19 Outubro a 7 Novembro

Sara Anjo

Foto de Tom O’ Doherty

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Entre Outubro e Novembro, Sara Anjo estará no NEGÓCIO em residência de criação da sua nova peça.

‘Acordei de pé e deixei-me ficar firme, plantada.

No sonho, caminhava para trás quando senti que cresciam asas nas costas, eram galhos que rebentavam da minha espinal medula. A cada passo rebentavam mais galhos. Caminhava de costas, o futuro ficava para trás, o passado era amplo e visível, o presente mais tronco mais floral.

A dada altura saltava e esses galhos-asas desafiavam a gravidade. A cada salto, maior a suspensão, maior a liberdade. O corpo implodia e chorava a celebrar o novo sentido que tinha ganho. Esse sentido, contudo, não era para mim, fazia-me morrer.

Este estado de se sentir plantada, enraizada, é a premissa para esta residência. A procura no corpo de uma pulsão, de um fluxo que nasce dessas raízes agarradas ao solo, desse corpo-árvore que encontra na quietude o ponto de partida para vibrar.’

Sara Anjo

Nota biográfica

Sara Anjo (1982, PT) nasceu na ilha da Madeira, formou-se em dança pela Academia de Dança Contemporânea (2001). Estagiou na Companhia Nacional de Bailado, e começou a praticar yoga. Fez a licenciatura de Estudos Artísticos na Faculdade de Letras de Lisboa (2008) e uma pós-graduação em Arte Contemporânea pela Universidade Católica de Lisboa (2011). Estudou com Anna Halprin, em 2010, uma das suas maiores inspirações no campo da dança. Colaborou com coreógrafos como Rui Horta, Clara Andermatt, Teresa Ranieri, entre outros.
Sublinha a sua colaboração desde 2009, com o Grupo Dançando com a Diferença. Em 2010, foi editado um livro da sua autoria chamado Espontâneos. Trabalhar com “outras eficiências” foi uma experiência incontornável para a sua visão sobre as idiossincrasias do corpo e do movimento contemporâneo.
Dirigiu um projecto de dança/performance Ninguém Sabia Contar Aquela História (2011), em conjunto com 6 mulheres artistas. Tem colaborado em diferentes eventos performativos com o Teatro do Silêncio e com o apoio deste criou, em 2012, Paisagens Líquidas, um coreografia feita no Lavadouro Público de Carnide. Mantem colaborações com Ana Irene Rodrigues (instrumentista de saxofone), com Shelley Etkin (performer feminista e queer) e com Alex Gomez-Marín (neurocientista).
Actualmente, trabalha entre Lisboa, Amesterdão e Berlim. Está a fazer o Master of Coreography na Amsterdam School of Arts.