir. O texto será assim um veículo para a discussão e abordagem de forma simples, divertida e cativante da grande complexidade que envolve a linguagem, colocando as crianças como intervenientes activos neste processo de descoberta, captação e descodificação.

 
Esta proposta de formação pretende desenvolver um modelo de estimulação para crianças no sentido da promoção de formas expressivas de percepcionar, pensar, compreender e agir a realidade, quer do ponto de vista do mundo externo, quer do ponto de vista do mundo interno.

Todo o trabalho será direccionado no sentido de proporcionar às crianças experiências vinculativas com o som, a música e a palavra no plano cognitivo, sensorial e emotivo.

Direcções:
– O valor performativo do texto e das palavras;
– Os significados não imediatos expressos nos jogos de variações de repetições;
– Processos de abstracção;
– A experiência poética da língua;
– A interpretação visual e física dos sons e o som como matéria significante;
– A ideia de coro enquanto corpo amplificador da acção

O trabalho desenvolvido ao longo do atelier será apresentado à comunidade em sessão aberta, sob a forma de uma pequena peça/performance.

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As actividades do Serviço Educativo ZDB são de entrada livre mediante marcação dos professores ([email protected])

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Sobre ROSA

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Baseado no livro de Gertrude Stein “O Mundo é Redondo”, este projecto é um trabalho para crianças e com crianças sobre a Linguagem e a complexidade dos seus processos.
É um projecto de longa duração, a realizar em dois anos, e será uma produção de duas estruturas de criação artística – a casaBranca (Lagos /Portugal) e a BARDSLEY_POPPY projects (Londres / Reino Unido).
Implicará a criação de 3 objectos distintos:
– Ateliers para crianças / jovens (2011)
– Produção e Edição de um disco para crianças (2012)
– Espectáculo / performance (2012)

“O Mundo é Redondo” foi o único texto de Gertrude Stein escrito especificamente para crianças. Publicado em 1936, mantém o estilo literário que é a marca identitária da sua obra e constrói uma narrativa não-linear que se inscreve simultaneamente na escola da escrita surrealista e na escrita onírica e infantil, naquilo que, à data e até aos dias de hoje, foi considerado um livro para crianças muito diferente dos habitualmente conhecidos.

O texto apresenta uma estrutura não convencional, de síntaxe complexa, onde as palavras se organizam em variações, repetições e rimas e são muitas vezes utilizadas em função do seu som e não do seu significado; a pontuação é invulgar e chega a ser, muitas vezes, inexistente, com frases que não têm início nem fim.

Naquilo que é um livro para crianças mas também para adultos, “O Mundo é Redondo” é a história em 34 episódios de Rosa, “uma menina de nove anos que procura compreender o seu lugar e identidade num mundo redondo que muda permanentemente, e, simultaneamente, procura o domínio da linguagem e da realidade que a linguagem é capaz de exprimir, esse mundo maravilhoso e sedutor que é preciso dominar, mas cheio de nuances, de uma fluidez onde ela se perde, de subentendidos que criam mal-entendidos, de palavras que querem dizer tantas coisas diferentes, dependendo o significado muitas vezes apenas do lugar que ocupam nas frases” (Luísa Costa Gomes).

O próprio estilo narrativo “distorcido” e complicado espelha esta luta, produzindo uma narrativa que conta uma história mas, nesse processo, avança e recua, anda às voltas e, ocasionalmente, chega simplesmente a parar.

Esta “mecânica” da expressão escrita de Gertrude Stein – que no seu plano mais lúdico e no seu plano mais complexo faz uso de processos rítmicos e musicais que suspendem e retiram o significado, poetisam a língua e permitem escapar à exigência do significado e valor semântico imediato – e a experiência de leitura que proporciona essa mesma expressão escrita serão a base de trabalho deste projecto.

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casaBranca

A casaBranca desenvolve desde 2007 um Programa de Formação e de Pedagogia que comporta o objectivo fundamental de encorajar o olhar para, o experimentar e o discutir a arte contemporânea , implicando aqui não só o olhar e a visão dos artistas mas fundamentalmente o das crianças.
Os objectos criados até à data – ateliers de expressão artística de carácter transdisciplinar, Instalação Áudio&Vídeo, Espectáculo-Instalação, Vídeo-Documentário – exploram distintos formatos e suportes de apresentação, promovendo linguagens híbridas que cruzam léxicos, universos e práticas, das mais afirmadas às mais transversais. Reflectem processos de questionamento e enformam mecânicas processuais que pretendem aproximar o espaço artístico ao espaço social e comunitário, associando os projectos de pedagogia a processos de criação de objectos artísticos.

