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    O trompetista Sei Miguel realiza uma residência artística na Galeria Zé dos Bois, caracterizada por prosseguir perfis curatoriais que até aqui, na ZDB, eram território das Artes Visuais.

    Durante um período de tempo volátil, cerca de um ano, pretende-se uma aproximação gradual e íntima à criação minuciosa de Sei Miguel.  

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    Esta residência que busca antes de mais um conhecimento do seu profundo universo, decorre em dois planos:
    Por um lado, através de um estreito relacionamento com Sérgio Hydalgo, visa potenciar a apresentação pública do seu trabalho, variando contextos de visibilidade para apresentações. Em suma, promove uma série de oportunidades especificas de acesso à sua obra recente (parte inédita e encomendada) que possibilita uma contextualização do seu corpo de trabalho sob diferentes formas e formações.

    Por outro, Natxo Checa, acompanhando as metodologias e questões teórico-práticas da sua criação, decifrando as suas obras e a sua notação gráfica, erigindo ligações conceptuais e estabelecendo a sua genealogia na música contemporânea, irá fixar em livro o trabalho detalhado e inigualável de Sei Miguel.

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     ‘No meu ofício, que não difere em inúmeros aspectos do de qualquer outro trompetista do jazz, existem técnicas essenciais, aplicadas em formas de execução e escuta de um silêncio prismático. Entre a oralidade e a escrita-escrita, trabalho e faço trabalhar bocados de música que são circunstâncias rigorosas de tempo e espaço. Ora bem, eu pretendo dar a ver o sucessivo tempo e dar a ouvir o profundo espaço. Para a ZDB interessam questões de ordem musical (a interpretação, o ‘show’ e outros teatros), gráficas (‘scoring’ e afins) e o patético esforço conceptual para encerrar Deus numa caixinha.”

    Sei Miguel in IPISILON 16-09-2010 entrevista a Rui Catarino

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    Integrando a residência, Sei Miguel realizou até à data dois concertos na ZDB: uma apresentação a solo de material específico – “Coração nas Trevas”,  políptico para trompete solo (Sei), e o díptico “Os Céus/8 lançamentos para Pedro Caveira), duas peças para quinteto (Sei Miguel, Fala Mariam, Pedro Gomes, Rafael Toral e César Burago).