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Bios resumidas

Mónica Samões

Estudou Línguas e Literaturas Modernas na Universidade de Coimbra. Fez o curso de formação de actores no T.E.U.C.- Teatro de Estudantes Universitários de Coimbra e frequentou diversos workshops de formação artística nas áreas de teatro, dança e voz, dirigidos por diversos criadores, tais como Michael Margotta, Vera Mantero, João Fiadeiro, Shelley Hirsch, Diane Torr, Lúcia Sigalho, Miguel Loureiro, Faustin Linekula, Mónica Calle, entre outros. Frequentou também diversas acções de formação na área da pedagogia e expressão artística.
Em 1994 integrou a o grupo de teatro OLHO onde trabalhou durante 8 anos como intérprete e co-criadora sob direcção de João Garcia Miguel. Trabalhou também com Edgar Pêra, João Fiadeiro, Alberto Lopes, Ana Borralho & João Galante, Lúcia Sigalho e Mónica Calle.
Desenvolve trabalho pedagógico na área da expressão artística desde 2002.
Desenvolveu, conjuntamente com Ana Borralho & João Galante, o projecto de ateliers infanto-juvenis No Jogo do Desejo ou o Choque Frontal (2008/09), o video-documentário E u N ã o T u (2009) e o espectáculo/instalação infanto-juvenil A Linha ou O Deserto já não é uma casa vazia (2009).
É membro fundador da associação cultural casaBranca, estrutura com a qual recentemente apresentou com a Festival Internacional de Arte Contemporânea – Verão Azul, no Algarve.

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Julia Bardsley e Andrew Poppy

Julia Bardsley (encenadora, performer, cineasta e artista-plástica) e Andrew Poppy (compositor e músico) desenvolvem trabalho a nível individual há mais de trinta anos e em colaboração há mais de vinte, criando trabalhos híbridos que abrangem diferentes disciplinas: Teatro/Performance, opera, Cinema/Vídeo, Artes Visuais/Instalação e concertos.

Foram recentemente convidados pelo Chelsea Theatre (Londres) para integrarem o seu quadro de artistas residentes durante os próximos dois anos, onde serão responsáveis pela apresentação das suas novas criações, orientação de workshops e curadoria de eventos específicos.


Mais info em:

www.juliabardsley.net

www.myspace.com/juliabardsley

www.vimeo.com/popbardprojects

www.myspace.com/andrewpoppy


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José Pelicano

Estudou Arquitectura e pertenceu à organização dos Seminários de Arquitectura do CEAT (Centro de Estúdios de la Arquitectura Transfronteiriza), em Castelo de Vide (P) e Alburquerque (E). Foi Assistente do Gabinete de Projecto de Arquitectura Macroplan (Lisboa), com o Arq. J. Pagés Madrigal. Foi responsável pela organização e co-redacção da publicação anual Arquitecturas na Raia.
É responsável pela realização de diversos suportes de conteúdo gráfico, Vídeo, Som e Multimédia para eventos e produções de espectáculos desde 1998. Assinou a Cenografia e adereços para produções de diversas estruturas de Teatro e Dança e colabora com vários criadores e estruturas de criação artística: João Garcia Miguel, Olho, Olga Roriz, Teatro Útero, Ana Borralho & João Galante, Teresa Prima, Visões Úteis, casaBranca, entre outros.
É membro fundador da banda de não músicos Jimmie Durham.

 Ficha Artística

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Direcção e Coordenação : Mónica Samões
Criação: Julia Bardsley, Andrew Poppy, José Pelicano, Mónica Samões
Adaptação Libreto e Música Original: Andrew Poppy

Espaço Cénico, Ilustração e Design Gráfico: José Pelicano

Colaboração Artística: Ana Borralho & João Galante

Formação Ateliers: Julia Bardsley, Andrew Poppy, José Pelicano e Mónica Samões

Apoio Psicopedagógico: Dora Lourenço

Produção: casaBranca

Parceria: ZDB

Co-Produção: BARDSLEY_POPPY projects
Residência Artística – Atelier RE.AL

www.casabranca-ac.com 

A casaBranca é uma estrutura subsidiada pela Presidência do Conselho de Ministros – Secretaria de Estado da Cultura/ Direcção Geral das Artes

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Artes Performativas ZDB | NEGÓCIO
Programação Marta Furtado
Serviço Educativo: Daniela Simões
Apoio técnico Cristiano Rodrigues Nunes
Comunicação Daniela Ribeiro 
Imagem Sílvia Prudêncio
Manutenção Maria Emília Pereira

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Negócio

Rua de o Século nº9 porta 5, Lisboa

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A ZDB é uma estrutura subsidiada pela Presidência do Conselho de Ministros – Secretaria de Estado da Cultura/ Direcção̧ Geral das Artes

O NEGÓCIO usufrui do apoio do Programa Gulbenkian para as Artes Performativas